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Calor extremo na sexta-feira levará sistema elétrico argentino ao limite

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(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O sistema elétrico da Argentina será levado ao limite na sexta-feira. Será o pior dia da onda de calor no país. A cidades de Buenos Aires pode superar a máxima de ontem de 41,1ºC que foi a segunda mais alta da história da capital argentina que possui 117 anos de dados meteorológicos. A área com temperatura acima de 40ºC será enorme e atingirá quase todo o Centro e o Norte do território argentino.

Ontem, o abastecimento de energia de cerca de 700.000 usuários foi interrompido na região metropolitana de Buenos Aires devido a falhas técnicas descritas como “massivas” no sistema elétrico. Moradias, lojas, indústrias e escritórios administrativos foram afetados por interrupções “em linhas de alta tensão” e “em máquinas da Central Puerto (geração de energia)”, destacou um informe a Entidade Reguladora de Eletricidade (ENRE).

“Estas falhas produziram um corte de aproximadamente 1.800 MW. Estima-se que cerca de 700.000 usuários e usuárias estão afetados pelo evento”, informou o ENRE em seu boletim da tarde. O número de clientes atingidos equivale a quase três milhões de pessoas. A empresa de energia Edenor culpou incêndio em residência que atingiu linha de alta tensão para explicar o apagão, mas a entidade reguladora afirmou que a origem foi a demanda recorde de energia pelo calor.

Na região metropolitana de Buenos Aires vivem ou trabalham cerca de 15 milhões de pessoas em um país de 45 milhões de habitantes. As duas empresas concessionárias do serviço elétrico em Buenos Aires e seus conglomerados urbanos vizinhos reportaram falhas técnicas. A normalização do abastecimento de energia foi gradativa na região. O pico da demanda de luz foi registrado às 13h com 9.800 MW.

O enorme apagão registrado durante a tarde de ontem na Área Metropolitana de Buenos Aires (AMBA) tomou com surpresa o governo argentino que minimizou o episódio como “contingência” que não se repetirá. Na Casa Rosada, de acordo com meios argentinos, o clima era de mal-estar pelo blecaute que atingiu a capital argentina e sua área metropolitana.

Fontes oficiais da Casa Rosada explicaram ao jornal La Nación que desde a semana passada já se trabalhava com a perspectiva de uma enorme onda de calor e em grande parte da Argentina, o que desencadeou uma série de reuniões para supervisionar o tema e mitigar o impacto do que poderia suceder. Os envolvidos no planejamento garantiram à reportagem do jornal que “tudo estava preparado para não ocorresse esse tipo de falha”.

As fontes ouvidas disseram que havia “garantias” que não ocorreria um apagão e que foi feito um esforço a partir do Sistema Nacional de Gestão Integral do Risco (SINAGIR) para responder à onda de calor que tem como característica distinta que as temperaturas são altas em todo o país. “Calor de 40ºC faz sempre no verão, mas esta onda atinge grande extensão do país”, disse a fonte.

Em comentário sobre o blecaute, o analista Diego Cabot escreve no La Nación que “foi colapso do setor energético que não surpreendeu a ninguém”. De acordo com Cabot, “todos os players do setor sabiam perfeitamente que a rede metropolitana não está preparada para suportar mais demanda. Fez calor em janeiro, com grande parte dos usuários em férias, com muitas residências fechadas, e apesar dessas mitigações, nas primeiras horas da onda de calor, o atendimento foi interrompido. Tudo teria sido pior em dezembro, fevereiro ou março, com mais população nas áreas de cobertura das empresas Edenor e Edesur”, escreveu.

 

Com Metsul

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