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Venda de vacina antirrábica em clínicas aumenta até 30%

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Carina Ribeiro/OP
Muitos pets já estão sendo vacinados antes mesmo da campanha

 

Afalta de garantia de uma data de realização da campanha pública de vacinação antirrábica de cães e gatos tem levado donos de animais a uma corrida até as clínicas veterinárias de Marechal Cândido Rondon, visando imunizar os pet.
De acordo com o médico veterinário Luiz Fernandes Formighieri, de agosto até esta semana a Veterinária Formighieri já registrou um aumento de cerca de 30% na procura pela vacina. Segundo ele, a alta se deve não somente ao atraso da campanha, que anualmente era promovida no mês de agosto pelo Ministério da Saúde, mas também ao receio que muitos donos de animais passaram a ter da vacina, já que no ano passado foram registrados vários casos de reação vacinal e até mesmo morte de cães e gatos que receberam a dose distribuída gratuitamente. “Somente em nossa clínica constatamos a morte de cinco animais”, lembra.
O fato deixou donos de pets em alerta, gerando o aumento da demanda nas clínicas particulares. “Vários animais ficaram com problema e muitas pessoas tiveram gastos com internamento. Por isso, desta vez, estão preferindo a vacina da veterinária, que é diferente da que foi oferecida na campanha”, diz.

 

 

Formighieri menciona que a vacina já é repassada fracionada para as clínicas. “São doses individuais e usamos seringas descartáveis”, detalha.
As clínicas dispõem da vacina durante o ano todo, mas a previsão do profissional é de que haja um aumento ainda maior da procura ao longo dos meses de setembro e outubro. “Acredito que vai crescer mais a procura, mas estamos preparados para atender essa maior demanda”, assegura, mencionando que a empresa realiza em média cerca de 1,2 mil imunizações antirrábicas por ano. “Além disso, donos de animais moradores de municípios vizinhos também estão nos procurando, tendo em vista que não haverá campanha nas cidades localizadas fora da área de fronteira”, observa.

Desprotegidos
O médico veterinário informa que a vacina é válida somente para um ano e que depois disso o animal passa a ficar desprotegido. “Depois de um ano ele fica vulnerável”, expõe.
Quando o cão ou gato está com a vacina vencida, ele fica sujeito a adquirir a raiva. O cão adquire o vírus quando é mordido por outro cachorro ou morcego contaminado.
A raiva é uma zoonose e por isso pode transmitir a doença do animal para os humanos. “A raiva é transmitida pela mordida do cachorro se ele estiver contaminado. A doença pode ser dissipada tanto para outros animais como para os seres humanos”, explica.
Dentre os sintomas de raiva estão agressividade e isolamento do animal, hidrofobia (não consegue tomar água), salivação excessiva (devido à dificuldade de deglutição) e posteriormente paralisia. Formighieri menciona que o caso mais recente de raiva notificado na região foi no ano passado em Umuarama.

Contato
Na visão do veterinário, o ideal seria deixar para vacinar na campanha animais mais rústicos e que possuem maior resistência, bem como aqueles cujos donos não possuem condição de pagar pela dose. “Os animais mais sensíveis sofrem muito no caso de uma reação”, constata. O custo da dose da vacina, para cães e gatos, é de R$ 22 em média.
Outra observação é o cuidado que se deve ter na vacinação em campanhas. “Às vezes se agrupam muitos animais, ou algum escapa, arranha, morde, enfim, pode haver transmissão de outras doenças como parvovirose e cinomose”, afirma.

Idade
Uma orientação de Formighieri é que não sejam vacinados contra a raiva animais com menos de quatro meses de vida. “Não se deve vacinar porque eles não criam imunidade à raiva quando são menores de quatro meses. Além disso, interfere na imunidade de outras doenças”, alerta, observando que já houve casos de imunização de animais com 40 ou 50 dias, o que é errado. “Eles ainda acabam ficando expostos à parvovirose e cinomose, sendo que devem ser vacinados contra estas doenças antes de receber a vacina antirrábica”, orienta.

Preparados
Na Clínica Veterinária do Ari também tem sido observada elevação da procura pela vacina, segundo informa o médico veterinário Paulo Giesel, de em torno de 25% a 30%. “Muitas pessoas estão com receio da vacina e muitas estão buscando informações sobre o atraso da campanha”, declara.
Além das pessoas que estão se adiantando à vacina, outros preferem esperar a distribuição gratuita das doses. Como a liberação delas ainda é incerta, as clínicas estão se precavendo. Segundo Giesel, a empresa está preparada para atender à demanda maior deste ano. “Temos um estoque maior do que em anos anteriores”, garante.
O profissional acredita que somente o atraso não deve interferir na saúde dos animais, porém ressalta que eles não podem ficar muito tempo sem receber a vacina após o período de um ano, tendo em vista os riscos da raiva. “A preocupação é ainda maior com os animais do interior, que ficam mais expostos a animais silvestres”, expressa.

Campanha
Algumas veterinárias têm registrado um movimento normal de procura pela imunização para o período, como é o caso da Campovet, segundo informa o médico veterinário Rui Tomazoni. O que aumentou, menciona, foram as indagações sobre quando será a campanha de vacinação, que está prevista para acontecer possivelmente no dia 24 de setembro na sede. Porém, a data ainda será confirmada pelo Departamento de Vigilância Sanitária.

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