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Marechal Registros aumentam

“Agendamento” de Pix e morte encomendada: saiba mais sobre os novos golpes aplicados em Marechal Rondon e região

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Delegado de Polícia Civil, Rodrigo Baptista Santos: “Prendemos vários estelionatários recentemente. Quando está dentro da nossa região e atribuição, temos conseguido bons resultados com as vítimas fazendo boletins de ocorrência” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

Novos tipos de golpe, muitas tentativas e, infelizmente, mais pessoas caindo na lábia dos golpistas. No curto espaço de 30 dias, os registros de casos de estelionato na Polícia Civil aumentaram consideravelmente em Marechal Cândido Rondon. Segundo informações do delegado da comarca, Rodrigo Baptista Santos, em dados de maio a média era de duas denúncias por semana e, atualmente, “a média é de três estelionatos informados semanalmente. De três para mais”.

Aqui, entram na contagem tanto novos golpes quanto alguns velhos artifícios dos estelionatários, como o golpe do motoboy buscando cartões, da clonagem do WhatsApp, do recebimento de nudes (a vítima acredita estar falando com uma adolescente e é acusada de pedofilia, tendo seu dinheiro extorquido), e o golpe da panela (vitima idosas que, na compra do item, têm seus cartões passados várias vezes). “Todos são casos que acontecem há bastante tempo e continuam fazendo vítimas”, lamenta Santos.

 

AGENDAMENTO DE PIX

Entre as novas artimanhas dos criminosos está o golpe do agendamento de PIX. De acordo com o delegado, este novo formato surgiu nesta semana. Ele lembra que não existe possibilidade de agendar um PIX, visto que é uma ferramenta de pagamentos instantâneos.

“O estelionatário faz uma transferência agendada para a conta da vítima, entra em contato com ela e pede que exorne o valor, falando que foi um PIX feito de forma errada. A pessoa cancela o agendamento da transferência e a vítima cai no golpe”, relata Santos, pontuando que ainda não houve registros do tipo em Marechal Rondon, contudo já há casos na região.

Nesta modalidade, a polícia percebe que geralmente são pedidos valores baixos, para que a pessoa faça rapidamente a devolução.

 

MORTE ENCOMENDADA

Outra modalidade aplicada há cerca de um mês e com casos em Marechal Rondon, aponta o delegado, é um golpe em que alguém estaria sendo pago para matar a vítima. “O estelionatário liga por meio de um número internacional, do Paraguai, ou manda mensagem. O elemento diz que recebeu certo valor, girando em torno de R$ 2 mil ou R$ 3 mil, para matar essa pessoa, mas expõe uma segunda possibilidade para a vítima, desde que ela pague o valor através de uma transferência. Alguns casos foram consumados e a vítima fez esse depósito, mas em sua maioria foram tentativas”, expõe.

Santos menciona que não há histórico de morte encomendada paga na região e tampouco de paraguaios vindos para cá matar alguém. “Não há procedência e as próprias vítimas dizem não ter desavença com ninguém, sem motivos para acreditar que alguém pagou para matá-la”, pontua.

 

GOLPE CONSUMADO

Como alertado em recente reportagem do Jornal O Presente, um dos novos golpes via WhatsApp tem acontecido há cerca de dois meses e, conforme o delegado, se tornou corriqueiro. “O estelionatário pega uma foto da pessoa, coloca no perfil do WhatsApp de um número novo e entra em contato com familiares da vítima, dizendo que teve que trocar de número e precisa de uma transferência para pagar uma conta ou algo nesse sentido. Por aparecer a foto da pessoa, as pessoas acreditam e temos registros de transferências de quase R$ 40 mil. Esse golpe tem acontecido bastante e, no geral, tem se consumado”, enfatiza.

Os valores pedidos pelos estelionatários dependem da vítima e de sua condição financeira, comenta Santos. “Eles procuram pessoas com condição financeira maior para conseguir mais ganhos. As informações são levantadas nas redes sociais”, detalha.

 

ESTRUTURAS ORGANIZADAS

A prática desses golpes saiu das prisões. Agora são realizados fora de lá, diz o delegado. “As quadrilhas montam uma estrutura praticamente de call center. São organizações criminosas especializadas nesse tipo de golpe que se aprimoraram nessa pandemia, tendo em vista o maior tempo em casa e maior uso das redes sociais e bancos virtuais”, ressalta, emendando que, mesmo com vários registros e modalidades de golpe, não há quadrilhas dessa dimensão em Marechal Rondon, visto que essas organizações costumam atuar em grandes centros.

 

COMBATE AO ESTELIONATO

Santos reforça que a denúncia de estelionato, tanto tentativas quanto casos consumados, é importante para que a Polícia Civil tenha um panorama do que acontece na cidade e possa rastrear os crimes. “Prendemos vários estelionatários recentemente. Quando está dentro da nossa região e atribuição, temos conseguido bons resultados com as vítimas fazendo boletins de ocorrência (BO)”, enaltece.

Para facilidade da vítima, o boletim pode ser feito virtualmente, direto no site da Polícia Civil (policiacivil.pr.gov.br). “Na tela inicial há uma aba indicando boletins de ocorrência, há algumas opções e, entre elas, estelionato. O solicitante adiciona informações, anexa documentos relacionados, depósitos bancários e número de telefone da pessoa. Finalizado o BO, o sistema direciona para a delegacia que responde ao endereço que consta na denúncia e ele cai no sistema da Polícia Civil de Marechal Rondon; visualizamos o documento como se tivesse sido feito dentro da delegacia”, salienta o delegado.

Santos aconselha as pessoas a serem mais críticas quanto à veracidade de perfis na internet. “É importante não confiar somente na foto, independente da rede social, porque todas são passíveis de clonagem. É possível ligar para a outra pessoa, seja por vídeo ou por áudio, e identificar quem é que realmente está pedindo aquele dinheiro”, aconselha, emendando: “Os golpistas se passam por uma pessoa e pedem depósito na conta de um terceiro, que a vítima nem conhece. Este é um forte indício de que se trata de golpe”.

 

O Presente

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