O Presente
Silvana Nardello Nasihgil

Quem realmente importa?

calendar_month 26 de janeiro de 2022
4 min de leitura

Às vezes, precisamos desacelerar um pouco a vida, prestar atenção no entorno e nos perguntar: quem realmente importa?
Quando sabemos quem realmente importa, não podemos esquecer que para permanecermos na vida desse alguém vai depender de como conduzimos as nossas relações, como alimentamos os sentimentos e que valor damos a quem caminha ao nosso lado.
Mesmo inaceitável, tem muita gente sem atitude e sem a palavra, que pensa e crê que a partir do momento que se conquista alguém, isso será eterno. Uma vez conquistado, passa a viver olhando somente para as suas necessidades, buscando satisfazê-las de qualquer jeito, esquecendo por completo o outro e as suas necessidades.
Querem saber a verdade? Gente assim, com esse tipo de atitude, tem prazo de validade. Sabem por quê? Porque cansa!
Ganhamos as pessoas nos detalhes e é neles que podemos perdê-las. Por isso que é preciso lembrar que cada um precisa fazer a sua parte. Em todo relacionamento saudável e duradouro todo o esforço e investimento emocional precisa ser bilateral.
Quando começa a faltar interesse pelos detalhes da vida do outro(a), quando se começa a esquecer de demonstrar sentimentos, quando as palavras de afeto deixam de existir, quando já não existe mais admiração ou se deixa de expressar… então a relação começa a perder a cor, o carinho deixa de ser necessário e os sentimentos positivos vão se esvaindo. Esse é o caminho para o fim e como um efeito “dominó” começa a ruir.
Nesse perder-se na relação é preciso saber: quem não souber amar, faça um favor para si e para os outros: não chame ninguém de amigo(a) ou amor.
As relações que têm como base alguma forma de amor, têm implícitas a necessidade de doação e comprometimento e não sobreviverão sem reciprocidade.
Então, se você esquece de dizer que ama, que sente saudades, que o outro lhe faz falta, que você é um ser humano melhor por ter o outro(a) na sua vida, esquece de ser grato, de ser gentil, de dar bom dia, boa noite, de rezar pela pessoa, de vibrar com as conquistas, de elogiar os detalhes, de falar de admiração, fazer agrados… Se você esquece do outro(a) porque acredita que você é o centro do universo, com certeza você está no lugar errado, usando o espaço que deve ser de outra pessoa e seus dias já estão sendo contados regressivamente.
É preciso pensar com responsabilidade emocional como conduzimos as nossas relações. É inaceitável permitir que alguém entre na nossa história para depois usar essa conquista em favor próprio, desconsiderando o sentimento do outro(a), usando o “conforto” do amor de alguém para satisfazer o próprio ego.
Na vida, o todo se constrói por partes. Não devemos escolher ser a parte ruim na vida de ninguém, jamais ser alguém que desconstrói e causa dor.
Partindo do princípio que podemos optar em ir ou ficar na vida das pessoas, quando escolhemos ficar, que seja porque estamos nos disponibilizando a observar todos os detalhes e valorizar o outro(a), respeitando o seu direito de ser feliz. E para ficar é preciso saber que se faz necessário ser os ouvidos que ouvem, os olhos que enxergam e observam, colo que acolhe, boca que fala de amor e respeita a individualidade, mãos que ajudam, cérebro que constrói e faz projetos conjuntos, emoções que geram admiração, coração que ama, que enxerga, observa, acolhe, projeta, admira, fala, escuta, edifica, mima, dialoga, concorda, discorda, agrada, repreende, acomoda, respeita… e vive sem medo de construir uma vida aonde as diferenças não impeçam a construção de uma linda história.
Então, diante disso, disponibilize-se e faça acontecer.

Psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
silnn.adv@gmail.com

 
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