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Marechal Política econômica

“2019 será de ajustes, com alterações a partir de 2020”, diz superintendente do Sicoob Marechal

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Diretor-superintendente do Sicoob Marechal, Anderson Wolff: “Não se pode esperar que alguém seja o ‘salvador da pátria’ e modifique a condição financeira do país neste primeiro ano de governo enquanto não houver coligações ajustadas para que isto aconteça” (Foto: Joni Lang/OP)

 

Ao que tudo indica, no que tange à política econômica o ano de 2019 deve ser marcado por ajustes, cujas propostas de liberalização da economia tendem a ser observadas mais para frente. A análise é do diretor-superintendente do Sicoob Marechal, Anderson Wolff, o qual entende ser prematuro avaliar a política econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro neste momento. “Mas, para dizer sobre índices, o que controla o mercado para nós é o nível dele e a taxa de juro, a principal delas Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia). O Copom (Comitê de Política Monetária) se manteve, então não há alteração na política monetária nacional, porque a Selic é mantida em baixa para estimular o consumo”, explica.

“As reformas que o governo pretende fazer, como da Previdência, por exemplo, devem gerar impacto no mercado financeiro porque previdência privada é um dos produtos que a gente comercializa. No tocante à expectativa em relação ao novo governo, já no ano passado, quando começaram as pesquisas eleitorais e apontaram porcentagem a favor do candidato que venceu a eleição, já se perguntava qual o cenário em 2019”, lembra, Wolff.

Ele acrescenta que na época “dizia e repito ainda hoje que 2019 é o ano de ajustes. Não se pode esperar que alguém seja o ‘salvador da pátria’ e modifique a condição financeira do país neste primeiro ano de governo enquanto não houver coligações ajustadas para que isto aconteça. Dois mil e dezenove é um ano de ajustes, com expectativa de alterações a partir do final deste ou início do próximo ano”.

 

INTERFERÊNCIA NOS JUROS

A sociedade espera juros mais baixos, contudo no Brasil continuam altos e as cooperativas não conseguem interferir para baixar as taxas. Conforme Wolff, isto ocorre porque as taxas de juros têm basicamente a função de regular o “spread” bancário. “Se olhar no passado, antes da atuação das cooperativas de crédito, as taxas de juros eram muito maiores do que hoje. Parte dessa regulação ocorreu a partir do surgimento das cooperativas, que trouxeram a um patamar menor do que era anteriormente. Hoje estão bastante achatadas e é possível baixar mais, o que já vem acontecendo”, diz.

De acordo com ele, os gráficos da taxa média de juros praticados pelos bancos e pelas cooperativas vêm em uma descendente desde o início do ano passado, no entanto não podem baixar mais neste momento devido ao custo do dinheiro. “Óbvio que se diminuírem taxas regulatórias, como Selic, concomitante se baixar CDI (Certificado de Depósito Interbancário), a remuneração da cotação financeira vai ficar menor, então precisa subir um pouco mais o percentual que se paga na remuneração para ela continuar interessante e a gente manter a condição de suprir operações de crédito. O custo dinheiro também regula as taxas de juros”, reforça.

O diretor-superintendente do Sicoob Marechal ressalta que o Brasil utiliza o sistema capitalista convencional. “Você quer receber mais pelo dinheiro e pagar menos pelo dinheiro do outro. É a mesma questão se tivesse crédito de imóvel para alugar; para quem recebe é pouco, mas para quem paga é muito. A análise é a mesma”, salienta.

Segundo Wolff, a perspectiva é de melhora nas taxas de juros e no prazo de financiamentos para investimentos, desde que as políticas monetárias e de regulação que o governo colocou no seu plano sejam cumpridas. “Até esse momento existia viés da linha com subsídio do governo, como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, no sentido de que esses juros estavam sendo direcionados para grandes indústrias do país. Se for regulado de outra forma, que parece estar integrado no plano do governo, os recursos começam a ser distribuídos de maneira mais homogênea, não só para grandes indústrias, como também para indústrias de pequeno, médio e grande porte, além de outros setores da economia”, menciona.

 

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