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Geral Frente fria

Por que a quinta-feira foi de vendavais, chuva intensa, inundações e estragos no Sul do Brasil? Risco de tempestades continua

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(Foto: Reprodução/Twitter)

Temporais com chuva intensa e vendavais causaram estragos no Sul do Brasil nas últimas horas. Rajadas de vento próximas ou acima de 100 km/h foram registradas no Norte do Rio Grande do Sul, no Oeste e no Meio-Oeste de Santa Catarina e ainda no Oeste do Paraná. As tempestades trouxeram ainda raios e chuva muito intensa com alagamentos e transbordamento de rios.

Uma das cidades mais castigadas pelo tempo severo foi o município catarinense de Campos Novos, atingido por rajadas de vento superiores a 100 km/h. A ventania chegou a virar uma carreta que estava estacionada em um posto de combustíveis na BR-282. Além da carreta, o vento levou abaixo placas e equipamentos do posto.

O temporal provocou ainda o destelhamento em casas e empresas, além de queda de árvores na pista e em veículos, conforme o jornal Notícias do Dia. O município chegou a ficar sem energia elétrica, mas a luz já foi reestabelecida. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil foram acionados e trabalham na distribuição de lonas, remoção dos galhos e reparos.

“Foi um susto grande”, descreveu o motorista Gabriel Conrad ao portal ND+. O profissional informou que estava na cabine do caminhão tombado pela força do vento em Campos Novos quando do vendaval. Foram questões de segundos, informou. “Só percebi que o caminhão levantou. Tomei um susto, mas já tinha pessoas vindo me tirar de dentro. Ainda tinha bastante vento”, disse o motorista que não teve ferimentos.

No Oeste de Santa Catarina, um raio atingiu uma residência no começo da manhã desta quinta-feira, causando danos e assustando os moradores que recém tomavam o café da manhã. O episódio ocorreu na localidade de Nova Erechim. A descarga elétrica durante o temporal danificou equipamentos que chegaram a explodir.

 

A quanto chegou o vento

Estações automáticas do Instituto Nacional de Meteorologia e da Epagri-Ciram registraram rajadas de vento de 108 km/h em Campo Novos (SC), 100 km/h em Campo Belo do Sul (SC), 94 km/h em Pinhal da Serra (RS), 85 km/h em Urupema (SC), 82 km/h em Joaçaba (SC), 79 km/h em Marechal Cândido Rondon (PR), 72 km/h em São Miguel do Oeste (SC), e 69 km/h em Santo Augusto (RS).

 

Chuva traz inundações

A chuva intensa que atingiu muitas cidades do Sul do Brasil causou transtornos. A rodovia SC-161 foi interditada para a passagem de veículos após um rio transbordar na tarde desta quinta-feira (24). O trânsito está bloqueado na divisa entre os municípios de Flor do Sertão e Romelândia, no extremo Oeste de Santa Catarina.

Houve alagamentos no município de Chapecó. A base de um muro desabou no bairro São Cristóvão. Equipes da Defesa Civil precisaram isolar a casa devido ao risco de o muro cair sobre a residência. Em outro ponto, um barranco cedeu em um local onde estava sendo escavado e, segundo a Defesa Civil, havia risco de novos deslizamentos. Os municípios de São Miguel do Oeste, Maravilha, Seara e Pinhalzinho também anotaram alagamentos.

Volumes muito altos de chuva foram registrados no Centro e na Metade Norte do Rio Grande do Sul com acumulados acima de 100 mm em diversas regiões e marcas isoladas acima dos 200 mm. Choveu muito, por exemplo, no Noroeste, Médio e Alto Uruguai, nas Missões, Alto Jacuí, no Centro-Serra, na Serra e em áreas mais ao Norte da Grande Porto Alegre e do Vale do Paranhana.

Pontos de medição do Centro Nacional de Previsão de Desastres (Cemaden) registraram até a tarde de hoje 224 mm em Santa Rosa, 180 mm em Redentora, 178 mm em Ijuí, 163 mm em Horizontina, 151 mm em Entre-Ijuís, 127 mm em Caxias do Sul, 121 mm em Soledade, 113 mm em Fontoura Xavier, 105 mm em Passo Fundo, 103 mm em Nova Petrópolis, e 102 mm em Igrejinha e também em Três Coroas. Dezenas de outras cidades monitoradas pelo órgão anotaram entre 50 mm e 100 mm.

Já estações do Instituto Nacional de Meteorologia apontaram 166 mm em Frederico Westphalen, 140 mm em Santo Augusto, 126 mm em Palmeira das Missões, 113 mm em Soledade, 101 mm em Serafina Correa, e 100 mm em Ibirubá. Na Grande Porto Alegre, a chuva foi mais volumosa no setor mais ao Norte da região metropolitana. O acumulado chegou a 88 mm em Campo Bom. Com isso, a chuva deste mês na cidade do Vale do Sinos atinge 200,6 mm, muito acima da média histórica mensal de 122,4 mm.

 

Por que a chuva e os temporais?

Os altos volumes de chuva e os temporais foram consequência inicialmente de um sistema de natureza convectiva associada a ar quente e úmido de baixa pressão atmosférica no dia de ontem. Hoje, a instabilidade aumentou quando uma frente fria avançou pelo Sul do Brasil com ar quente trazido em sua dianteira por uma corrente de jato (vento) em baixos níveis da atmosfera. Esta frente fria está associada a um ciclone no Centro da Argentina.

 

Risco de mais chuva forte e tempestades

O risco de chuva localmente forte e de temporais persiste nesta sexta-feira no Sul do Brasil, nos estados de Santa Catarina e, especialmente, do Paraná. A frente fria segue atuando na região e novas nuvens carregadas se formam. A instabilidade avança com chuva e tempestades também para São Paulo e o Mato Grosso do Sul.

No Rio Grande do Sul, segue a possibilidade de chuva e garoa em parte do Estado. Ainda chove e garoa no Norte e no Nordeste gaúcho, incluindo a Serra, Alto Uruguai, Planalto, Grande Porto Alegre e Litoral Norte. Na segunda metade do dia, a nebulosidade diminui nestas áreas e o tempo melhora. No Centro, Oeste e no Sul o dia tem sol. No extremo Sul gaúcho, a circulação ciclônica pode trazer mais nuvens e chuva passageira com rajadas de vento em parte do dia.

 

Com Metsul

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