O espelho negro da tecnologia – Se você já assistiu Black Mirror sabe que a série da Netflix não é só entretenimento – é quase um aviso sobre os rumos da tecnologia.
Criada por Charlie Brooker, cada episódio apresenta um futuro distópico onde inovações incríveis acabam revelando o pior da humanidade. Mas será que esses cenários são tão irreais assim? Olhando para as tecnologias emergentes, parece que já estamos dando os primeiros passos rumo a algumas dessas realidades assustadoras.
Inteligência artificial e a ascensão das máquinas

Um dos temas mais recorrentes da série é a inteligência artificial (IA) e suas consequências imprevisíveis. No episódio Metalhead, por exemplo, vemos robôs autônomos caçando humanos, algo que lembra os cães-robôs da Boston Dynamics.
Hoje, a IA já está decidindo desde quais vídeos você assiste no TikTok até como são escritos seus diagnósticos médicos.
Se mal utilizada, essa tecnologia pode acabar moldando a sociedade de formas que nem imaginamos – exatamente como nos roteiros sombrios de Black Mirror.
Redes sociais e a ditadura da reputação

Lembra do episódio Nosedive, onde cada pessoa tem uma pontuação social baseada em curtidas e avaliações? Isso já acontece na China com o sistema de crédito social, que classifica cidadãos conforme seu comportamento online e offline. No Ocidente, pode não ser tão explícito, mas redes sociais já afetam empregos, relacionamentos e até a saúde mental.
J.R.R. Tolkien, no livro O Senhor dos Anéis, falava do “poder corrompedor do anel” – talvez, hoje, esse anel seja o nosso vício em aprovação digital.

Realidade virtual e o fim da fronteira entre real e digital

Outro exemplo é San Junipero, onde pessoas podem viver eternamente em um mundo virtual. Com a ascensão do metaverso, estamos cada vez mais próximos dessa ideia.
Empresas como Meta e Apple já investem pesado em tecnologias imersivas, e não parece impossível que, no futuro, possamos transferir nossa consciência para uma realidade digital. Júlio Verne previu submarinos e viagens espaciais – será que Black Mirror está prevendo o próximo passo da humanidade?
Conclusão: o futuro ainda é nosso
Por mais assustador que seja, Black Mirror não precisa ser uma profecia. Assim como nas melhores histórias de ficção científica, o futuro depende de como usamos a tecnologia.
Precisamos pensar em ética, privacidade e segurança antes de adotarmos qualquer novidade como se fosse apenas mais uma tendência. No fim das contas, talvez a grande lição seja que o problema não está nas máquinas – está em nós mesmos.
E aí, qual episódio de Black Mirror você acha que já virou realidade?
Sobre o autor

Tioni Oliveira trabalha há mais de 20 anos com desenvolvimento web, marketing e comunicação digitais, é músico, designer e gerente de projetos na internet. Formado em marketing e pós-graduado em planejamento e organização de eventos, atuou nos bastidores da política regional e local no marketing de quatro campanhas eleitorais, participando também da gestão municipal de 2019 a 2024 em Marechal Cândido Rondon.