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Equipe júnior de natação fatura mais cinco ouros e sete pódios no Sul-Americano

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Kauê Carvalho nada para conquistar o título dos 200m borboleta (Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte)

A seleção é júnior. O momento de treinamento é longe de ser o mais voltado para resultados. A altitude de 2.500m de Cochabamba não ajuda. Mas o desempenho do Brasil na natação nos Jogos Sul-Americanos é digno de um grupo sênior qualificado.

Após conquistar sete medalhas no primeiro dia de provas na Bolívia, a equipe nacional subiu ao pódio outras sete vezes nesta terça-feira (29). Foram cinco ouros, uma prata e um bronze no Centro Aquático de Cochabamba. Sete pódios em oito finais. No quadro específico da modalidade, o Brasil reina: nove ouros, três pratas e dois bronzes, com 14 medalhas. A Colômbia, que aparece em segundo, soma 11 pódios, mas apenas dois ouros.

E a consistência nacional não tem gênero ou distância. O Brasil se destaca tanto em provas de fundo, como os 800m e os 400m, quanto nas rápidas, casos dos 100m costas e dos 200m borboleta. Tanto no masculino quanto no feminino. Mostra, ainda, força de conjunto, com o revezamento 4 x 200m livre masculino vencendo com quase meia piscina de vantagem o time da Venezuela, segundo colocado.

Gabrielle Roncato: três ouros e uma prata na piscina do Centro Aquático de Cochabamba (Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte)

 

“O nosso objetivo é sempre aumentar a nossa base. Alguns desses atletas são muito jovens, mas já estão no time principal que vai para o Pan-Pacífico em agosto, no Japão”, afirmou o técnico da seleção brasileira, Alberto Pinto da Silva. Passaram por esse seleto funil e carimbaram o passaporte para o Japão Gabriel Fantoni, que conquistou o ouro nos 100m costa na Bolívia, Fernando Scheffer, um dos integrantes do revezamento 4 x 200m campeão em Cochabamba, além de Guilherme Costa, recordista sul-americano nos 800m e nos 1.500m, que nesta segunda-feira faturou o ouro nos 400m livre.

JOVEM VETERANA

Com a referência à participação nos Jogos Rio 2016 devidamente tatuada no corpo, Gabrielle Roncatto é outra integrante da nova geração com resultados expressivos. Na Bolívia, ela tem uma performance digna de superstar. Em quatro provas disputadas, três ouros e uma prata. Poderia ser melhor? “Ah, poderia, sim. Tinha de ser quatro ouros. A prata nos 400m livre me deixou muito brava, mas acontece”, brincou Roncatto, logo após sair da piscina super ofegante com o título dos 400m medley.

Fernando Scheffer, Kauê Carvalho, André Calvelo e Breno Correia: meia piscina de vantagem sobre o segundo colocado no 4 x 200m livre (Foto: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte)

 

“Todos os brasileiros estão sentindo não só a altitude, mas a época de treino em que a gente se encontra. Está todo mundo nadando muito na raça”, afirmou Roncatto, que ainda disputa os 200m livre nesta terça-feira. Pela frente, no calendário pessoal da atleta, estão o Mundial Militar, na Rússia, em agosto, e Sul-Americano de natação, no fim do ano, no Peru.

“A fase desse evento não é boa para nós. Acabamos de sair do Maria Lenk. Eles estão numa etapa de treinamento de base, duro. Não tivemos as semanas de trabalho necessárias para fazer polimento e chegar 100% aqui”, explicou Alberto. Isso ocorre porque o horizonte da maioria é voltado para competições no segundo semestre. “Mas a experiência de se hospedar numa vila, com delegações de várias modalidades, o transporte em ônibus, a alimentação em refeitórios conjuntos amadurece demais os atletas”, disse o treinador.

Quem espera aproveitar ao máximo essas sensações e oportunidades é Kauê Carvalho. Nesta segunda, o atleta do Corinthians faturou dois ouros. Primeiro nos 200m borboleta, uma das provas mais exaustivas do programa da natação. “Eu sabia bem das dificuldades da altitude. Acho que o objetivo não era nadar por marca, por tempo, mas pela medalha. Focamos bastante nisso. É uma prova que sinto dificuldade, por ser 200m, por ser borboleta”, disse o atleta do Corinthians, de 20 anos.

Na sequência, ele foi um dos integrantes do revezamento 4 x 200m livre que faturou o último ouro do dia, ao lado de Fernando Scheffer, André Calvelo e Breno Correia. Os quatro são beneficiários do Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. Dos 20 nadadores da seleção em Cochabamba, 18 recebem auxílio financeiro do programa.

Confira os tempos das provas

800m livre feminino
Ouro – Kristel Kobrich (Chile)
Prata – Samanta Salinas (Equador)
Bronze – Beatriz Pimentel (Brasil)

200m borboleta masculino
Ouro – Kaue Carvalho (Brasil)
Prata – David González (Colômbia)
Miguel Javier Castillo (Equador)

200m costas feminino
Ouro – Andrea Hurtado (Peru)
Prata – Fernanda De Goeij (Brasil)
Bronze – Laura Barrera (Colômbia)

400m livre masculino
Ouro – Guilherme Costa (Brasil)
Prata – Rafael Davila (Venezuela)
Bronze – Esteban Salgado (Equador)

100m livre feminino
Ouro – Isabella Hurtado (Colômbia)
Prata – Karen Gusman (Bolívia)
Bronze – Jeserik Pinto (Venezuela)

100m costas masculino
Ouro – Gabriel Fantoni (Brasil)
Prata – Omar García (Colômbia)
Bronze – Charles Hockin (Paraguai)

400m medley feminino
Ouro – Gabrielle Roncatto (Brasil)
Prata – Azra Pinto (Peru)
Bronze – Maria Clara Roman (Colômbia)

Revezamento 4 x 200m livre masculino
Ouro – Brasil (André Calvelo, Fernando Scheffer, Breno Correia e Kauê Carvalho)
Prata – Venezuela
Bronze – Colômbia

Com Rede do Esporte

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