Observar o movimento padronizado das constelações; a constância do sol, da lua, das estações; e a passagem dos dias para as noites e das noites para os dias causa admiração no coração das pessoas. Essa constância, em oposição à aleatoriedade que existe no universo, revela sua teleologia (estudo dos objetivos, fins, propósitos e destinos).
O universo insinua seu projeto e, se há projeto, deve haver projetista. Se existe um projeto para o universo, então é provável que a humanidade tenha um propósito. Assim os movimentos do universo sugerem coisas mais profundas ao olhar atento.
Quando olhavam os céus e contemplavam a cosmologia do universo, os observadores medievais viam os movimentos dos céus como testemunho de um Primeiro Motor: especificamente, de Deus. Mas por que meios Deus movia o universo? C. S. Lewis disse que a cosmologia medieval tinha como conceito essencial a ideia de que Deus move o universo pelo amor.
Visto corretamente, tudo testemunha o amor de Deus. Ele fez o universo; portanto, seu amor se expressa em seu próprio propósito. Ele sustenta o universo; portanto, seu amor se manifesta em seu cuidado providencial. E, quando as criaturas de Deus se rebelaram contra ele, em seu amor ele enviou seu Filho para reconciliar a humanidade consigo mesmo.
Em qualquer noite estrelada, olhar para o céu maravilha o coração. E a admiração, devidamente seguida e informada pela revelação de Deus, colocará o coração da pessoa em movimento, pois o PRIMEIRO MOTOR ainda se dedica a nos mover por meio de seu amor.
Esta parece ter sido a experiência do salmista que perenizou seu testemunho pelas páginas da Bíblia: “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos” (Salmos 19:1).
(Adaptado da obra “O pensamento vivo de C. S. Lewis: uma jornada espiritual pela obra do autor de As crônicas de Nárnia”)

Por Tarcísio Vanderlinde. O autor pesquisa sobre povos e culturas do Oriente Médio.
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