O Presente
Tarcísio Vanderlinde

Ícone do mundo antigo

calendar_month 29 de novembro de 2024
3 min de leitura

Assim como Éfeso, Corinto e Atenas, Roma pode ser considerada uma das cidades ícones relacionadas à expansão do Cristianismo pelo Ocidente. Durante o primeiro século d.C., Roma já tinha a expressiva população de um milhão de habitantes e era detentora de suntuosos templos. O antigo centro da vida religiosa, cultural, comercial e política era o Fórum, embora neste período tenha havido outros fóruns, como os dedicados a Augusto e Júlio César.

César Augusto e seu tenente Vespasiano Agripa haviam comandado várias construções em Roma um século antes. Suas obras incluíam o Panteão (templo dedicado a todos os deuses de Roma), o Altar da Paz, residência imperial na colina Palatina, o templo de Júlio Cesar, um arco do triunfo (adoravam construir estes arcos), aquedutos e sistemas de distribuição de água e esgoto, além de outras estruturas. Roma ainda mantém bicas d’água potável remanescentes deste período.

Por outro lado, lembrando as metrópoles da atualidade, muitos moradores de Roma viviam na miséria. Massivas construções de apartamentos denominadas de “insulae” (ilhas) se espalhavam pela cidade. Além de ser infestada de marginais, as ilhas eram áreas de alto risco de incêndio. Em 64 d.C., um incêndio devastou Roma deixando incólume apenas quatro bairros dos catorze existentes.

Ávido por deixar sua marca, coisa mais ou menos eternizada entre políticos de todas as eras, Nero usou a terra arrasada pelo incêndio para construir uma extravagante residência para si que denominou de Domus Aurea (casa dourada). O famoso Coliseu, anfiteatro com capacidade para 50 mil pessoas sentadas, só seria inaugurado em 80 d.C.. Um dos monumentos, denominado de arco de Tito, construído em 81 d.C., comemora o saque de Jerusalém pelo exército romano. Causou espécie ouvir a guia romana em frente aquele monumento defender o estilo pacifista e civilizatório dos romanos.

Roma era lar de uma população etnicamente misturada, inclusive de um número significativo de judeus. Se agrupavam em bairros de acordo com suas diferenças de classes. Os necessitados dependiam do donativo do governo e eram controlados pela ideologia do “pão e circo”.

A Basílica de São Pedro seria edificada catorze séculos depois, e se acredita que teria sido construída no sítio tradicional onde o apóstolo Pedro teria sido sepultado (sem comprovação arqueológica). A basílica de São Paulo marca o tradicional local de sepultamento desse apóstolo. Uma placa encontrada ali e datada do período de Constantino contém a inscrição: “Paulo apostolo martyri”.

Interior do Coliseu de Roma (foto do autor)

Por Tarcísio Vanderlinde. O autor pesquisa sobre povos e culturas do Oriente Médio.

tarcisiovanderlinde@gmail.com

@tarcisio_vanderlinde2023

 
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