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O cooperativismo e o crescimento do agronegócio paranaense – por Dilceu Sperafico

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(Foto: Divulgação)

O crescimento do agronegócio paranaense é fruto de fatores naturais, como solo fértil, topografia favorável, clima generoso e abundância hídrica, de iniciativas acertadas de agentes e instituições públicas e entidades e empresas agrícolas, somadas à tradição, vocação, dedicação, visão e tecnologia dos produtores rurais.  

Entre as ações decisivas para o melhor aproveitamento do potencial produtivo do Estado se destacaram o fortalecimento e a modernização de cooperativas e empresas agropecuárias, visando o fornecimento de insumos, equipamentos, orientação técnica e mercado seguro e compensador aos agricultores.

As cooperativas, mesmo já sendo as maiores responsáveis pela transformação e exportação de alimentos do Paraná, estão anunciando investimento recorde de R$ 3,8 bilhões ao longo de 2020, dos quais mais de 90% em unidades localizadas no próprio Estado e o restante no Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

O volume de investimentos será dividido entre 216 grandes, médias e pequenas cooperativas agropecuárias integrantes da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), sendo 75% superior aos recursos aplicados em 2019 e quase o dobro da média dos anos anteriores da última década, totalizando cerca de R$ 2 bilhões.

Conforme dirigentes do Sistema Ocepar, a maior parte dos investimentos, ou R$ 2,1 bilhões, será destinada às diversas cadeias produtivas da agroindústria paranaense.

Desse total, mais de 3/4 dos recursos serão concentrados na transformação da soja, ou R$ 524 milhões, enquanto R$ 449 milhões serão destinados ao abate de aves, R$ 380 milhões ao abate de suínos e R$ 271 milhões à produção de lácteos.

De acordo com estimativa da instituição, cerca de 35% dos investimentos ou R$ 1,35 bilhão serão destinados à infraestrutura de armazenagem, logística e produção e distribuição de energia elétrica, utilizando fontes alternativas.

Atualmente as cooperativas agropecuárias do Paraná já respondem por mais de 50% da capacidade estática de armazenagem de grãos, carnes e derivados do Estado, totalizando 16,1 milhões de 31 milhões de toneladas, segundo o Sistema Ocepar. Com o investimento previsto para este ano, o objetivo é ampliar essa capacidade em 10%, atingindo a 17,7 milhões de toneladas.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os investimentos do setor devem elevar a produção da indústria de alimentos, que em 2019 teve sua maior expansão anual, de 8,8%, na comparação com 2018. O levantamento do instituto abrangeu o abate de animais e produção de carnes e derivados, pescados, biscoitos, achocolatados, balas, condimentos, massas, pães, sucos concentrados, óleos, laticínios, alimentos à base de milho, trigo, arroz, café e açúcar, entre outros setores, em todo o Estado.

Maior produtor de carne de frango, com abate recorde de 1,87 bilhão de aves em 2019, o Estado também busca liderança nacional na produção e exportação de carne suína e derivados.

Para isso, estão colaborando muito cooperativas agropecuárias e grandes agroindústrias do Oeste do Estado, aproveitando a capacidade dos produtores rurais da região na transformação de proteína vegetal em proteína animal e contribuindo para superação da crise da Covid-19 em benefício de toda sociedade, paranaense e brasileira.

 

Dilceu Sperafico é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

dilceu.joao@uol.com.br

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