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Menina do interior do Paraná é aprovada em seleção para participar de escola do Ballet Bolshoi

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Luna na seleção para a Escola do Teatro de Bolshoi, em Dois Vizinhos (Foto: Franciele Fedrigo Ferronato/Arquivo Pessoal)

Era 2016 quando a menina Luna Fedrigo Ferronato, de 11 anos, moradora de Pranchita, cidade do Sudoeste do Paraná, com menos de seis mil habitantes, descobriu o mundo da dança.

Os cabelos castanhos ganharam coques. As roupas ficaram mais leves para não impedir os movimentos da nova bailarina, e os pés se acomodaram em sapatilhas.

A vontade de voar mais alto a cada passo de plié apareceu mais forte há poucos dias.

A menina foi uma dos 47 alunos selecionados para estudar na Escola do Teatro Bolshoi, em Joinville (SC). A companhia de dança é uma das maiores do mundo e a escola é a única que fica fora da Rússia.

 


Luna Fedrigo Ferronato no início das aulas de balé em 2016, em Santo Antônio do Sudoeste (Foto: Franciele Fedrigo Ferronato/Arquivo Pessoal)

 

Sem grandes pretensões, a bailarina disse que sempre quis “só dançar”.

Foi a primeira vez que Luna Ferronato participou da seleção. O índice de candidatos por vaga chegou a 116 e, segundo a menina, o resultado foi uma surpresa.

“Eu só pensava que queria dar o meu máximo. Mas tinha muitas meninas e foi mesmo um choque quando descobri que passei”, contou.

Conforme Ferronato, os pais a acompanham até os ensaios de balé no município vizinho, em Santo Antônio do Sudoeste, também no sudoeste, duas vezes por semana.

 

Luna foi uma das crianças selecionadas para estudar na Escola de Teatro de Bolshoi, em Joinville (SC) (Foto: Franciele Fedrigo Ferronato/Arquivo Pessoal)

Na cidade onde mora não tem escola de dança e, por isso, a aprovação é ainda mais significativa.

“Aqui na minha cidade não conhecem a cultura do balé. Se eu conseguir carregar essa cultura comigo vai ser uma conquista muito grande”, explicou.

A mãe Franciele Fedrigo Ferronato comemorou o desempenho da filha. Ela disse que a família está estudando a ideia de mudar de Estado pelo futuro da pequena.

As aulas de balé clássico começam em 2020, em Joinville.

“Fiquei tremendo, é muita emoção. Não tem como perder uma chance dessa. Tem tanta gente que faz o teste várias vezes e não consegue”, contou.

Com a simplicidade de criança, a bailarina ainda deixou um recado para os concorrentes que não conseguiram a bolsa de estudos na Escola de Teatro de Bolshoi:

“Que eles não parem de tentar, porque todos são bons, todos tem uma chance. Eles devem continuar persistindo, porque todos tem um talento que pode estar escondido”.

Balé no interior
De acordo com a criança, a escola de balé onde ela estuda não é grande. Mesmo assim, confirmou que lá tudo é feito com amor pela dança e esse é o diferencial.

A professora de dança Tainara Oliveira contou que o centro de artes surgiu por causa do incentivo de muitas pessoas.

Segundo Oliveira, ela ia parar de dar aula em Santo Antônio do Sudoeste e voltar para Dois Vizinhos, ambas no Sudoeste do Estado. Mas os pais das crianças se organizaram para não deixar isso acontecer.

“Os pais se uniram, conseguiram um espaço e me pagaram para continuar dando aula. Eles queriam que a dança continuasse na cidade”.

De acordo com a professora, na cidade pequena o trabalho é mais difícil. Ela contou que precisa explicar para alguns alunos e pais que a apresentação final é apenas uma parte de todo o processo. “Algumas crianças só viram balé em algum desenho, na TV”, contou.

Luna Ferronato é um exemplo, segundo a professora. Em Santo Antônio do Oeste, poucos sabiam o que era o Ballet de Bolshoi e agora, com a história da bailarina, aprenderam sobre dança.

“Para nós foi um presente. Eu fico muito orgulhosa, porque ela saiu de uma escola pequena. Luna ter saído daqui, de uma cidade do interior, vai ser exemplo para incentivar outros alunos”, revelou a professora.

 

Com G1 PR

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