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Inter dá resposta imediata após Libertadores e se garante na final com sobras

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D'Alessandro e Guerrero vibram com gols (Foto: Ricardo Duarte/Internacional)

 

Uma semana após amargar a queda na Copa Libertadores, a torcida abraça o elenco com um voto de confiança em forma de fumaça, sinalizadores e gritos de guerra no tradicional “Ruas de Fogo”. A resposta veio com vaga na final da Copa do Brasil, carimbada por uma atuação de gala.

Após vencer o jogo de ida por 1 a 0 no Mineirão, o Inter precisava apenas de um empate para avançar à decisão. Mas a equipe fez mais – bem mais – e sobrou ao construir com autoridade e quase sem sustos uma vitória por 3 a 0 sobre o Cruzeiro, quarta-feira (04), no Beira-Rio.

O placar agregado de 4 a 0 é a prova viva da supremacia colorada durante quase todos os 180 minutos das duas partidas da semifinal. E serve para relegar de vez ao passado a eliminação para o Flamengo nas quartas de final da Libertadores, uma semana atrás.

O Inter volta a disputar uma final de Copa do Brasil depois de uma década com ânimo e confiança resgatados para enfrentar o Athletico nos dois duelos da decisão, em 11 e 18 de setembro. Tudo graças a um jogo perfeito em termos táticos, técnicos e de postura. Mais uma amostra de que a equipe está tarimbada e pronta para fazer – e vencer – enfrentamentos deste porte.

“Buscamos tecnicamente esta recuperação. Este é o caminho para conquistar. Agora, temos a oportunidade do título. O torcedor pode ter certeza que este grupo, com qualidade e comprometimento, dará mais do que seu máximo para buscar este título. O Inter joga como campeão todos os jogos desde que estou aqui”, disse o técnico Odair Hellmann.

Após encerrar o jejum de 24 jogos sem gols na vitória por 3 a 2 sobre o Botafogo, Nico López cavou seu retorno ao time para a decisão. Com o uruguaio entre os titulares, o Inter teve postura agressiva nos primeiros minutos, fruto da leitura de jogo de Odair sobre o estilo do rival, hoje comandado por Rogério Ceni.

O Inter entrou em campo no 4-1-4-1 com as linhas adiantadas para pressionar a saída de bola do Cruzeiro. Diferente do que fazia com Mano Menezes, a Raposa costuma iniciar as jogadas por baixo. Deu certo.

A equipe controlou o jogo mesmo com menos posse de bola – 57% a 43% – e impôs dificuldades ao adversário para afugentar qualquer possibilidade de pressão nos primeiros 15 minutos. O Cruzeiro, é verdade, sentiu o peso de um trabalho de pouco mais de 20 dias e “travou” por falta de uma mecânica mais bem desenvolvida. E o Inter se aproveitou disso para ditar o ritmo da partida.

A equipe tinha sempre dois jogadores bem abertos pelos lados do campo – por vezes, Nico e D’Alessandro alternavam com Patrick e Edenílson e apareciam por dentro. As ultrapassagens dos laterais permitiam triangulações e progressão em superioridade. O gol saiu da maior velocidade de transição com o camisa 7 e desse posicionamento mais aberto dos extremas.

Aos 39, Edenílson interceptou um passe e lançou Nico em velocidade pela esquerda. O uruguaio encontrou D’Alessandro do outro lado do campo. O argentino cruzou na cabeça de Guerrero, livre na pequena área.

“A gente queria estar vivo na Libertadores, mas acabou ali. Conversamos que não poderíamos nos abater. No sábado, talvez não fizemos um dos melhores jogos, mas foi o suficiente para ganhar. Deu confiança para chegar a esse jogo e saber que o Cruzeiro vinha para cima. A gente soube dar o controle para o jogo”, avalia Rodrigo Lindoso.

O gol no final do primeiro tempo esfriou qualquer possibilidade de reação do Cruzeiro na segunda etapa. O Inter recuou as linhas e se compactou com a combatividade habitual para não dar espaços ao rival. E teve velocidade nas transições ao ataque.

Com mais liberdade de movimentação para puxar contra-ataques, Nico passou a atuar mais próximo de Guerrero, por vezes caindo pela direita. Nesta movimentação, ele apareceu dentro da área e serviu o peruano com uma cavadinha. O centroavante não perdoou e fez o segundo.

A esta altura, o Cruzeiro atacava de forma desorganizada e pouco efetiva. E ainda deixava espaços na defesa. Melhor para Cuesta e Edenílson: aos 43, o zagueiro lançou o volante, que, livre no campo de ataque, teve o trabalho de apenas encobrir Fábio.

O Inter construiu sua vitória por 3 a 0 com tamanha superioridade que teve quase o dobro de finalizações que o rival – 20 a 11 – , mesmo com menos posse de bola. A classificação diante do atual bicampeão da Copa do Brasil faz a equipe mirar a final com a confiança restabelecida para os duelos com o Athletico.

“Chegamos (à final) por merecimento. Passamos pelo Palmeiras, atual campeão do Brasileirão, do Cruzeiro, atual bi da Copa do Brasil. Precisamos nos superar”, salientou o vice de futebol Roberto Melo.

Inter e Athletico fazem os dois jogos da final da Copa do Brasil nos dias 11 e 18 de setembro. Os mandos de campo serão definidos em sorteio nesta quinta-feira (05), às 15 horas.

Antes, o Colorado concentra forças no Brasileirão. Neste sábado (07), às 19 horas, a equipe recebe o São Paulo no Beira-Rio, pela 18ª rodada.

 

Com Globo Esporte

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