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Geração de energia elétrica a partir de resíduos sólidos urbanos – por Ellen Simão

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Foto: Arquivo pessoal

No tempo em que vivemos, a energia elétrica é essencial para a vida humana. Eestá presente em praticamente todas as atividades cotidianas (SNEDDEN, 1996).

Conforme a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), juntamente com o Ministério de Minas e Energia (MME) apud PACHECO (2006), se o consumo de energia elétrica continuar aumentando, o Brasil precisará investir cerca de R$ 125 bilhões para que haja demanda suficiente de energia sem que tenha o risco de apagões, usando mais energia do que as fontes geradoras podem fornecer, sendo necessário o uso de fontes alternativas, que impactem menos no meio ambiente e que não se esgotem (GOLDEMBERG; VILLANUEVA, 2003).

O meio ambiente está sendo afetado e por mais que nem todos percebam, o ser humano também. O clima está alterado, gases tóxicos e poluentes estão sendo emanados em excesso, águas se tornaram ácidas (INATOMI; UDAETA, 2008). Medidas foram tomadas, como o incentivo pelo uso de fontes alternativas, uma lei para reutilização de resíduos foi implantada, mas muito ainda precisa ser feito (PNRS, 2012).

Os tipos de fontes alternativas são variados. Entre elas está a utilização de resíduos sólidos urbanos (GOLDEMBERG; LUCON, 2006) produzidos em demasia pelo homem, que possibilita a geração de energia elétrica (BARROS, 2012).

Quando produzimos lixo, dificilmente pensamos no seu destino final, nos impactos ambientais que acarretam ou quanto tempo aquele lixo ainda vai existir (SCHALCH et al., 2002). Considerando que o homem é absolutamente incapaz de não produzir resíduos, foram implantadas diferentes formas para lidar com o problema, entre elas a compostagem e incineração (BARROS, 2012).

A partir delas é possível obter o biogás, um combustível produzido pela decomposição da matéria orgânica sem a presença de oxigênio (ROYA, et al., 2011). Após um processo controlado de combustão, o biogás é transformado em energia mecânica, podendo ativar um gerador que produz energia (ROYA, et al., 2011). Esse procedimento já é realizado em diversos países (DRUMOND, 2019). De acordo com o Anuário Biomassa e Energias Renováveis (2013), 30% do lixo orgânico produzido pelas grandes cidades são sólidos; 70% desses têm potencial para se tornarem biogás, visto que são sólidos voláteis.

Um biodigestor com eficiência de 50% pode produzir em média 0,72m³ por kg de sólidos voláteis. Para produção de 1m³ de biogás se faz necessário 13,23kg de lixo orgânico, equivalente a 0,61L de gasolina ou 0,45L de gás de cozinha (OLIVER, 2008).

As vantagens do uso de biogás são inúmeras. Praticamente todos os setores têm opiniões positivas sobre o assunto. Por exemplo, do ponto de vista ambiental, ele polui minimamente a atmosfera, contribuindo para o desaceleramento do aquecimento global, no setor sanitário o uso de biodigestores pode de certa forma ajudar ou sanar problemas de saúde da população, que são causados por microrganismos parasitas presentes nos dejetos (ROYA, et al., 2011). (SCHWANGART, 2013). Na última década, o Brasil chegou a produzir aproximadamente 150 mil toneladas de lixo por dia. Mesmo com todo o conhecimento, quase nada dos resíduos brasileiros são transformados em energia (BUENO, 2018).

O uso de resíduos sólidos para geração do biogás como fonte de energia já está sendo usado Brasil afora, apresentando inúmeras vantagens para todos os setores e fácil produção. Ponderando a preocupação de redução da quantidade de resíduos e a preservação do meio ambiente, espera-se que o uso do biogás continue sendo explorado não apenas como fonte de energia, mas todas as suas aplicabilidades. Pode-se afirmar que investir no uso do biogás é investir no futuro do planeta.

 

Ellen Simão é graduanda de Engenharia Civil da Universidade Paranaense, campus Toledo. Ela está fazendo seu trabalho final de curso sobre geração de energia elétrica, a partir do biogás, aplicado a residências.

ellenmayaara.s@gmail.com

 

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