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Esportes Temporada histórica

Jorge Jesus, o português que devolveu a alegria ao Flamengo

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(Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

A histórica temporada do Flamengo, finalista da Copa Libertadores e a um passo de faturar o Campeonato Brasileiro, não se explicaria sem a chegada do técnico português Jorge Jesus, que mudou a dinâmica da equipe desde que assumiu o clube mais popular do país em junho.

Em 2018, Jesus aceitou o seu primeiro trabalho fora de Portugal para comandar o Al Hilal, da Arábia Saudita, durante um ano e meio. Após seis meses sem equipe, aceitou o desafio de dirigir o Flamengo em meados deste ano, em meio à desconfiança que gerou a chegada de um técnico estrangeiro no fechado futebol brasileiro.

Jorge Jesus, porém, não precisou de muito tempo para conquistar seus jogadores e a torcida rubro-negra. Com um futebol ofensivo, rápido e de muita intensidade, o Flamengo deslanchou, desbancando o então líder Palmeiras e encadeando um turno inteiro sem perder no Campeonato Brasileiro.

“Me parece que chegou ao Brasil sem nenhum medo de assumir riscos, porque a metodologia dele de trabalho e a forma como ele arma taticamente a equipe, com uma intensidade de jogo muito alta, com a linha defensiva jogando adiantada, com a pressão no adversário muito forte pela retomada da bola, no momento atual do futebol brasileiro, são comportamentos muito contraculturais”, analisou para a AFP Carlos Eduardo Mansur, colunista de O Globo.

Outros aspectos introduzidos no Flamengo pelo ‘Mister’, como é carinhosamente chamado, são uma maior intensidade nos treinos e ter acabado com o famoso rodízio usado por muitas equipes brasileiras, que costumam poupar seus jogadores titulares várias vezes na temporada alegando a preservação dos atletas devido ao calendário lotado e às grandes distâncias percorridas no Brasil.

 

REFERÊNCIAS

Na hora de armar suas equipes, Jorge Jesus tem duas referências: o Milan de Arrigo Sachi da década de 1980, por sua tática, e o Barcelona de Johan Cruyff dos anos 1990, por seu futebol ofensivo e vistoso.

Com um 4-1-3-2 como esquema favorito, Jesus conseguiu tirar o melhor de seus jogadores, principalmente dos atacantes Gabriel Barbosa, o ‘Gabigol’, e Bruno Henrique, artilheiro e vice do Campeonato Brasileiro que se tornaram as duas referências do time e tiveram as ótimas atuações pelo Flamengo premiadas com convocações para a seleção brasileira.

Gérson, o maestro do meio de campo rubro-negro, Willian Arão, que foi de vilão a herói para a torcida, e Vitinho, uma ótima opção saindo do banco, também cresceram sob o comando do português.

Podendo contar com força máxima na final da Copa Libertadores contra o River Plate, às 17 horas deste sábado (23) em Lima, Jesus tentará agora se tornar o segundo técnico europeu a conquistar a competição continental, após o croata Mirko Jozic (Colo Colo, 1991) e o segundo treinador estrangeiro a vencer o Brasileirão, feito que somente o argentino Carlos Volante conseguiu em 1959 com o Bahia.

 

Com Gazeta Esportiva

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