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Marechal Alimentação

Alto preço da carne bovina gera mudança de consumo em Marechal Rondon

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Representantes de supermercados destacam que apesar de valores mais altos nos últimos tempos, consumidor ainda compra carne de gado, porém escolhe cortes mais simples. Além disso, tem optado por carnes mais em conta, seja para o churrasco do fim de semana ou para o consumo no dia a dia (Foto: Joni lang/OP)

O preço da carne de gado está em alta há cerca de um ano e tem provocado reações diversas nos consumidores, inclusive mudanças no hábito alimentar. Cortes especiais como picanha e alcatra têm dado lugar a outros mais simples, a exemplo da costela e do filé agulha, cujos valores são mais em conta. E isso não é registrado apenas para o churrasco do fim de semana, mas também para o consumo de carne no dia a dia.

Conforme rondonenses ligados ao setor de supermercados, na hora das compras, o consumidor tem optado por carnes com preços mais em conta. Com isso, está colocando no carrinho mais carne de frango e de suíno e menos carne de gado.

Eles dizem que as empresas têm procurado facilitar para o consumidor final, repassando por vezes um custo menor e trabalhando com margem de lucro reduzida. Contudo, acreditam em novos aumentos nos preços dos produtos.

 

Gerente do Supermercado Allmayer, Renato Oliveira: “Houve aumento expressivo na venda das carnes de frango e de suíno, que também tiveram reajuste de preço, porém menores do que a carne bovina” (Foto: Joni Lang/OP)

 

MIGRAÇÃO

O gerente do Supermercado Allmayer do centro da cidade, Renato Oliveira, menciona ter percebido diminuição na venda de carne de gado. “Houve aumento expressivo na venda das carnes de frango e de suíno, que também tiveram reajuste de preço, porém menores do que a carne bovina. Por se tratar de uma carne que já tem um preço elevado, a princípio mais alto, quando ocorre qualquer aumento, há um impacto maior, fazendo com que o pessoal migre para as carnes de frango e de suínos”, expõe.

Oliveira comenta que o movimento no açougue não diminuiu, uma vez que o consumidor segue comprando carne, apenas levando opções mais baratas, além de ter incrementado em suas refeições o consumo de ovos.

Em relação à diminuição dos preços da carne, ele relata que em anos anteriores, quando da redução no consumo na época da quaresma, os preços do produto diminuíram. Contudo, agora, acredita em um cenário diferente. “Neste ano, a princípio não vai ocorrer queda nos valores porque os insumos do agronegócio estão cada dia mais caros, o dólar está subindo e pelo que foi passado pelos fornecedores o preço deve se manter, possivelmente até com reajuste para cima”, salienta.

De acordo com o gerente, mesmo buscando melhores condições para o consumidor, está difícil fugir dos preços altos. “A gente procura brigar nos preços e comprar o mais barato possível. Muitos aumentos e reajustes a gente nem repassa, segura, reduz a nossa margem para afetar o cliente o mínimo possível. Todavia, o cenário mostra que não é só a proteína animal que está mais cara, todos os itens alimentícios estão subindo. Essa pandemia, infelizmente, ainda vai ter um reflexo muito grande”, ressalta Oliveira.

 

Responsável pelo açougue do Supermercado Cercar, Divair Batista: “As pessoas têm hábito de comer carne, então acabam levando. O que ocorreu de um ano para cá é que elas diminuíram a compra de filé mignon e picanha e passaram a levar mais frango para casa” (Foto: Joni Lang/OP)

 

CONSUMO CERTO

O responsável pelo açougue do Supermercado Cercar, Divair Batista, observa que o público em geral mantém o consumo permanente de carne, mesmo com o aumento no preço da carne bovina. O que mudou, pontua ele, é o tipo de corte levado para casa. “As pessoas têm hábito de comer carne no dia a dia, então acabam levando, é consumo certo. O que ocorreu de um ano para cá é que os constantes aumentos de preço da carne bovina fizeram o consumidor diminuir a compra de filé mignon e picanha e passar a levar mais frango para casa. Estamos vendendo frango muito bem. Coxa e sobrecoxa, por exemplo, custam em média R$ 7,60 o quilo. São cortes com bastante saída. Os cortes suínos, como costela, pernil e paleta, com valor na faixa de R$ 18 o quilo, também têm entrado com frequência no carrinho do consumidor”, detalha, acrescentando: “Quando compra carne de gado, o cliente leva mais filé agulha, paleta e costela, que têm valores de R$ 23 a R$ 28 o quilo, em média. Mas os preços mudam toda semana”.

 

Frango (foto) e suíno têm sido opções para o consumidor economizar nas compras do mês (Foto: Joni Lang/OP)

 

NOVO HÁBITO

O sócio do Mercado Marinel, Luciano Sebastiany, avalia que o consumidor, devido ao aumento da carne bovina, diminuiu o número de vezes em que fazia churrasco e trocou as carnes consideradas nobres por carnes de segunda. “O preço de alcatra, picanha e de cortes mais nobres subiu bastante, então o povo compra mais carne para fazer na panela, como paleta, filé agulha e acém. Para churrasco vende mais costela e alcatra, essa última em quantidade menor. Também têm boa saída a costela de porco e linguicinha, coxinha de frango e coxa normal”, cita o empresário.

Segundo ele, para o consumo diário, a preferência tem sido por carne de frango e suína.

Na média, conforme Sebastiany, os cortes de carne de gado mais vendidos saem por R$ 27 a R$ 30 e os de carne suína na casa dos R$ 15. Na quarta-feira (17) a alcatra com osso era vendida a R$ 38,50, enquanto a costela custava R$ 26,49. “Não trabalhamos com oferta. Sempre quero carne boa, então primo pela qualidade. Na ponta de peito, por exemplo, geralmente vendo abaixo do custo porque é uma carne que não tem tanta procura, então tiro a diferença nas outras carnes”, menciona.

O empresário diz que a venda de carne de gado diminuiu em torno de 20% nos últimos tempos. “Em compensação, frango e suíno estamos vendendo cerca de 20% a mais, além de que, no geral, a venda de produtos melhorou bem no mercado”, conclui.

 

Sócio do Mercado Marinel, Luciano Sebastiany: “A venda de carne de gado diminuiu em torno de 20% nos últimos tempos. Em compensação, frango e suíno estamos vendendo cerca de 20% a mais” (Foto: Joni Lang/OP)

 

Alcatra, filé e picanha, cortes considerados nobres, têm dado lugar para costela e filé agulha (Foto: Joni Lang/OP)

 

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