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Defesa sanitária intensifica fiscalização de trânsito de cargas
Carina Ribeiro/OP |
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Profissionais pretendem ampliar a fiscalização de trânsito animal na região, visando garantir a sanidade das cargas vivas |
As divisões de Defesa Sanitária Animal e Vegetal da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) estão intensificando na região de Marechal Cândido Rondon a fiscalização do trânsito de cargas.
De acordo com o chefe da Seab local, Nilson de Freitas Gouveia, as equipes da unidade estão ampliando os pontos de formação de barreiras-volante para realizar a fiscalização. Além de promovermos esse controle nas rodovias, também passaremos em breve a formar barreiras em estradas do interior da região, adianta.
Segundo ele, o objetivo é aumentar o controle da circulação de doenças e pragas em animais e vegetais.
Na manhã de ontem (31), os profissionais da Defesa Sanitária montaram barreira junto à Polícia Rodoviária Federal de Quatro Pontes, na BR-163. Trata-se de um local estratégico, tendo em vista o grande fluxo de veículos de carga e o acesso intermunicipal, interestadual e até internacional, observa.
No trabalho desenvolvido ontem, o resultado foi avaliado como positivo. Foram fiscalizados dezenas de veículos, sendo que a maioria deles portava a documentação exigida, garante o médico veterinário.
Mesmo com a constatação positiva, ele afirma ser de conhecimento das autoridades a falta de vacinação de planteis da região contra doenças como brucelose e tuberculose. Por este motivo, o órgão pretende desenvolver um trabalho continuado de fiscalização.
Outro ponto checado durante as abordagens é a quantidade do plantel. O controle do número de animais é muito importante para a Seab, já que é utilizado para estabelecimento de metas de vacinação dos rebanhos, explica.
Conforme o responsável, caso a contabilidade animal não esteja adequada e os índices de vacinação almejados não sejam atingidos, a Seab não descarta promover auditoria de rebanho, ocasião em que os profissionais fazem a contagem de animais nas propriedades.
Vivas
De acordo com Gouveia, os motoristas que realizam transporte de cargas vivas precisam levar consigo a Guia de Trânsito Animal (GTA). Nela constam informações sobre origem e destino animal, vacinas e exames que atestam a sanidade do plantel. A orientação é de que os produtores somente adquiram animais que possuem a guia, pois é uma garantia da sanidade e evita proliferação de doenças, recomenda.
Ele lembra que a GTA visa evitar a transmissão de doenças de caráter emergencial, tais como aftosa, raiva, New Castle, Influenza (aves) e peste suína, entre outras.
Nesta semana, a Seab recebeu denúncia de que estaria ocorrendo a venda de frangos de forma irregular, sem a guia. Somente animais de matrizeiros podem ser comercializados, ressalta, lembrando que a atividade avícola é muito representativa na economia da região, sendo que um problema de sanidade poderia comprometer os agronegócios e até mesmo interferir negativamente na exportação da produção.
Vegetais
A fiscalização de barreira também abrange as cargas de vegetais. Conforme o engenheiro agrônomo da Defesa Sanitária, Ricardo Moraes Witzel, o principal foco do trabalho é a fiscalização de mudas clandestinas de todas as espécies. A circulação deste tipo de muda pode representar a transmissão de doenças e pragas para outras plantas, justifica.
Ainda estão sendo vistoriadas cargas de frutas cítricas, já que estas podem conter cancro cítrico, que oferece risco de contaminação de pomares comerciais.
O motorista que realiza o transporte deste tipo de carga precisa apresentar a Permissão de Transporte Vegetal (PTV), documento que garante a sanidade de plantas, verduras e frutas. Cargas em circulação sem esse documento podem render autuação ao responsável, alerta.
Devido ao período de vazio sanitário de soja, os profissionais da Seab também conferem a forma de transporte deste tipo de carga, já que é vedado até 15 de setembro que os grãos sejam despejados nas beiras de rodovias, mesmo que involuntariamente.