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Low carb: um novo estilo de vida

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Tema principal quando o assunto é dieta, o carboidrato muitas vezes é apontado como vilão, especialmente pelas mulheres. Todavia, ele exerce papel de grande importância na alimentação, sendo uma das principais fontes de energia, estando presente em alimentos como pães, massas, arroz, frutas e legumes. Mais do que fornecer energia, trata-se de um nutriente fundamental para realizar inúmeras funções metabólicas.

Embora seja confundido com uma dieta, um novo estilo de vida, baseado em uma alimentação em baixos níveis de carboidrato, vem conquistando adeptos na região. Trata-se do low carb. O objetivo? Emagrecer! O público que tem aderido em peso a este tipo de alimentação é o feminino, geralmente na faixa de 25 a 40 anos e que tem o hábito de praticar atividades físicas e esportivas.

A fonoaudióloga Cinthia Mara Johanns, adepta do low carb desde 23 de junho de 2016, diz que optou por esse estilo de vida porque fez dieta a vida toda com acompanhamento médico e nutricional, tomou remédios para emagrecer, mas não conseguia superar o efeito sanfona. “Eu emagrecia, mas depois engordava. Quando eu soube do low carb pelo Instagram e Snapchat, conheci uma nutricionista pelo Snapchat e passei a segui-la e comecei a estudar o assunto. Não tive acompanhamento nutricional, apenas recebi dicas e pesquisei sobre elas”, conta a entrerriense.

O foco de Cinthia, além do emagrecimento, é melhorar a saúde e a disposição. “O low carb exige uma adaptação do corpo. Eu vivi alguns efeitos colaterais no início, como nervosismo, dores de cabeça, necessidade de consumir doce, mas pouco a pouco o meu corpo foi se acostumando até se tornar um hábito”, relata.

Cinthia eliminou a farinha branca e o açúcar branco e reduziu outros alimentos, pois o low carb se constitui basicamente em consumir carne e vegetal. “A gente fala que pode comer tudo o que for bicho e planta, sem restrição, portanto a opção vai para legumes com baixo teor de carboidrato”, expõe.

Ela comenta que na fase inicial de emagrecimento consumia de zero a 50 gramas de carboidrato por dia, sendo que no período de manutenção aumentou de 50 a 100 gramas por dia. Cinthia avalia que, após adotar a alimentação low carb, inúmeros benefícios estão sendo observados, como melhora na disposição e na alegria, além de um sono reparador. “Antes eu buscava prazer na comida, quando hoje busco satisfação em outras coisas, como um passeio, uma visita ou atividade física”, salienta.

Decidida a emagrecer e melhorar sua qualidade de vida, Cinthia começou por conta própria e nos três primeiros meses não fez consulta médica, período no qual eliminou em torno de 12 quilos. A partir de então, a nutricionista que Cinthia segue sugeriu a realização de exames. “Levei ao endocrinologista, fiz eles e desde o início eliminei 30 quilos. O médico indicou polivitamínico, continuo seguindo o low carb, mas nos fins de semana eu mudo o cardápio e como pizza ou arroz e logo depois volto ao estilo de vida. Eu não me adaptaria mais à alimentação que tinha anteriormente”, revela.

 

Restrições alimentares

Quando se fala em dieta, seguir o que algumas pessoas postam nas redes sociais é perigoso, alerta a nutricionista rondonense Keli Lang Schäfer. “Cada pessoa tem uma particularidade e necessidade. Por exemplo, o meu organismo é diferente do de outra pessoa. Também deve ser considerada a questão do exercício físico, bem como o fator emocional de conseguir levar essas dietas e estilos de vida para frente”, enfatiza.

No caso do low carb, Keli diz que este estilo de vida geralmente é adotado por mulheres determinadas e que sabem exatamente o que desejam, mas pondera que o correto é fazer uma reeducação alimentar. “Esse tipo de alimentação prevê certas restrições, o que exige adaptação e força de vontade. Além disso, certos cuidados, pois será necessário colocar certos alimentos no lugar daqueles que não serão mais ingeridos, que é da onde viriam determinados nutrientes”, pontua.

O emagrecimento, de acordo com a nutricionista, virá estimulado pelo aumento na queima de gordura devido à diminuição da ingestão de carboidratos que, por sinal, são fontes primárias de energia. “A gordura armazenada em excesso vai ser fonte de energia, porque não terá mais carboidrato ou terá ingestão reduzida. Se há reserva, se a pessoa está acima do peso e gordinha, essa queima realmente acontece. Será preciso paciência. Talvez no início seja mais sofrido, aí vem a fase de adaptação, em que a pessoa sente consequências como dores de cabeça, mau humor, indisposição, alteração do sono. Por isso não se deve cortar o carboidrato, mas, sim, diminuir aos poucos para o corpo se adaptar”, orienta.

Conforme a nutricionista, a interessada em aderir ao low carb deve fazer bateria de exames antes e depois de um ano para conhecer os prejuízos e benefícios e avaliar se é interessante manter tal estilo de vida. “Alguns pacientes que têm esse monitoramento sentem mais dificuldade no início, contudo a longo prazo apontam benefício com a redução de farinha branca, a exclusão de industrializados e do açúcar, pois veem melhora na disposição e no sono, desde que aliado ao exercício físico”, pontua.

Para finalizar, Keli reforça que a falta de carboidrato ocasiona mau humor, indisposição, dificuldade de concentração, queda de unha e cabelo fraco. “O excesso aumenta gordura corporal, porque fornece energia, então vai se acumular, gera excesso de peso, problemas cardiovasculares e síndrome metabólica. Por isso o acompanhamento se mostra fundamental”, ressalta.

 

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