Geral Passo importante
Brasil vai receber certificação oficial de país livre da aftosa
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) vai declarar todo o Brasil livre de febre aftosa com vacinação na quinta-feira (24), algo almejado há décadas por governos e pelo setor produtivo. “É um passo importante para nossas exportações poderem superar barreiras não sanitárias na área de carne bovina”, diz Carlos Márcio Cozendey, embaixador brasileiro junto a organizações internacionais em Paris.
A medida é importante porque vários países de peso na cena internacional, como Indonésia, Coreia do Sul e outros países asiáticos, bloqueiam a entrada da carne brasileira por não aceitarem produtos de um país no qual apenas alguns Estados e regiões são considerados livres da doença com vacinação.
Embora a decisão da OIE não obrigue que países importadores reconheçam o novo status brasileiro, criará dificuldades para que os mais protecionistas expliquem barreiras existentes ou novas à carne bovina brasileira.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, participou no domingo (20) da abertura da assembleia da OIE e, em discurso, disse que “o novo status sanitário (…) representa o reconhecimento da vitória de uma longa e dura trajetória de muita dedicação de pecuaristas e do setor veterinário oficial brasileiro”. A próxima etapa será o Brasil ser declarado livre de aftosa sem vacinação, algo que poderá acontecer até 2023. Em 2007, Santa Catarina foi reconhecida pela OIE como a primeira zona livre de aftosa sem vacinação do Brasil.
Erradicação
Conforme o Ministério da Agricultura, o país conseguiu erradicar a febre aftosa, com vacinação, em todo o território nacional no fim do ano passado. Em dezembro, o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa) reconheceu que o feito foi alcançado por áreas do Amapá, de Roraima e por grande parte do Amazonas e áreas de proteção no Pará.
A expectativa é que, a partir de maio de 2019, Acre, Rondônia e municípios do Amazonas e de Mato Grosso, comecem a suspender a vacinação. A previsão do Ministério da Agricultura é que os pecuaristas parem de vacinar seus rebanhos depois de maio de 2021.
1º registro oficial
O primeiro registro oficial de aftosa no Brasil foi em 1895, no Triângulo Mineiro, após casos na Argentina, Chile e Uruguai. Segundo a pasta, os focos na América do Sul coincidiram com a importação de animais da Europa à época do surgimento da indústria frigorífica brasileira.
Com assessoria