Para onde a humanidade está caminhando?

Começo chegar à conclusão de que o melhor é ficar alheio a tudo que vem acontecendo. O mundo continua o mesmo, mas as pessoas sequer sabem aonde estão. É tanta insanidade que não se poupa mais nada. Os filtros estão deixando de existir e quem quiser, do jeito que quiser, grita em alto e bom tom o pior do pior.
As pessoas estão tão desalmadas que, sinceramente, fica muito difícil compreendermos para onde a humanidade está caminhando.
Tudo parece fora do lugar. Compaixão, piedade, empatia, respeito, dignidade… são valores que estão deixando de existir.
Outro dia, fui fazer as sobrancelhas e a filhinha da moça que faz apareceu com um gatinho no colo, bichinho lindo e super dócil. Então ela me contou que o gatinho foi deixado perto da sua casa muito pequeninho, amarrado em uma corrente, no meio de uma capoeira, literalmente para morrer. Ela ouviu miados e como tem muitos gatos nas redondezas não deu atenção. No terceiro dia os miados continuavam já fracos e roucos. Foi então que ela foi procurar. Lá estava o bebê gato quase desfalecido. Acolheu, tratou e hoje é cuidado com zelo e amor.
Aí eu me pergunto: um ser humano teve coragem de fazer aquilo? Quais as coragens que ele carrega no seu íntimo e que a qualquer momento podem se tornar atitudes?
Medo é o que define o momento em que estamos vivendo. Povo anda sem rumo, sem propósitos, sem Deus no coração, sem religião, sem fé, sem esperança e sem rumo.
Não dá para justificar os comportamentos pelas adversidades da vida. Quando somos livres para fazermos escolhas e escolhemos o pior em relação aos outros, reservando o melhor pra nós, isso já não se justifica mais.
Precisamos urgentemente rever conceitos, valores e atitudes.
Como estamos ensinando as nossas crianças? Será que não são as telas que estão educando, onde o pior está entrando nas mentes pela ponta dos dedos?
Se o mundo está se tornando cruel, precisamos repensar o que estamos permitindo e em que estamos colaborando.
A começar pelas nossas crianças, que são quem construirá o futuro. Elas precisam de limites, de acolhimento, tempo de qualidade, formação de valor morais e éticos, atenção, dedicação, empatia e amor. Caso não tomarmos atitudes, a herança que vamos deixar será de pessoas vazias, gente que não conhece compaixão, não conhece a vida além do próprio corpo e sequer tem noção do que é amor.
Se não olharmos as crianças com amor e respeito, em pouco tempo não serão só os gatinhos que serão amarrados para morrer à própria sorte, serão os humanos vistos e tratados como coisa, disputando espaço no mundo pela violência, embrutecendo e tornando o viver e conviver insustentável.
Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
silnn.adv@gmail.com
@silnasihgil
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