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Corinthians tem prejuízo milionário com o clube social

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(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O Corinthians não é apenas um time com milhões de torcedores espalhados pelo Brasil e pelo mundo. É também um clube social localizado no bairro do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, que oferece estrutura para lazer e esportes a seus associados, em grande parte moradores da região.

Embora o Timão não faça mais jogos ou treinos no Parque São Jorge, o clube exerce influência direta e indireta na equipe de futebol. Um exemplo disso está nas finanças. Desde 2011, o Corinthians teve prejuízo na área social e de esporte amadores em todos os anos.

Desde 2016 o prejuízo com departamento social e esportes amadores tem sido cada vez maior. No último ano, o déficit foi de R$ 61,4 milhões ( R$ 31,7 milhões sem considerar pagamentos de juros e outras despesas financeiras). Já no futebol, o Timão ficou no vermelho em R$ 115,5 milhões, totalizando um resultado negativo de R$ 177 milhões na temporada.

As contas são apresentadas de forma separada. Na prática, porém, o caixa de onde sai o salário de Cássio é o mesmo utilizado para pagar o cloro da piscina. Dinheiro que poderia ser investido em reforços para o elenco de Tiago Nunes acaba tendo outras finalidades no Parque São Jorge.

Em recente entrevista, o diretor financeiro do Timão, Matias Romano Ávila, minimizou o tamanho do problema, mas deixou claro que ele também tem caráter político. “É muito pouco para o tamanho do orçamento do Corinthians. Se você for fazer isso (reduzir custos do clube social), eu vou chegar lá e falar assim: corta a folha aqui. Eu vou deixar de ter academia e uma série de serviços, restaurantes, bares e tudo que a gente consegue fazer lá dentro, vou reduzir limpeza, segurança e tal. Vou deixar o associado descontente”, disse o diretor.

“Vale a pena? Quem elege o presidente, os vices e os conselheiros? É o associado. O clube é feito para oito mil sócios que votam e 40 milhões de torcedores, infelizmente é assim. Temos que cuidar do patrimônio do clube”.

Atualmente, o Corinthians conta com aproximadamente 16 mil sócios. Porém, apenas 3,7 mil pagaram mensalidade em maio. Ou seja, para cada associado pagante houve outros três que puderam frequentar o clube sem gastar nenhum centavo.

Isso se explica não só pela inadimplência como também pela grande quantidade de sócios remidos. Eles possuem títulos que lhes garantem livre acesso ao Parque São Jorge sem nenhum custo.

 

QUADRO ASSOCIATIVO

– 8.308 sócios remidos, que não pagam mensalidade. Os dependentes deles não são isentos. Há suspeitas de que o número esteja desatualizado por mortes não contabilizadas;

– 112 sócios conselheiros vitalícios. Além de não precisarem pagar para frequentar o clube, eles têm poder de votar contas, orçamentos, processos de impeachment e possuem alguns benefícios;

– 2.228 sócios pagantes familiares. Donos desses títulos pagam R$ 200 por mês e podem levar parentes diretos, como cônjuges e filhos;

– 447 sócios pagantes individuais, que arcam com R$ 180 por mês;

– 5.115 dependentes. Este número engloba os associados vinculados aos títulos remidos (que precisam pagar mensalidade), mas também os dependentes familiares, que são isentos.

Todos os frequentadores do Parque São Jorge, independentemente do título que possuam, têm custos para realizar atividades internas, como uso de academia, das piscinas e outros aparelhos esportivos. Mesmo assim, as despesas do clube são maiores do que as receitas.

“A conta do social não fecha e não vai fechar”, afirmou Jorge Kalil, atual diretor-adjunto de futebol e vice-presidente do Corinthians entre 2015 e 2018, em entrevista na semana passada.

 

Com Globo Esporte

 

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