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Esportes Marechal Rondon

Campeonato de Futebol Amador deve começar no fim de fevereiro

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Presidente da Liga Rondonense de Esportes, Ireneo Kühl: “Até o nosso Campeonato de Futebol Amador possui altos custos, portanto a profissionalização no setor esportivo é geral. Hoje poucos se dedicam nos dias de semana e fins de semana sem algo em troca” (Foto: Joni Lang/OP)

Com aproximadamente 40 anos de dedicação ao setor esportivo de Marechal Cândido Rondon, tendo organizado e apoiado a realização de campeonatos municipais, distritais e até regionais, o presidente da Liga Rondonense de Esportes, Ireneo Kühl, é uma das pessoas mais experientes na área em toda a região Oeste do Paraná. Inclusive, foi o primeiro treinador da equipe Copagril Futsal em meados de 2002, quando o selecionado rondonense passou a disputar o Campeonato Paranaense de Futsal Série Bronze.

Em entrevista ao O Presente, Kühl diz que os custos para organizar o Campeonato Municipal de Futebol Amador, promovido pela Liga e apoiado pela Secretaria de Esporte e Lazer, têm sido cada vez maiores, exigindo dedicação dobrada da diretoria e dos dirigentes das equipes, bem como dos patrocinadores. Todavia, mesmo diante dos desafios, ele enaltece a parceria da Liga com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer para não deixar “morrer” o futebol amador no município.

 

COPAGRIL FUTSAL

Em relação ao anúncio do fim do time profissional de futsal de Marechal Rondon, ele lamenta, mas diz entender a decisão. “Começamos trabalho em conjunto com pessoas que tinham o ideal do futsal crescer e naquela oportunidade atingimos o objetivo com uma equipe local que avançou da Série Bronze para a Prata e depois à Série Ouro. Agora, com o término do projeto, anunciado em novembro do ano passado, é preciso que as pessoas levem em consideração duas questões: emoção e razão. Emoção é o torcedor, que quer sempre o melhor. A razão é o gestor, aquele que toca, faz acontecer, sabe quanto custa e de onde vem a verba”, enaltece.

Kühl diz ver de maneira natural o término do projeto “Copagril Futsal”. “É muito bonito o torcedor prestigiar os jogos, mas deve-se pensar também nas dificuldades, pois alguém paga essa conta. Se o custo-benefício diz que a hora é de parar, respeito por ser uma decisão que vinha sendo planejada, pois hoje o esporte é bem diferente do que 40 anos atrás”, pontua.

 

DEDICAÇÃO

Ele menciona que, seja no futebol de campo ou no futsal, qualquer menino que começa jogar quer crescer, porém toda competição é cara, com fórmulas de maior intensidade e mais jogos. “Um campeonato municipal ou regional tem uma realidade, mas quando avança para estadual ou nacional as coisas se avolumam, então como desportista encaro com naturalidade (o fim da Copagril Futsal). Oxalá amanhã ou depois a AACC ou outra instituição tenha o desejo de recomeçar este belo projeto”, salienta.

De acordo com Kühl, o projeto de futsal na Série Bronze foi iniciado com os pés no chão, formado por um grupo de atletas rondonenses que se dedicavam dia e noite a custos mais baixos. “Claro que houve gratificação e o esforço valeu a pena porque a equipe subiu para a Prata, mas quando chegou na Ouro as despesas aumentaram. Na Liga Nacional os custos subiram mais, porque o time precisou de uma comissão técnica na retaguarda devido à maior infraestrutura”, expõe.

 

CUSTOS

O presidente da Liga ressalta que o esporte como um todo evoluiu. “Até o nosso Campeonato de Futebol Amador possui altos custos, portanto a profissionalização no setor esportivo é geral. Hoje poucos se dedicam nos dias de semana e fins de semana sem algo em troca. Embora não seja novidade, sabemos que o êxodo rural diminuiu o número de equipes, ou seja, o esporte como um todo paralisou”, frisa.

Hoje em dia, segundo ele, a juventude possui um grande leque de opções de lazer e entretenimento, diferente de antigamente, quando o grande momento, principalmente dos fins de semana, era a garotada pegar o caminhão, colocar a chuteira no pé e jogar futebol”, destaca.

Atualmente, pontua, além do futebol, existem inúmeras modalidades tidas como preferenciais. “Isso também deve ser respeitado”, comenta.

Conforme Kühl, se viabilizar o esporte amador hoje em dia já é uma tarefa difícil, imagina o profissional. “Hoje tem a equipe Jaclani Futuro na Série Bronze e quem sabe desse time surge uma nova etapa. Em o projeto sendo mantido é possível se habilitar para a Série Prata e gradativamente chegar à Série Ouro. É importante e esperamos que o esporte sempre exista”, enfatiza.

 

EVENTO CONSOLIDADO

O dirigente avalia que o Campeonato de Futebol Amador está consolidado e seu perfil é diferente do profissional, de modo que um não interfere no outro. A Copagril, por meio da Associação Atlética Cultural Copagril (AACC), disputa a competição, possuindo títulos. “Possivelmente a competição deste ano tenha cinco ou seis equipes na Divisão Ouro, que foi mantida conforme reunião com dirigentes, e de oito a dez times inscritos na Divisão Prata. Uma novidade é que a fase municipal dos Jogos Escolares Bom de Bola pode acontecer durante o Campeonato de Futebol Amador, provavelmente nas categorias sub-15 e sub-17, como classificatória à etapa regional”, informa, enaltecendo que o assunto ainda deve ser tratado com a Secretaria Municipal de Educação.

Segundo Kühl, a ideia do Bom de Bola ocorrer durante o Campeonato de Futebol Amador foi bem-aceita, então nova reunião deve ser realizada em breve para definir detalhes. “Nosso objetivo é o Campeonato de Futebol Amador começar no fim de fevereiro ou início de março, tanto que algumas equipes se movimentam, times que não disputaram em 2019 agora querem voltar a jogar a Divisão Ouro”, ressalta.

Em relação ao Campeonato Municipal de Futsal, Kühl diz que no passado a gestão do futsal que antes pertencia à Liga passou às mãos de outras empresas ou entidades. “Hoje a Secretaria de Esporte e Lazer organiza o Campeonato Municipal de Futsal, enquanto a Liga atua como parceira da competição. O nosso Tribunal de Justiça resolve os casos disciplinares. Seja Troféu Difusora, Municipal de Futsal ou outra disputa nós somos parceiros. Antigamente organizávamos, tínhamos 26 clubes filiados na Federação Paranaense de Futsal e outros 47 inscritos no Futebol de Campo”, pontua. “Hoje é difícil retomar, salvo se alguma entidade abrir mão, por isso nos mantemos como parceiros do futsal para trabalhar e organizar o nosso amador. A Liga é de oito clubes, eles mantêm a entidade, por isso nada é fácil e vamos atrás de patrocinadores. Temos 60 anos de história, ou seja, um legado que queremos deixar aos filhos e netos com o objetivo de que cada vez aconteçam mais disputas e atividades”, conclui.

 

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