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Esportes William Dumke

Jovem rondonense se destaca como piloto de arrancadas

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Desde 2014, William Dumke venceu diversas provas de arrancada (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

Emoção, concentração, velocidade, adrenalina a mil. Acelerar uma máquina que esbanja potência, exclusivamente preparada para cortar os 201 metros da pista em menos de sete segundos, chegando a quase 200 quilômetros por hora, com um adversário de um lado e o muro do outro, pode não ser para qualquer um, mas certamente é para o rondonense William Dumke, de 27 anos, que cresceu ouvindo o ronco dos motores na oficina do pai e seguiu os passos do irmão Tiago nas pistas, porém em outra modalidade, a arrancada.

Com surpreendente sucesso desde as primeiras provas, William viu a paixão pelo esporte crescer a cada competição e troféu conquistado. “Meu pai é mecânico e sempre teve paixão por performance automotiva. Cresci no meio do automobilismo, vendo ele mexer em gaiola cross e logo vendo meu irmão Tiago correndo de Marcas N. Quando fiz 18 anos ganhei meu primeiro carro, um Gol GTS turbo, que tive até final de 2019. Minha primeira prova foi com ele em 08 de fevereiro de 2014 e de cara fui campeão da minha categoria. Nesse momento eu vi que não iria parar por aí. Após essa primeira vitória comecei a participar das arrancadas em Cascavel, os famosos ‘Rei da Pista’, e sai campeão por duas vezes seguidas deste evento”, recorda.

 

Vitórias

Os bons resultados no início da carreira levaram William a ingressar no cenário de pilotos com destaque em nível estadual. “Já participei por quatro anos do Campeonato Paranaense de Arrancada, no qual a maioria das provas é realizada na pista de Toledo, que é uma das melhores do Brasil. Infelizmente não consegui andar em todas as etapas, mas nas que fui fiquei em 1º lugar na minha categoria. Participei também do Campeonato Sul-Brasileiro, que me deu a oportunidade de andar numa arrancada em outro Estado, em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, onde fiquei em 2º lugar na minha bateria, mas no campeonato fiquei em 1º”, prossegue o piloto, enumerando a lista de títulos.

Desde 2014, William Dumke venceu diversas provas de arrancada (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

 

Armageddon

Em novembro, William Dumke teve a chance de disputar a maior competição de sua carreira, a 6ª edição do Armageddon, no Autódromo Internacional de Curitiba, que reuniu os 128 carros mais rápidos do Brasil. “O Armageddon foi o evento de maior expressão que participei. São os 128 carros mais rápidos do Brasil disputando um prêmio de R$ 60 mil para o campeão. Consegui ir bem até onde deu. Havia apenas quatro vagas abertas e 16 carros competindo por elas. Fui escolhido pela lista que represento, que é a Área 45, para disputar uma destas quatro vagas. Fomos para Curitiba sem saber se andaríamos no Armageddon, pois se não passássemos dos 16 poderíamos carregar o carro e voltar embora. Graças à constância do nosso carro, conseguimos avançar e conquistar uma das quatro vagas. A disputa era por mata-mata e no sorteio enfrentei logo de cara um Chevette que é o rei da Área 41, de Curitiba, carro bem mais veloz e estruturado do que o meu, e caí fora. Mas, pelo carro que tenho hoje, por todas as circunstâncias e os carros que conseguimos vencer durante o mata-mata da classificatória, fiquei mais do que satisfeito”, comemora o rondonense.

No Armageddon, evento de maior expressão que William participou (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

Alinhado para a largada na Lista 45: concentração e adrenalina a mil (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

 

Futuro

Com o fim da temporada 2021, William já trabalha no planejamento dos novos objetivos a serem alcançados. “Para os próximos anos na arrancada almejamos melhorar o carro em relação a peso/potência e na questão de durabilidade. Quanto a competições, desejo participar de mais provas fora da região, andar em outros Estados, como São Paulo, Minas Gerais e na pista do Velopark, em Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul, que é o sonho de qualquer piloto. Algumas pistas já divulgaram o calendário para 2022. Ainda estamos avaliando quais provas participaremos, mas a intenção é participar do máximo possível”, almeja.

Ele revela ainda que projeta, futuramente, correr também em outras modalidades. “Nunca tive contato andando em circuito, mas num futuro não muito distante, se tudo der certo, pretendo andar em circuito também. Eu me apaixonei pela arrancada desde o começo porque não há limite para erro. É claro que em nenhum esporte você pode ficar errando o tempo todo, mas na arrancada são sete segundos ou menos, então se não for tudo perfeito, não há chance de recuperação. Já andei de kart, é uma categoria muito legal e que exige bastante do piloto, e também pretendo andar mais profissionalmente um dia”, afirma.

 

Susto

A relação constante, e intensa, com o perigo das pistas já fez com que William passasse por um momento desagradável, mas nada que pudesse frear o rondonense. “Já tive um acidente sim, no começo de 2019, na pista de Maripá. Tive um problema no freio traseiro do meu carro e uma roda acabou travando, fazendo o carro rodar e bater contra o muro. Carregamos o carro e trouxemos de volta para a mecânica, arrumamos o que deu para fazer o carro andar e continuar participando da prova. Mas jamais passou pela cabeça desistir ou deixar a arrancada”, garante.

 

Potencial, custo e segurança

Único rondonense que integra a lista da Área 45, formada pelos 20 melhores pilotos de arrancada da região, William, hoje na 15ª posição, acredita que o Marechal Rondon tem potencial para crescer na modalidade. “Hoje existem mais alguns carros na cidade andando na arrancada ou que estão sendo montados e que têm grande potencial de andar também. Creio que o que nos impede de termos mais carros e pilotos andando e representando a cidade é a escassez de oficinas especializadas em performance e o alto custo das peças. Meu carro mesmo nós fazemos a parte da mecânica na empresa da família, e o acerto da injeção programável quem faz é um tuner de Cascavel”, expõe.

“Hoje uma preparação básica pra conseguir competir sem se incomodar varia de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Tudo depende do resultado que almeja. Quanto mais potência e menor tempo, maior o custo. Em uma prova você gasta de R$ 150 a R$ 300 de inscrição, dependendo da pista e da premiação. Contando com despesas de viagem, combustível do carro e alimentação, varia de R$ 600 a R$ 1 mil por prova, se for numa pista próxima, é claro”, detalha.

Além dos custos básicos de preparação e logística, outro ponto fundamental é com relação à segurança, e nisso o piloto afirma não economizar. “Os equipamentos de segurança que são necessários para quem está começando são cinto de segurança, capacete e blusa de manga comprida, não necessariamente macacão. Porém, por se tratar de segurança, eu, particularmente, não economizo. Tenho um capacete bom, meu carro possui ‘santo antônio’, que é a gaiola de proteção, cinto quatro pontas, uso sapatilha e calças apropriadas para o esporte, além de protetor cervical, tudo para se um dia chegar a ter um acidente estar o mais protegido possível”, ressalta.

William com a irmã Tais, a sobrinha Izzie, o irmão Tiago e o pai Kuni: velocidade no sangue da família (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

 

Apoio

Aos 27 anos, William Dumke tenta trabalhar também nos bastidores para fazer com que a arrancada seja vista sob um viés salutar e também apoiada pelo Poder Público. “Na minha visão falta um pouco de incentivo por parte do município, sim, mas creio que isso ocorre por ser um esporte com a imagem muito negativa na sociedade por causa dos ‘rachas de rua’, que, muitas vezes, são praticados por pessoas que não têm nenhuma ligação com a arrancada. Essa imagem poderia ser melhorada com a conscientização dessas pessoas, até porque temos pista perto para andar, com valores acessíveis e com toda a segurança necessária para a prática do esporte. O Poder Público poderia incentivar de alguma forma, como fazem em outros esportes, seja com divulgação, verbas, apoio e suporte aos pilotos, etc”, opina, enaltecendo a parceria dos familiares e amigos que colaboram para o sucesso do piloto nas pistas. “Tem, sim, a ‘piazada’ que me ajuda aqui. Além do meu pai Cunibert e meu irmão Tiago, tem o Jefferson Bombassaro, o Alexandre Fachin, o Celso Marciniak, o Allan Stiehl, o João Lorenzi, o Julien Dumke e o Vinícius Moriggi. Esses são os que sempre ajudam e estão juntos nas provas. O Ricardo e o Rogério Kremer são os mecânicos da empresa que dão suporte quando precisamos”, cita, agradecendo o suporte das empresas Kunicar Centro Automotivo, Sorasa Truck Center, Art Con Empreendimentos, Moriggi Andaimes e Locações e LS Pré-Moldados.
Para ficar por dentro das provas e acompanhar a carreira de William Dumke, a página do Instagram do piloto rondonense é @gol_1721.

Gol GTS turbo, carro que William correu até o final de 2019 (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

William ao lado de amigos e parceiros no Armageddon, no Autódromo Internacional de Curitiba (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)

 

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