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Procura por crédito agrícola deve aumentar até 20%

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em

Maria Cristina Kunzler
O movimento nas instituições financeiras está intenso na busca de crédito agrícola, como é o caso no Banco do Brasil: a cada ano agrícola taxa de juros se torna mais atrativa

 

Agricultores de Marechal Cândido Rondon já estão iniciando a semeadura da safra 2011/2012. A estimativa é que mais de 50% do sucesso da lavoura é consequência de um plantio muito bem feito, aliado com o uso de sementes sadias com vigor e alta qualidade genética, fertilizantes adequados e cultivo em melhores condições possíveis. Neste contexto, o produtor rural pode respaldar o seu investimento e a sua safra com as linhas de crédito do custeio agrícola, seja para milho, soja ou mandioca. A orientação é do engenheiro agrônomo da Agrícola Horizonte, Renato Wiebrantz.
Segundo o profissional, as lavouras financiadas contam com juro especialmente baixo e podem ser protegidas com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). “Com o financiamento agrícola, o agricultor pode comprar os insumos à vista, o que representa uma diminuição nos custos de produção. Para prover os recursos necessários para o plantio, a orientação é para que o agricultor não arrisque com dinheiro do próprio bolso, pois a lavoura é uma indústria a céu aberto sujeita a adversidades climáticas”, afirma.

Wiebrantz menciona que no grupo da agricultura familiar, que é a grande maioria em Marechal Rondon, o financiamento de até R$ 10 mil pode ser contratado com juro de 1,5% ao ano, R$ 20 mil de 3% ao ano e entre R$ 20 mil e R$ 50 mil a 4,5% ao ano. “A lavoura plantada com o crédito do financiamento agrícola dá segurança e tranquilidade. Para isso, o agricultor precisa ter a análise de solo atualizada, destacando que esta deve ter menos de dois anos. O projeto de financiamento pode ser encaminhado até o dia 30 de setembro, mas o ideal é que seja antecipado para o dia 20”, menciona.
Além da taxa de juro acessível, o engenheiro agrônomo comenta que no caso da agricultura familiar existe outro benefício: a garantia do preço mínimo. “Quando o mercado opera com preço abaixo do mínimo, quem faz a contratação do custeio agrícola tem a oportunidade de conseguir receber o preço mínimo. Hoje o mercado de grãos está operando acima do preço mínimo e as commodities estão com preços excelentes, porém, nunca se sabe como será no futuro”, destaca.

Projeção de 20%
Em Marechal Rondon, o Banco do Brasil liberou na safra 2010/2011 o montante de R$ 62,6 milhões, sendo que o total de contratos foi de aproximadamente 1,8 mil. No ano agrícola 2011/2012 já houve um aumento de 7% em relação aos valores, mas a expectativa é que este número ainda seja ampliado para até 20%, conforme projeção da agência bancária. “A procura por custeio agrícola tem o pico entre setembro e outubro. É possível fazer a contratação em qualquer momento, mas o ideal é que ocorra antes do plantio”, afirma o gerente da instituição financeira local, Luiz Carlos Siqueira.
Segundo o profissional, houve bastante contratação do chamado pré-custeio, quando o banco libera o dinheiro antecipadamente para que o agricultor possa comprar insumos com um preço mais atrativo. “De julho em diante o agricultor só vem ao banco para formalizar alguns detalhes como Proagro e a cobertura do seguro agrícola, pois o dinheiro já está na conta. Isso facilita porque o produtor rural consegue buscar os melhores preços, pois agora é a hora da maior procura e os preços podem dar uma oscilada para cima”, salienta.
Na avaliação do gerente do Banco do Brasil, o agricultor está mais preocupado em contratar o financiamento agrícola até mesmo para contar com seguro. “Isso dá certa tranquilidade de garantir a safra. Existe também série de mitigadores de risco, em que não corre o risco de perder tudo o que investiu na lavoura”, conclui Siqueira.

Taxas mais atrativas
A Sicredi Costa Oeste também está com uma grande estimativa de crescimento no custeio agrícola, na qual pode chegar a 20%. Além da renovação automática com crédito pré-aprovado para o associado que já havia contratado o benefício no ano passado, a cooperativa está realizando várias novas operações, sejam de associados que estão migrando de outras instituições financeiras ou de agricultores que não faziam o custeio agrícola antes.
Na avaliação do gerente da unidade sede da Sicredi Costa Oeste, Gilson Metz, está havendo um aumento considerável na contratação do crédito agrícola em função de que o produtor rural pode contar com o seguro e com taxas de juros cada vez mais baixas. “O associado acaba, muitas vezes, visualizando que um eventual desconto na compra de insumo compensa pelo juro baixo que paga no financiamento. Se torna vantajoso e no sentido geral é extremamente crescente a demanda por crédito rural. A cada ano agrícola, quando o governo lança as linhas, está havendo redução de taxas e isso ocasiona uma maior procura”, enfatiza, acrescentando: “Na Sicredi o associado que contratou o crédito agrícola no ano passado tem a comodidade de ter o crédito pré-aprovado neste ano, o que torna o processo mais ágil e com menos burocracia. Além disso, existe o fator segurança por contar com seguro em caso de alguma intempérie climática”, salienta.

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