Fale com a gente

Silvana Nardello Nasihgil

Não exija do outro aquilo que você não é capaz de ser e fazer

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Precisamos aprender muito sobre a convivência com as outras pessoas. Todos os dias a vida nos cobra isso. Quem se importa em prestar atenção nos detalhes e busca adequar comportamentos tem uma vida muito mais leve e feliz.

Não podemos esquecer que muito das tempestades que vivemos são da nossa responsabilidade. Ao invés de buscarmos soluções, muitas vezes criamos dificuldades em cima daquilo que é muito simples. Presos em “fantasias” criadas pela imaginação ou presos na expectativa de que cabe ao outro prover a nossa felicidade, seguimos sofrendo.

A vida pode ser muito mais simples quando aprendemos a usar a palavra, a falar com os outros, dos outros e a falar de nós.

Quando procuramos ser educados, compreensivos, ouvindo ao invés de tentar impor nossa visão da vida como a única certeza, estaremos agindo dentro do aceitável para convivermos com outra(s) pessoas.

Ninguém precisa aceitar, e não existe conforto algum em conviver com gente que grita o tempo todo, chora por tudo, se vitimiza, dá “palestra” sem saber conversar, cobra coisas do passado, profetiza um futuro sem chances de acontecer… gente assim passa a vida desconstruindo e afastando as pessoas de si. Gente assim cansa, e cansa muito!

Muito triste quando se forma par com alguém que se mostrou perfeito(a), apresentando aquilo que não consegue manter como padrão de comportamento. Criou um personagem, iludiu com um jeito de ser que em pouco tempo perde a validade e se mostra inaceitável. Mais triste ainda quando a pessoa sabe disso e não faz qualquer movimento para mudar.

Já ouvi muita gente dizer: eu sou assim! Se reconhecer certo ou errado não quer dizer nada se não houver atitudes de mudanças. Acho lindo quando alguém diz: eu sou assim, sou assim e preciso mudar!

Então, no andar da vida, precisamos nos conscientizar das nossas atitudes, daquilo que falamos e agimos.

Precisamos avaliar os nossos comportamentos. Quanto estamos edificando e quando estamos desconstruindo? Quanto do que estamos esperando dos outros quem precisa mudar somos nós?

Se não soubermos nem mesmo termos serenidade no falar, se não aprendemos a ter um diálogo saudável, se ainda não sabemos usar as palavras como ponte de soluções dos problemas, se somos quem incendeia a vida, exigindo e cobrando sem parar para olhar para as próprias atitudes, então, se vivemos o vitimismo para fugir das ações, não temos o direito de cobrar nada de ninguém.

Se conseguimos detectar esses comportamentos em nós, precisamos mudar verdadeiramente. E se isso for difícil, buscar ajuda.

Esse padrão de comportamento é um excludente de qualquer tipo de relação: não muda para melhor, com o tempo tende a piorar.

Não podemos esquecer que tudo o que queremos viver começa dentro de nós. Uma vez feita a parte que nos compete, uma vez usada a nossa capacidade de escuta, de acolhida, a serenidade, a compreensão, só então poderemos nos estender e termos a noção real de nós e do outro.

Quando não silenciamos para nos ouvir e ouvir os outros a nossa mente fica contaminada por aquilo que nos favoreça, e isso normalmente não é a realidade.

Precisamos aprender a nos ouvir para só então termos condições de ouvirmos os outros. Feito isso teremos como avaliar qual a parte da história que vivemos é responsabilidade de quem.

É preciso fazermos a nossa parte com responsabilidade e seriedade, porque não faz o menor sentido exigirmos do outro aquilo que não somos capazes de ser e fazer.

Para refletir!

 

Silvana Nardello Nasihgilé psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

 

 

 

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