O Presente
Arno Kunzler

Veto previsível

calendar_month 9 de dezembro de 2025
2 min de leitura

O Partido Progressista do Paraná, liderado pelo deputado federal Ricardo Barros, decidiu, com o apoio do presidente nacional, senador Ciro Nogueira, vetar a pré-candidatura do senador Sergio Moro pelo União Brasil ao Governo do Paraná.

Era uma decisão previsível, já que nesse espectro político se abrigam muitas lideranças que costumam estar sempre no governo, seja ele do PT ou do PL.

E o objetivo de muitos deles estarem sempre com o governo é justamente para poderem indicar seus apadrinhados políticos para cargos importantes e, às vezes, cargos com acesso ao dinheiro dos ministérios ou das empresas estatais.

O que já resultou em inúmeras denúncias, delações premiadas, prisões e até devolução de dinheiro.

Por óbvio, são pessoas que não transitam lado a lado com o senador Sergio Moro, que foi o grande algoz dos arrecadadores de recursos, das empreiteiras e dos políticos durante a deflagração da Operação Lava Jato.

Sergio Moro, se for eleito governador, não será um bom governador para muitos desses políticos.

Aí não haver nenhuma surpresa na decisão, equivocada ao meu ver, mas legítima, das lideranças que têm seus próprios interesses no governo, que, talvez, com Moro não seriam atendidos.

O que impressiona é que esse grupo vai evitar que Sergio Moro possa ser candidato a governador, mesmo tendo mais de 40% das intenções de votos em todas as pesquisas realizadas até agora.

Talvez não haja outras legendas com tempo e recursos para uma campanha majoritária para abrigar a candidatura de Sergio Moro.

Cada vez mais a política partidária no Brasil, que privilegia os caciques, se mostra equivocada e nefasta para qualquer liderança nova que não joga o jogo de interesses do seleto clube radicado no poder.

Na política, definitivamente, não há espaço para amadores, idealistas e pessoas sem tarimba para costurar acordos e proteger aliados, mesmo que sejam corruptos.

O que aos olhos de quem vê a política pelo lado de fora parece inaceitável, é normal para esses políticos e com muita desenvoltura defendem seu veto como se o senador Sergio Moro fosse um político desprezível e desqualificado.

A eleição sem o senador Sergio Moro como candidato, conforme dizem as próprias pesquisas, não será uma eleição justa, pois 40% ou mais dos eleitores não poderão votar no candidato que já escolheram, ainda que seja eleição legal e legítima.

arno@opresente.com.br

@arnokunzler

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