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Proteção social pode preparar trabalhadores para a quarta revolução industrial

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(Foto: Divulgação)

Em artigo recém-publicado pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG, na sigla em inglês), o professor da Universidade de Londres Terry McKinley analisa os impacto da chamada quarta revolução industrial no mercado de trabalho e o papel das políticas sociais neste novo cenário.

Mckinley vê nos programas de proteção social voltados à capacitação de mão de obra o potencial para frear os impactos negativos da revolução digital nos mercados de trabalho. Em relação às políticas sociais com foco na transferência de renda, políticas de treinamento e desenvolvimento humano seriam mais eficazes para evitar que a automação tenha consequências nefastas nos índices de desemprego e nos salários.
Em artigo recém-publicado pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG, na sigla em inglês), o professor da Universidade de Londres Terry McKinley analisa os impacto da chamada quarta revolução industrial no mercado de trabalho e o papel das políticas sociais neste novo cenário.

O texto analisa como a proteção social pode colaborar para que as mudanças de paradigma nos meios de produção — que contribuem para gerar desemprego e acentuam as desigualdades — sejam menos traumáticas para a sociedade.

De acordo com um relatório publicado pelo McKinsley Global Institute em 2017, cerca de 60% dos postos de trabalho disponíveis atualmente são passíveis de automação. Assim, em um cenário de mudanças lentas, 10 milhões de postos de trabalho poderiam deixar de existir até 2030. No caso de uma automação mais acelerada, o número pode chegar a 800 milhões de postos extintos nos próximos dez anos.

Mckinley vê nos programas de proteção social voltados à capacitação de mão de obra o potencial para frear os impactos negativos da revolução digital nos mercados de trabalho. Em relação às políticas sociais com foco na transferência de renda, políticas de treinamento e desenvolvimento humano seriam mais eficazes para evitar que a automação tenha consequências nefastas nos índices de desemprego e nos salários.

Apesar da eliminação de muitas das ocupações que conhecemos hoje, a indústria 4.0 também será responsável por criar milhões de novos postos de trabalho. Um relatório da consultoria Gartner de 2017 aponta que as inovações no setor produtivo têm o potencial de gerar mais empregos do que aqueles que deixarão de existir.

Para Mckinley, os programas de proteção social são importantes ferramentas para garantir a estabilidade dos mercados de trabalho. Para preencher as vagas que serão criadas e evitar que o desemprego seja a principal marca da revolução digital, é preciso investir na capacitação e no desenvolvimento dos trabalhadores.

Panorama
Muitos países já estão colocando em prática políticas e programas de qualificação da mão de obra como uma maneira de se preparar para as mudanças que virão. O Fórum Mundial Econômico, por exemplo, desenvolve, desde 2017, iniciativas de capacitação e treinamento em parceria com os governos de Argentina, Índia, Omã e África do Sul.

No Brasil, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mantém, desde 2017, um Grupo de Trabalho que reúne mais de 50 instituições, entre governos estaduais e municipais, empresas e representantes da sociedade civil, para debater temas ligados à indústria 4.0. O SENAI também atua na requalificação de trabalhadores e gestores por meio do desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais.

 

Com Nações Unidas

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