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Marechal Calorão

Região Oeste vive um dos setembros mais quentes dos últimos anos

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Termômetro em média tem ficado na casa dos 38ºC no começo das tardes desta semana em Marechal Rondon, seguindo as altas temperaturas do fim de semana (Foto: Joni Lang/OP)

O inverno ainda nem terminou e o calor já deu as caras, deixando a impressão de é que o verão que se aproxima, e não a primavera. As altas temperaturas registradas nos últimos dias na região Oeste, inclusive, já refletem até no comércio.

“No sábado (07) e no domingo (08) foram atendidas em média 400 comandas por dia, sendo que para cada comanda há mais de uma pessoa a ser servida na mesa, então o movimento explodiu com o calorão do fim de semana”, comenta a sócia-proprietária da Sorvetes Guri, Eliane Wiellens.

E quem acha que os termômetros vão parar de subir se engana: o Paraná pode registrar temperaturas acima de 40ºC na próxima semana.

De acordo com o meteorologista Reinaldo Kneib, do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), os últimos dias foram extremamente quentes não só no Oeste, mas no Paraná como um todo. “Em grande parte desta semana e nas próximas teremos temperaturas bastante elevadas. Nós passamos por uma massa de ar quente e seco, então o predomínio do sol faz a temperatura aquecer mais rápido. Além disso, o vento que sopra da região amazônica para o Sul do país faz o calor aumentar. Não é só o Oeste, mas praticamente todo o Estado do Paraná vivencia esta massa de ar quente. Isto vai continuar nos próximos dias, portanto o mês de setembro inicia com algumas características da primavera, ou seja, com o predomínio de dias mais quentes”, comenta.

Ele avisa que setembro será mais seco quando comparado a outubro, novembro e dezembro, meses em que vai chover com mais regularidade. “É normal que os dias sejam bastante quentes porque a umidade do ar ainda está baixa. A presença constante e o brilho do sol acabam aquecendo mais a atmosfera, o que torna comum a gente ter temperaturas extremamente elevadas no mês de setembro. Até aqui não houve nenhuma quebra de recorde se a gente comparar com os anos anteriores, porém, ao considerar o inverno, é possível que os dias mais quentes tenham sido domingo e ontem”, frisa.

 

Meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib: “A tendência é começar a existir variação de nebulosidade, de modo que diminui o calor das tardes, essas ondas próximas dos 40º. Contudo, não há no horizonte nenhuma onda intensa de ar frio para a região Oeste” (Foto: Divulgação)

 

POUCA CHUVA

Kneib enaltece que havia a possibilidade de uma frente fria avançar sobre o Paraná nesta sexta-feira (13), todavia não deve provocar chuvas expressivas, como as registradas nos dias 31 de agosto e 1º de setembro. “Nós esperamos o aumento da intensidade do vento, a baixa da nebulosidade e alguma chuva passageira. Ao longo de setembro, quando tiver mais umidade atmosférica, a tendência é começar a existir variação de nebulosidade, de modo que diminui o calor das tardes, essas ondas próximas dos 40ºC. Contudo, não há no horizonte nenhuma onda intensa de ar frio para a região Oeste”, expõe.

O meteorologista diz que existe um indicativo de pequenos períodos de chuva na segunda quinzena de setembro, todavia, não serão formados com boa qualidade, visto que setembro geralmente é um mês mais seco. “A primeira semana coloca este mês em um dos setembros mais quentes dos últimos anos, uma vez que as altas temperaturas estão ligadas à massa de ar quente que se estabeleceu no Estado, a esses ventos oriundos do quadrante Norte do país. É preciso aguardar a segunda quinzena porque um período pode ser muito quente, enquanto no outro reverte o sinal”, pontua.

 

CALOR SEVERO

Em relação ao Oeste, Kneib menciona que por ora está mantido o tempo extremamente seco, sendo que a primavera e o verão não devem ser marcados por fenômenos de grande escala, como El Niño e La Niña, que alteram as condições climáticas, o comportamento médio da estação. “A gente espera que as chuvas comecem a se tornar frequentes a partir do mês de outubro, estando normalizadas em novembro e dezembro em termos de volume de precipitações. Embora a primavera não seja marcada por grandes variações, a gente espera o retorno das chuvas e prevê que o calor continue bastante severo ao longo da estação”, enaltece.

Ele explica que uma estação ser mais quente não significa que na próxima será mantido o padrão. “Os fenômenos são diferentes e as situações se alteram. O verão se torna mais quente do que o inverno por ter mais horas de sol, no entanto, ao que tudo indica, o verão será muito quente e chuvoso, o que é típico da estação”, salienta.

No que tange à baixa umidade relativa do ar, que ontem (09) estava na faixa de 30% em Marechal Rondon, o meteorologista destaca que no mês de setembro haverá vários dias consecutivos com umidade abaixo do recomendado, principalmente devido à atuação da massa de ar seco. “A umidade relativa do ar vai regularizar a partir do momento em que houver mais frequência de frentes frias, com áreas de instabilidade que se formam a partir da segunda quinzena de setembro e, principalmente, outubro”, enfatiza.

Kneib afirma que o inverno deste ano tende a se posicionar como um dos mais secos dos últimos anos. “Chuva em agosto só no final do mês, mas houve outros anos tão secos quanto este”, ressalta.

 

FLORADA DOS IPÊS

(Foto: Joni Lang/OP)

 

O calorão fora de época não tem animado somente os comerciantes rondonenses, caso de Eliane, que viu a sua sorveteria praticamente dobrar em termos de atendimentos nestes primeiros dias de setembro, em comparação com agosto. A florada dos ipês pelas ruas da cidade anunciam a chegada da primavera, chamam a atenção dos moradores e encantam pela beleza da natureza.

 

 

Calor tem levado rondonenses a praticar stand up paddle no Lago Municipal: atividade é convidativa em dias quentes (Foto: Joni Lang/OP)

 

 

Com as altas temperaturas dos últimos dias, sorveterias rondonenses registraram aumento no número de clientes (Foto: O Presente)

 

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