E lá vamos nós caminhando pela vida. Uns em passos lentos e outros a galope. Cada qual busca se adequar ao que a vida oferece e exige.
Nesse caminhar ou correr, se pararmos para observar, e nem precisa de muita reflexão, vemos um mundo cheio de gente em descompasso. Pessoas sem projetos e sem rumo, gente que perdeu o senso de humanidade, que perdeu ou nunca teve valores, que se permite perambular pelo mundo exibindo o seu pior.
Sem muita dificuldade encontramos pelo caminho os vaidosos, os com raiva da própria vida, os invejosos, os sem noção, os donos da verdade e muitos, muitooosss que desejam ver o mundo e as pessoas satisfazendo as suas insanidades.
O que está acontecendo com a humanidade?
Que saudades da vida de 30 anos atrás! Havia muito mais comprometimento, respeito, valores familiares e sociais, atitudes que hoje se tornaram démodé.
Aí muitos irão dizer: os tempos mudaram! Mudaram sim, pra pior!
Creio que não estamos sendo capazes de ajustar as nossas vidas à modernidade; estamos valorizando muito as coisas e pecando na valorização humana.
Estamos permitindo que a máquina nos devore, pois conseguimos sentir vergonha dos próprios sentimentos.
Sentimos medo e angústia por qualquer situação desconhecida. Criamos escudos de autodefesa sem nos importar em ferir quem quer que seja; brigamos infinitamente por razões injustificáveis; qualquer palavra fora de ordem vira uma confusão desproporcional.
Tudo é preconceito e fobia; as famílias terminam sem explicação. Deixei de amar, pronto, vamos nos separar; o sexo hoje tomou uma proporção incompreensível, e tudo vira mimimi.
Vivemos uma época do: vamos complicar tudo porque descomplicar parece fazer parte de um vida sem graça. Vamos criar polêmica porque a vida precisa de movimento. Nesse contexto tão complexo, estamos permitindo que a humanidade perca a essência, tornando-se uma imensa confusão.
Diante do tanto que estamos vivendo num automático incompreensível, precisamos parar um pouco para refletir aonde desejamos chegar. Do jeito que está vejo futuro em tudo, menos na humanidade.
Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
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