As autoridades brasileiras estão processando o pedido de extradição de Alexandre Rodrigues Gomes, filho do deputado paraguaio Eulalio “Lalo” Gomes, assassinado em uma operação policial no Paraguai. Alexandre, preso desde o ano passado em Pedro Juan Caballero, é procurado pelo Brasil para responder a acusações de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e participação em uma organização criminosa.
A juíza Lici Teresita Sánchez, do Paraguai, determinou na segunda-feira (24) a prisão de Alexandre Rodrigues Gomes, com o intuito de permitir sua extradição para o Brasil. Essa medida foi tomada em resposta a uma solicitação das autoridades brasileiras, que investigam o envolvimento de Alexandre em uma grande rede de narcotráfico internacional.
De acordo com o Mandado Interlocutório (MI) nº 253, emitido pelo Poder Judiciário paraguaio, Alexandre é procurado pelo Tribunal Federal de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. Ele é acusado de crimes descritos na Lei nº 11.343/2006 (tráfico internacional de drogas), na Lei 9613/98 (lavagem de dinheiro) e na Lei nº 12.850/2013 (organização criminosa).
O documento também estabelece que Alexandre deverá participar de uma audiência de identificação, agendada para esta sexta-feira (28), às 09 horas, via videoconferência. Ele está atualmente detido no Centro Penitenciário de Reintegração Social “Martin Mendoza”, em Emboscada, no Paraguai. Após a audiência, Alexandre deverá fornecer um número de telefone para contato com o tribunal.
O pedido de extradição foi motivado por investigações feitas pelas autoridades brasileiras, que indicam que Alexandre estava envolvido na importação de cocaína para o Brasil, além de enviar remessas de drogas para outros países. As investigações apontam que ele utilizava métodos sofisticados para esconder a origem do dinheiro proveniente dessas atividades ilícitas, o que resultou em benefícios financeiros significativos tanto para ele quanto para outros envolvidos no esquema.
Alexandre, conhecido no meio policial como narcotraficante com uma vasta rede de operações tanto no Brasil quanto no Paraguai, é acusado de ser responsável por envios regulares de drogas utilizando aeronaves. Ele também estaria envolvido em uma organização criminosa armada, que opera no tráfico internacional de drogas, atuando na logística e colaborando com outros membros da rede.
O Caso de Eulalio “Lalo” Gomes
Alexandre Rodrigues Gomes foi preso no dia 19 de agosto de 2024, durante a operação antidrogas chamada “Pavão II”, realizada pelas forças de segurança do Paraguai. Essa operação, que investigava uma rede de tráfico de drogas envolvendo o Paraguai e o Brasil, terminou com a morte de seu pai, Eulalio “Lalo” Gomes. O deputado, que era aliado do ex-presidente paraguaio Horacio Cartes, foi morto em um suposto confronto com policiais da Secretaria de Investigação de Crimes Organizados (SIU) em Pedro Juan Caballero, cidade que fica na fronteira entre o Paraguai e o Brasil.
O caso ganhou grande repercussão devido à morte do deputado e ao fato de que, além de ser político, “Lalo” Gomes estava envolvido em diversas controvérsias relacionadas ao crime organizado. A morte de Gomes e a prisão de seu filho, Alexandre, chamaram a atenção para a forte ligação entre traficantes e políticos na região de fronteira.
Catve com ABC Collor
Clique aqui e participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp
