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Álcool em festa infantil não é legal! – por Mário Alberto de Melo

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“Ensina à criança o caminho que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele” Pv 22.6

 

Um dos fatos mais fantásticos em relação às crianças é que elas estão em processo de aprendizagem e formação constante. Isso não significa que são uma folha em branco, ao contrário, existe um processo de construção de conhecimento geralmente ligado àquilo que elas percebem da vida dos adultos.

 

CONTEXTO CULTURAL

Em nosso contexto cultural, o alcoolismo está muito presente. As festas e reuniões familiares são regadas a bebidas e o universo do alcoolismo coexiste com o universo das crianças. Elas crescem nesse meio e, muitas vezes, são geradas por pais que consomem bebida alcoólica.

De igual forma, é muito comum os aniversários infantis serem muito mais voltados para público adulto, que leva suas crianças, do que para as crianças de fato, pois é considerado “normal” haver uma cervejinha.

Claro, cada um precisa saber seu limite e sua maneira de ser, mas é preciso lembrar que está comprovado que as crianças aprendem mais pelos exemplos do que pelo discurso.

O versículo Bíblico acima diz que se ensinarmos à criança um caminho, uma direção, com certeza ela saberá como andar e, quando for velho, continuará nesse caminho. Isso serve tanto para elementos positivos e saudáveis como para elementos negativos e insalubres.

 

PROBLEMÁTICA

É fato que filhos de pais que consomem bebidas alcoólicas têm de quatro a oito vezes mais chance de se tornarem alcoólatras do que filhos de pais abstêmios ao álcool. Além disso, o consumo de bebida alcoólica pode ser a porta de entrada para outros vícios, o que se torna um problema, já que, por ser um hábito cultural e familiar, o consumo muitas vezes ocorre dentro das próprias casas.

O consumo de bebida alcoólica, muitas vezes, está ligado à afirmação da masculinidade: “homens bebem”, ainda que esse pensamento seja retrogrado, inconscientemente.

Crianças cujos pais consomem bebidas alcoólicas têm tendência de terem baixos rendimentos acadêmicos. Isso porque falta supervisão nas tarefas e acompanhamento escolar na primeira infância, e uma vez que o ensino na primeira infância é negligenciado, a base comum necessária para que se segue fica comprometida.

Crianças de pais que consomem bebidas alcoólicas estão vulneráveis a perigos maiores, pois muitos acidentes de trânsito são causados por uma combinação fatal: bebida e volante.

Ao mesmo tempo, o consumo de bebida alcoólica é responsável pela crise financeira em muitas famílias e isso pode acarretar consequências, como má nutrição, falta de elementos básicos para a vida, separação e falência financeira.

Outro problema que pode ser observado é em relação às intrigas familiares e brigas entre parentes, principalmente em festas e confraternizações. Lembrem-se, geralmente, nesses eventos, onde se encontram, a bebida traz à tona diferenças pessoais, que em um contexto de sobriedade não estariam em evidência.

Atualmente, existe uma cultura “gourmet” de fabricação artesanal de bebidas. Essa cultura tem um lado positivo, do resgate de receitas e culturas, contudo há de se ter cautela. Da mesma maneira, as propagandas de bebida são regadas de imagens fantasiosas de uma falsa felicidade.

 

SOLUÇÃO

A solução real passa pela conscientização pessoal e sacrifício individual de cada pessoa. É preciso saber o que é legal e conveniente em um ambiente infantil. Precisamos lembrar que as crianças não são apenas o nosso futuro como também são a nossa continuidade. Que possamos, com prudência e responsabilidade, lidar com elas em todos os níveis.

 

Mário Alberto de Melo é professor, formado em Teologia, especialista em Psicologia e Transtorno de Personalidade e membro da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) – Congregação Luterana Alvorada

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