Fale com a gente

Geral Atípico

Lua vermelha chama atenção em Marechal Rondon e região: o que aconteceu?

Publicado

em

(Foto: Divulgação)

A quinta (1°) e a sexta-feira (02) tiveram um fim de tarde atípico. Houve relatos em várias cidades do centro-sul do país de que o céu ficou alaranjado e o calor extremo causou um cenário infernal. Ao cair do sol no horizonte, a Lua cheia surgiu no céu com um aspecto alaranjado que logo tomou um tom vermelho sangue. Logo as imagens começaram a circular na internet e diversas teorias surgiram como crenças religiosas, poluição atmosférica e até associaram com a Lua de sangue (fenômeno astronômico).

A coloração avermelhada da Lua pode ser consequência da fumaça das queimadas que estão ocorrendo no Pantanal, Amazônia, Paraguai, Bolívia e norte da Argentina. Os aerossóis gerados pelas queimadas são injetados na troposfera, por volta de 2 a 8 km de altitude, e são transportados pelos ventos até chegar no centro-sul do Brasil e em outros países da América do Sul. O efeito é causado pelo contato entre a luz do Sol (refletida pela Lua) e as partículas de fuligem suspensas na atmosfera.

A luz viaja do sol até a lua, onde é refletida em direção a atmosfera da Terra. A luz parece branca, mas na verdade é composta por muitas cores diferentes e cada uma delas possui um diferente comprimento de onda (a luz pode ser tratada como uma onda eletromagnética). Ao interagir com a atmosfera, a luz sofre espalhamento e as cores começam a se destacar. Esse processo depende da profundidade de ar atmosférico que a luz vai atravessar. Uma atmosfera mais densa, com poluição, partículas de queimadas e de erupções vulcânicas, permite que o tom avermelhado fique mais intenso.

Este fenômeno ocorre frequentemente com a luz do sol que chega diretamente à atmosfera da terra no amanhecer e no entardecer, pois nesses horários o sol está no horizonte e a luz precisa atravessar uma densa camada de ar até chegar aos nossos olhos. Geralmente, a poluição atmosférica intensifica esse fenômeno do amanhecer e entardecer.

Os focos de queimadas estão em alta neste ano de 2020. Brasil, Bolívia, Paraguai e norte da Argentina estão diariamente passando pelo mesmo problema. No Brasil, até o fim de setembro, foram identificados 18.259 focos de incêndio no Pantanal, 45,6% a mais que os 12.536 verificados em todo o ano de 2005, o pior até então. Só no mês passado foram 8.106 focos de calor – o pior setembro desde o início da série histórica. A máxima anterior – 3.963 – havia sido registrada em 2004. Na Amazônia, a situação também é preocupante: o bioma já registrou 76.030 focos de incêndio nos nove primeiros meses de 2020, se aproximando dos 89.176 identificados em todo ano passado. Em setembro, foram 32.017 – a segunda pior marca da década, perdendo apenas para 2017 (36.569).

 

Com Tempo.com

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente