Numa sondagem entre internautas, Petra foi considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno. O ambiente peculiar formado pelo arenito vermelho fez com que cineastas famosos escolhessem a região onde se situa Petra para ambientar filmes como “Perdido em Marte”, “Indiana Jones e a Última Cruzada” e “Lawrence da Arábia”.
Petra localiza-se na Jordânia, um país que faz fronteira com Israel e que não existia antes do século XX.
As ruínas que restaram de Petra foram redescobertas pelo explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt, em 1812. A partir daí, o local se tornou objeto de curiosidade para visitantes e arqueólogos.
Petra é hoje o sítio arqueológico mais importante da Jordânia. El Khazneh (O tesouro) é a escultura remanescente mais requintada. O local é procurado por visitantes de todo o planeta. Em 1985, a Unesco reconheceu Petra como Patrimônio da Humanidade.
Na antiguidade a região era conhecida como a Terra dos Vermelhos ou Edom. A referência vem do livro de Gênesis, ao descrever os edomitas como emergentes da linhagem de Esaú. Estudiosos acreditam que Petra seja a Selá bíblica mencionada em II Reis, II Crônicas e nos profetas Isaías e Jeremias.
Na época de Cristo, o povo que se originou dos edomitas era conhecido como nabateus. Entre 9 a.C. e 40 d.C., a região foi governada pelo rei Aretas VI, sendo que a capital do reino ficava em Petra.
Uma das filhas de Aretas casou-se com Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande, e governou a Galileia e a Pereia, na Transjordânia na mesma época do rei de Petra. Antipas se divorciou da filha de Aretas a fim de se casar com Herodias, mulher de seu meio-irmão Herodes Filipe I. João Batista acabou sendo executado por manifestar-se contra a atitude.
Aretas usou o repúdio de Antipas à sua esposa nabateia como desculpa para declarar guerra. Flavio Josefo relata que quando Aretas destruiu grande parte do exército de Antipas, muitos judeus viram neste fato uma retribuição divina pela execução de João.
Outra referência que associa a conexão do rei de Petra ao Novo Testamento se relaciona às pregações de Paulo nas sinagogas de Damasco. Consta que os judeus tentaram matá-lo com apoio do etnarca romano sob o governo de Aretas. Paulo dá testemunho deste assunto em 2Coríntios:
“Em Damasco, o governador nomeado pelo rei Aretas mandou que se vigiasse a cidade para me prender. Mas de uma janela na muralha fui baixado numa cesta e escapei das mãos dele”.

Por Tarcísio Vanderlinde. O autor pesquisa sobre povos e culturas do Oriente Médio.
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