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Marechal Faixa etária exigida

22 mil rondonenses podem solicitar autorização para ter posse de arma de fogo

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Foto: O Presente

 

Cerca de 22 mil rondonenses estão dentro da faixa etária mínima exigida, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para solicitar autorização para ter a posse de arma de fogo. Para tanto, eles devem ter ficha limpa, aprovação em exame psicotécnico, curso de tiro, residência em qualquer Estado brasileiro e idade acima de 25 anos.

Essas exigências fazem parte dos critérios para ter a posse de arma que se tornaram mais flexíveis com o decreto assinado no último dia 15 pelo presidente Jair Bolsonaro.

Os postulantes terão apenas o direito de manter, por exemplo, um revólver em casa ou no trabalho se forem responsáveis legais pelo imóvel. A permissão para andar armado pelas ruas continua sendo restrita e não é contemplada no documento.

Todavia, a mudança nas regras já fez aumentar a procura e disparar as vendas de arma de fogo no município de Marechal Cândido Rondon.

O decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro trata da posse de armas, ou seja, o cidadão poder ter uma arma em casa ou em seu estabelecimento comercial, obedecendo critérios distintos. O decreto anterior estabelecia que o Certificado de Registro de Arma de Fogo deveria ser renovado a cada três anos, nos casos em que o Exército é responsável pela expedição, e a cada cinco anos, nas situações sob responsabilidade da Polícia Federal (PF). A nova medida, no entanto, unifica esses prazos em dez anos.

O decreto também estipula que, ao solicitar o registro, o interessado que vive ou trabalha em local com crianças, adolescentes ou pessoa com deficiência mental deve declarar possuir cofre ou local seguro com tranca para armazenar a arma.

O Estatuto do Desarmamento, de 2003, prevê pena de detenção de até dois anos, além de multa, a quem permitir que crianças, adolescentes ou pessoas com deficiência mental apanhem a arma.

 

Avaliação

O candidato que comprar um revólver ou pistola também precisa se submeter a uma avaliação psicológica que confirme que ele está apto a possuir uma arma em casa ou local de trabalho. Para ser aceito, o laudo deve ser emitido por um profissional devidamente habilitado e credenciado pela Polícia Federal.

A relação de psicólogos credenciados em todo o país está disponível no site da PF. O custo da avaliação, no entanto, é referenciado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). A tabela de honorários ainda disponível no site do conselho sugere os preços mínimo (R$ 280,87) e máximo (R$ 655,36).

A legislação estabelece a obrigatoriedade de o candidato comprovar capacidade técnica para manusear uma arma de fogo. A relação de instrutores de armamento e tiro credenciados também está disponível no site da PF, que afirma que o valor cobrado pela aplicação do teste não pode exceder R$ 80.

Os demais documentos exigidos, como as certidões negativas de antecedentes criminais e de que o interessado não está respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, podem ser obtidas pela internet, sem custos, nos sites da Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral.

Assim que a autorização estiver em mãos, o interessado terá 30 dias para comprar sua arma.

 

Investimento alto

Quanto custa uma arma? Essa é uma pergunta feita com frequência nos últimos dias e a resposta não é exata, pois há muitas variáveis que determinam o seu valor. Na Esportiva Caça e Pesca, loja em Marechal Rondon, os preços variam de R$ 1.650 para um rifle ponto 22, R$ 4,5 mil para pistolas de calibre ponto 380 e até R$ 5 mil para revólveres.

Além do valor do armamento, contudo, há as taxas a serem pagas para conseguir a posse de arma. O proprietário da empresa, Diovane Ceccato, diz que se a pessoa fizer toda essa parte burocrática por conta gastará cerca de R$ 650, incluindo a avaliação psicológica e a instrução de tiro, que são serviços oferecidos pela empresa. “Hoje o instrutor contratado é de Umuarama, mas em breve estaremos com esse serviço dentro da própria empresa, pois um funcionário já está capacitado, faltando apenas o credenciamento na PF”, informa.

As avaliações práticas são realizadas nas sextas-feiras à tarde, na Associação de Tiro Rondonense (ATR). “A avaliação da psicóloga dura cerca de uma hora e meia e é bem criteriosa, para não deixar dúvidas. Na parte prática, são no mínimo 30 minutos de tiros”, comenta Cecatto.

A aquisição de uma arma ainda envolve outros custos. É preciso, por exemplo, pagar R$ 88 à Polícia Federal a fim de obter o registro necessário para manter o revólver em casa ou no local de trabalho.

 

Número de registros

O Paraná é um dos Estados brasileiros com mais armas registradas por pessoas físicas junto à Polícia Federal. Em 2017, eram 31.380 registros ativos, o que coloca o Estado em quarto lugar no ranking, atrás apenas do Rio Grande do Sul (52.909), São Paulo (48.487) e Santa Catarina (33.392).

Para o delegado-chefe da Polícia Federal em Cascavel, Marco Smith, o novo decreto “flexibilizando” as regras não deve provocar grande aumento na procura, até porque, na visão dele, o sujeito declara que tem necessidade de possuir uma arma e, se atender aos requisitos, ele poderá ter uma arma em casa. “Já é assim. Já a comprovação da devida necessidade é feita para o porte, aí é um processo mais delicado, mas a discussão que se tem agora é apenas para a posse, para ter a arma em casa, não para levá-la consigo o tempo todo”, pontua.

 

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