O Presente
Silvana Nardello Nasihgil

Somente um fio quase invisível nos liga à esperança

calendar_month 13 de julho de 2023
3 min de leitura

Estamos em um tempo que tem nos feito frágeis. Sabemos dizer: está difícil!

Essa afirmação tem nos paralisado. Aproveitando do “difícil” para todo mundo, não são poucos os que aceitam qualquer coisa para não ter o trabalho de reagir e buscar as mudanças necessárias para poder dizer: está difícil, mas no que depender de mim isso vai mudar.

Quando se olha no entorno, é facilmente visível o mundo do tanto faz. Estamos com somente um fio quase invisível nos ligando à esperança. Esse sentimento tem se aplicado a quase tudo: o empresário, o pai, mãe, filhos, amigos, família. Tudo parece que perdeu o sentido e está difícil ver a tal da luz no fim do túnel.

O que tem nos faltado na verdade é perseverança, que é o alimento que mantém viva a esperança. Estamos esquecendo como se luta, como se faz para buscar verdadeiramente pela vida que desejamos viver. Parece que está muito mais fácil desistir, deixar pra lá e seguir tropeçando em tudo e todos.

Podemos creditar um pouquinho de culpa ao período difícil da pandemia, que nos tirou de circulação e embaçou a nossa visão sobre muitas coisas. Em contrapartida, podemos,  também em paralelo, lembrarmos que durante a vida já tivemos muitas dificuldades e lutamos para vencê-las, e deu certo. Portanto, nada mais justifica nos mantermos presos àquilo que nos fez sofrer, nos tirou a paz, mas que agora está acomodado.

É hora de levantarmos do sofrimento, chacoalhar a poeira que restou, nos enchermos  de força e esperança, e seguir.

Nossos pares, amigos, família, nosso trabalho e tudo o que envolve o nosso viver, nada disso vai ficar esperando que a gente se acomode para prosseguir.

Precisamos olhar para dentro de nós e buscarmos saber onde foi que ficamos estacionados, buscando descobrir o que nos trava, impedindo assim que enxerguemos o mundo e as pessoas com mais positividade.

Nessa falta de realidade, nesse mundo interior voltado para o sofrimento, vamos deixando pelo caminho a alegria, os amigos, a família e os pares. Além das pessoas, existe o reflexo no nosso trabalho, onde o desempenho tende a cair e tudo se complicará ainda mais.

Diante de uma vida a ser enfrentada, precisamos de mais serenidade que permita um olhar para a realidade que nos rodeia. Não dá para continuarmos ignorando as dificuldades, abandonando emocionalmente aqueles que nos amam, deixando o pior de nós ser mostrado e levando a vida como se não houvesse amanhã.

Está difícil? Sim, está! Está para você, para mim e para o mundo todo. Mesmo difícil, isso não justifica a inércia, a falta de interesse em se adequar e a falta de fé no futuro, a falta de responsabilidade emocional e a falta de comprometimento quer com os afazeres, quer com as pessoas.

Já passou da hora de olharmos para frente, de buscarmos ser alguém que faça a diferença positivamente, de sermos mais leves buscando a beleza e as coisas boas naquilo que pudermos ver e tocar.

Passou da hora de compreendermos que a vida é daqui para frente, crermos nisso e fazermos acontecer o melhor que for possível, e até o impossível também.

Se assim não fizermos, o caminho parecerá mais longo, porque certamente iremos fazê-lo sozinhos.

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

 
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