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Marechal Estímulo ao comércio

13º salário vai movimentar R$ 57 milhões na economia rondonense

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(Foto: Joni Lang/OP)

Os trabalhadores com carteira assinada ou concursados de instituições governamentais – ligados aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário – começaram a receber no último sábado (30) o abono especial de fim de ano, mais conhecido como 13º salário. O benefício, que é um direito dos profissionais, deve ter sua segunda parcela paga até o próximo dia 20.

O pagamento do 13º deve injetar R$ 214,6 bilhões na economia brasileira, de acordo com estimativa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Aproximadamente 81 milhões de brasileiros serão beneficiados com rendimento adicional, em média, de R$ 2.451.

Têm direito a receber o salário extra os trabalhadores do mercado formal, inclusive empregados domésticos, os beneficiários da Previdência Social e os aposentados e beneficiários de pensão da União e dos Estados e municípios. Em sua estimativa, o Dieese não leva em conta os trabalhadores autônomos, assalariados sem carteira ou quem recebe algum tipo de abono de fim de ano.

Do total estimado de R$ 214 bilhões, cerca de R$ 147 bilhões (68% do total) serão destinados aos empregados formalizados, incluindo os trabalhadores domésticos. Aposentados e pensionistas vão receber R$ 67,7 bilhões (32%).

No Paraná, os pagamentos do 13º salário de 2019 devem injetar R$ 12,6 bilhões na economia, segundo levantamento do Dieese, o que representa 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. A quantia média a ser paga aos profissionais com carteira assinada é de R$ 2.965,54. Do total pago, R$ 6 bilhões serão depositados pelo Governo do Estado.

Em Marechal Cândido Rondon, cidade com aproximadamente 53 mil habitantes, o 13º promete movimentar em torno de R$ 57 milhões na economia diante dos R$ 54 milhões no último ano. Outros R$ 15 milhões estão reservados aos trabalhadores dos municípios de Entre Rios do Oeste, Mercedes, Pato Bragado e Quatro Pontes.

 

PLANO

Os recursos que engordam o caixa no mês de dezembro passam a ser utilizados para as mais diversas finalidades, como, por exemplo, o pagamento de dívidas, compra de presentes de Natal e fim de ano, viagens, investimentos, entre outros.

A professora rondonense Maira Vanessa Bär, por exemplo, conta que vai utilizar o 13º para pagar contas e comprar presentes de fim de ano. “Se sobrar algum recurso deposito na poupança para ter uma segurança a mais no ano que vem, especialmente no início do ano”, comenta.

 

RECUPERAÇÃO

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Marechal Rondon e Região (Sindicomar) – que também abrange os municípios de Entre Rios do Oeste, Mercedes, Pato Bragado e Quatro Pontes -, Ademar Bayer, diz que os últimos anos estão sendo atípicos devido à baixa na geração de empregos. “Todavia, na nossa região não se percebe tanto este volume de desemprego quando comparado com o país”, menciona.

Bayer comenta que na última semana participou de uma reunião da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), em Curitiba, na qual foram apresentados dados revelando que houve geração de empregos no Paraná e que no Oeste a criação de postos de trabalho foi mais considerável. “A nossa microrregião possui vantagem sobre outros municípios, pois depende da produção agrícola, que se destacou nos últimos anos. Apesar da safra de soja que deve diminuir por causa da falta de chuva, isso vai refletir apenas no próximo ano. Então, podemos afirmar nesse momento um acréscimo de 5% em termos de 13º salário sobre o ano passado”, expõe.

Ele reforça que o 13º salário é utilizado para quitar dívidas, como financiamentos ou outras contas em atraso, mas também serve como investimento nas compras de fim de ano para presentear familiares e colegas nos grupos de amigo secreto, aquisições de roupas, calçados, utensílios, bem como nas ceias de Natal e Ano Novo. “É um valor extra e o cidadão se prepara para as compras devido ao salário dobrado neste período. Claro que a esperança é quitar dívidas, de cartão ou financiamento, mas muita gente investe em novos produtos, por isso a esperança de que o mercado seja beneficiado pela injeção do 13º salário”, aponta.

Conforme Bayer, há otimismo por parte da Fecomércio de que 2020 seja um ano promissor. “As coisas estão se ajeitando para que no próximo ano ocorra uma alavancada expressiva no comércio e no mercado em geral. Não será de uma visibilidade estrondosa, contudo, aos poucos, percebemos que as peças se encaixam, a produção expande e as empresas voltam a contratar, sinal de que as vendas estão por vir e serão consideráveis. Enquanto empresários, devemos acreditar, investir, inovar, trazer produtos e serviços para movimentar toda esta cadeia. Se eu tenho dinheiro para investir, se pagar salário o meu funcionário compra, ou seja, estimula o mercado e o comércio sente toda esta vantagem”, exemplifica Bayer.

De acordo com o presidente do Sindicomar, as contratações registradas em inúmeras empresas no município e na região trazem novo ar à economia, que, reitera, terá mais recursos neste fim de ano e início do próximo. “Além de compras em lojas, existe a questão das viagens. O povo daqui viaja e outros vêm de fora para cá e igualmente consomem nas empresas daqui. Isso tudo faz a roda da economia girar”, salienta, reforçando: “A expectativa é boa para este fim de ano em termos de vendas e melhores para 2020”.

 

CONFIANÇA ELEVADA

A confiança do empresário do comércio segue em elevação no Paraná. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Fecomércio PR, ficou em 123,4 pontos em novembro e cresceu 15,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na variação mensal, houve melhora de 1,6% na comparação com outubro.

O índice de confiança dos empresários paranaenses supera a média nacional, que ficou em 122,5 pontos em novembro e teve variação anual positiva de 11,6%.

O subindicador Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) apresentou a maior recuperação frente ao mesmo período do ano passado, com aumento de 39%. Neste quesito, os empresários fazem uma avaliação sobre as condições atuais da economia, do comércio e da própria atividade comercial.

Já as variáveis Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) e Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC) cresceram 8,7% na variação anual, indicando que o empresariado está confiante na melhora da economia brasileira e da atividade comercial no curto prazo.

 

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