
Muitas vezes acreditamos que fazer tudo, dar tudo pronto para os nossos filhos, é sinônimo de amor. Outras vezes damos tudo porque não pudemos ter, ou também porque é mais prático do que ensiná-los.
Amar uma criança ou adolescente requer que tenhamos compreensão de que estamos ajudando alguém a se tornar adulto. Esse adulto precisará tomar decisões, fazer escolhas conscientes em que possa ser feliz e viver harmonicamente em sociedade.
Um ser humano criado sem saber lidar com frustrações, sem saber fazer escolhas, tem grandes possibilidades de ficar na zona de conforto esperando que os outros decidam por si.
Essa pessoa, quando adulta, poderá ser aquela que aceita tudo o que vier sem questionar, ou a que se acha superior ao outros e crê que deve ser a sua palavra a última em qualquer circunstância.
Esse tipo de comportamento gerará muitas angústias, sofrimentos e uma vida “travada”, em que fazer escolhas não fará parte do seu padrão de comportamento.
Amar uma criança e adolescente está acima de dar presentes e de concordar com as suas atitudes, muitas vezes desconstrutivas. Precisará ser embasado no amor responsável, no acolhimento, escuta, direcionamento, nos “sins” e nos “nãos” que precisarão ser ditos.
Os pequenos precisam também ter o direito de decidir quando a decisão implica em algo que seja pertinente à sua idade. Os pais ou cuidadores têm a responsabilidade de lhes apresentar o mundo, as vivências saudáveis, o equilíbrio emocional, as relações interpessoais, a superação dos medos, a convivência fraterna, os perigos, e tudo o que implica em uma vida saudável e feliz.
Nesse contexto todo da formação de um ser humano, não tenho dúvida alguma que quem, além dos ensinamento humanos for apresentado a Deus, terá muito mais chances de ser um adulto feliz.
Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
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