Refletindo sobre o comportamento humano, não é difícil percebermos como o viver e conviver está cada dia mais difícil.
Hoje temos acesso ao interior do ser humano. As redes sociais são a prova disso. Aqui, uma grande parte das pessoas mostra as suas virtudes, em contrapartida, outra parte mostra o seu pior.
Vivemos em tempos em que muitos perderam a noção até mesmo de si. Movidos pelas bagunças interior, destilam veneno, ofendem, magoam e mostram o seu pior lado, sequer lembrando que estão se desnudando para o mundo.
Qualquer erro de alguém se torna um teatro, vitimismo e ofensas sem limite. Em contrapartida, muitos erros se tornam invisíveis; são passado encarados como necessários, pois são movidos por um sentimento de pertencimento incompreensível de quem enxerga e valida.
Gosto de ler comentário porque assim me mantenho ligada às mudanças comportamentais, mas o que eu tenho visto e lido assusta, mostrando que os seres humanos não estão preparados para lidarem com o mundo e sequer consigos.
Estamos embrutecendo, perdendo o rumo, criando contendas e tomando partido, expondo os piores sentimentos sem sequer ter o mínimo filtro de pensar onde pode respingar.
Hoje se vive a vida dos outros sem sequer saber da própria existência. Digo isso pelos últimos acontecimentos: padre Fábio sendo massacrado, povo sendo roubado na cara dura pelo INSS, filas intermináveis na saúde, professores sofrendo em total descaso, Virgínia se separa do tal Zé Felipe, presidente Mácron leva um safanão da esposa, a primeira-dama Janja não cansa de dar vexame… e por aí vai.
O que não faltam são juízes de plantão, opiniões sem filtro que nos colocam a pensar em como estamos construindo as nossas vidas. Diante disso, deveríamos nos questionar: aonde desejamos chegar?
Temos muito mais a falar de gente que sequer conhecemos, ofendendo ou defendendo e sequer sabemos sobre aqueles que convivem conosco.
Defendemos quem nos prejudica ou prejudica uma parcela da sociedade porque aprendemos a tomar partido sem qualquer critério. Não lutamos pelos nossos direitos e esquecemos de apoiar quem precisa, mas temos palavras de apoio e críticas horríveis sobre pessoas e coisas que nada têm a ver conosco.
Vamos vivendo como se não houvesse amanhã, porque importa muito mais destilar o veneno guardado do que avaliar o que realmente faz sentido.
Já passou da hora de usarmos o senso crítico com cautela, buscando opinar para acrescer, defender o que realmente importa e parar de simplesmente falar por falar, deixando o nosso pior lado e as nossas mágoas internas falarem por nós.
Deveríamos aprender a nos resguardar, buscando amadurecer como seres humanos, nos envolver com a nossa existência, cuidando de nós e de quem nos rodeia com o mesmo entusiasmo com que nos dedicamos a cuidar da vida dos outros.
Sem dúvida, mudando o foco, mudaremos a nós mesmos, nosso sentir e o nosso existir, nos tornaremos donos da nossa história e poderemos escrever capítulos que nos tragam paz e crescimento.

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
silnn.adv@gmail.com
@silnasihgil
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