Na correria da vida esquecemos de eleger prioridades. Seguimos por seguir, porque cremos que é preciso caminhar.
Muitas vezes, sem foco, sem projetos, vamos caminhando, outras vezes corremos, vamos atropelando tudo e todos sem sequer entendermos porque escolhemos certos caminhos.
Então, em algum momento, sentimos que nada está acontecendo, que os erros se repetem e que, ao invés de termos paz, encontramos o caos.
Mesmo acompanhados nos sentimos sozinhos, sem força e sem coragem para reorganizar a rota.
Deixamos de prestar atenção em quem caminha ao nosso lado; invertemos valores e nos focamos no ter. Deixamos de ser para nós e para os outros e vamos empurrando a vida como se ela tivesse por si só a obrigação de nos fazer feliz.
Quando esquecemos de olhar ao redor, de valorizar o que e quem realmente tem valor, não podemos esperar muito, porque mesmo acompanhados estaremos escolhendo um caminhar solo.
Disso surgem queixas intermináveis, onde o outro passa a ser o culpado de muito do sofrimento que nós mesmos construímos.
Deixamos de conversar, de nos importar, saber do outro, de olharmos os detalhes da vida, de nos doarmos e permitirmos que quem caminha ao nosso lado deixe de ser o parceiro(a) que desejamos, se tornando um estorvo na concepção que criamos.
O fato de só desejarmos na fantasia bloqueia as atitudes para a realidade, então tudo o que poderia ser incrível desbota, se torna sem graça e sem valor.
Esse egoísmo individualista nos separa das possibilidades, nos rouba todas as condições de termos a vida que teria potencial de ser incrível.
Chega uma hora que se faz necessário uma autoavaliação do próprios comportamentos, de como estamos conduzindo as nossas relações, daquilo que deveria ser prioridade e que sem perceber deixamos ir se desconstruindo, até que nos sintamos dividindo a vida com desconhecidos.
Chega uma hora que precisamos parar, reavaliarmos os nos erros e acertos, elegermos as prioridades e tomarmos para nós a responsabilidade de fazer acontecer. Sem que isso aconteça estaremos multiplicando aquilo do qual nos queixamos. Uma hora se faz necessário acordarmos do sono do descaso, buscando ter consciência de que as nossas escolhas determinarão a vida que queremos viver.
Ser feliz é muito mais do que deixar acontecer, é uma escolha, escolha por onde caminhar, como caminhar e com quem caminhar.
Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
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