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Geral CADEIA PRODUTIVA

Sanidade é o maior patrimônio do suinocultor, aponta debate

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Foto: Divulgação

O maior valor que qualquer granja produtora de suínos possui está além da sua estrutura física e abrange especialmente a sanidade. E esta não é uma conquista individual, mas da união de todos os elos da cadeia produtiva, do poder público e da iniciativa privada, apontou os debates da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura da FAEP, realizada na sede da entidade, em Curitiba, no dia 19 de setembro.

Estiveram na pauta do encontro, que reuniu líderes sindicais e suinocultores de diversas regiões do Paraná, diversos outros aspectos, como os custos de produção, fim da vacinação contra febre aftosa no Estado e as oportunidades abertas com o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. Um panorama de cada região também fez parte.

O presidente da CT de suinocultura, Reny Gerardi de Lima, enfatizou a máxima de que o valor das propriedades rurais, hoje, é ilusório se não houver o reconhecimento internacional de que o Paraná tem um sistema sanitário forte e organizado. “Somos produtores conscientes, formadores de opinião, temos que ajudar a superar cada desafio para continuarmos avançado. Nosso investimento mais importante é em sanidade, temos que ter animais sadios lá dentro das nossas granjas. Isso que temos que incutir na cabeça dos nossos colaboradores e mostrar ao mundo que essa é a nossa maior preocupação todos os dias”, recomendou Gerardi.

A médica veterinária do Sistema FAEP/SENAR-PR Nicolle Wilsek, apresentou aos participantes o levantamento de custos de produção, realizado com base nos dados do mês de junho. A técnica também enfatizou o papel da sanidade para que a produção de suínos siga uma trajetória de desenvolvimento. “Hoje, nós sabemos que o produtor não é um mero cuidador de animais, é um empresário, que visa qualidade, sanidade, qualificação e conhecimento. Temos que reconhecer os avanços, que estamos em um patamar elevado e seguir em alerta para continuar nossa trajetória de reivindicações, que eleva a cada dia a sanidade do nosso Estado”, complementou.

Nilo Chaves de Sá, coordenador técnico comercial da Agroceres PIC, fez, em sua palestra, um panorama geral sobre para onde deve caminhar a suinocultura nos próximos anos. O especialista relembrou que o setor passa por mudanças constantes nas últimas décadas. Umas das mais significativa ocorreu no início dos anos 1990, com a ascensão dos óleos vegetais. “A partir dessa época houve uma mudança nas características dos animais. Agora não mais produtores de banha em primeiro lugar, mas de carne, e também no próprio modelo de negócio, com a expansão da integração”, recordou.

O especialista elencou que os principais gatilhos para as alterações nas características da suinocultura estão concentrados, principalmente, nas áreas de sanidade (manejos), margens menores, pressão por redução de custos, exigências dos consumidores e mercados, mão de obra e inovação em nutrição, gestão e genética. “Tudo isso vai forçar mudanças em aspectos como modelos de negócio, escala de produção, padrão construtivo e fluxo produtivo”, preveniu.

Novos mercados

O economista do Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP Luiz Eliezer Ferreira apresentou as possibilidades de acesso da suinocultura paranaense a novos mercados. Isso em especial com a possível obtenção do reconhecimento como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

O economista alertou para o fato de que o acordo entre UE e Mercosul trata mais do que uma simples relação comercial, pois a lista de exigências para os dois lados abrange várias áreas, como aspectos jurídicos, de meio ambiente, modelos de produção, sistemas tributários e uma série de outros fatores. “O objetivo é que seja um acordo de ganha ganha, com ambas as partes cedendo em determinados aspectos para que o resultado final seja benéfico para todos os envolvidos”, pontuou Ferreira.

Com Sistema FAEP

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