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Marechal Continuum curricular

Ano letivo de 2021 pode ser híbrido, revela secretária de Educação de Marechal Rondon

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Secretária de Educação de Marechal Rondon, Marcia Winter da Motta: “Hoje não falamos de aprovação ou reprovação, mas, sim, de um continuum curricular. O MEC recomendou que não haja retenção, porque não seria justo. Então, todos os alunos farão a suplementação” (Foto: O Presente)

Faltando pouco menos de um mês para o fim do ano, a comunidade escolar já não tem esperança quanto ao retorno das aulas presenciais. “Foi um ano atípico. Ninguém esperava uma pandemia dessa dimensão e por tanto tempo”, ressalta a secretária de Educação de Marechal Cândido Rondon, Marcia Winter.

Segundo ela, o ano foi repleto de altos e baixos, com quase um mês com aulas normais, um momento de suspensão das atividades e, posteriormente, a retomada das aulas de maneira remota, como acontece desde então. “Não temos muitas respostas e ainda hoje estamos inseguros em algumas decisões, pois muitas não dependem da Secretaria Municipal de Educação, nem da prefeitura. Muita coisa vem da Secretaria de Estado (de Educação, Seed) e do Ministério de Educação (MEC)”, declarou ao O Presente.

 

POSSÍVEL RETORNO NESTE ANO?

Em Marechal Rondon, bem como em vários municípios da região, a opção para dar continuidade ao ano letivo foi por meio de atividades impressas. “Os pais ou responsáveis retiram as atividades, a criança realiza e elas são devolvidas depois de 15 dias, quando novos materiais são retirados”, explica Marcia, acrescentando: “É claro, os professores também usaram grupos no WhatsApp para fornecerem vídeos, explicações e manterem a interação”.

Com a antecipação de recessos e férias, a secretária aponta que o calendário letivo de 2020 encerra no dia 23 de dezembro. “A pandemia tinha dado uma trégua e parece que agora voltou com tudo. É quase impossível termos aulas presenciais neste ano”, opina.

 

RETA FINAL

Para a secretária, as aulas remotas se mostraram essenciais para proteger tanto os alunos como os profissionais da educação. “No começo os pais entenderam a situação, aceitaram e se esforçaram ao máximo para ajudar seu filho nas atividades. A modalidade remota aproximou mais os pais de seus filhos e a vida escolar. Eles puderam acompanhar e participar mais ativamente”, destaca.

Marcia observa, contudo, que com o avançar do tempo os pais começaram a desanimar com a situação e essa mudança no comportamento, frisa ela, é, de certa forma, compreensível. “Os adultos continuaram com as suas rotinas e tinham mais uma responsabilidade: ensinar a criança. Alguns pais começaram a desistir dessa situação toda, assim como as crianças, porque no começo era uma novidade para eles. Nessa reta final, sentimos todos muito cansados e desestimulados”, lamenta.

 

ALÍVIO PARA ALGUNS

No dia 16 de outubro, após autorizações da Seed, o município rondonense retomou com as atividades extracurriculares, tomando todos os cuidados em relação à Covid-19. “A sala de apoio e a sala de recursos estão funcionando. Os professores atendem as crianças com maior dificuldade, aquelas que não realizaram as atividades e quem não apresentou um bom progresso nas disciplinas”, expõe a secretária.

De acordo ela, esse contato beneficiou a comunidade. “Os alunos voltam ao ambiente escolar e o professor pode avaliar o que foi internalizado e o que ficou das aulas remotas”, relata.

 

REPROVAÇÕES X APROVAÇÕES

Muito se comentou nas redes sociais a respeito de uma possível reprovação em massa dos alunos da rede estadual que, até o penúltimo mês do ano, ainda não tinham cumprido com as atividades de ensino remoto. Contudo, a realidade na educação municipal é diferente. “Hoje não falamos de aprovação ou reprovação, mas, sim, de um continuum curricular. Essa é uma orientação que virá da Secretaria de Estado. A forma que isso deve acontecer, se aos sábados ou de outra maneira, ainda está sendo avaliada, todavia, sabe-se que acontecerá no final deste ano e início do próximo a fim de recuperar os conteúdos deste ano letivo”, informa. Ela afirma que essa suplementação acontecerá para todos os alunos. “O MEC recomendou que não haja retenção, porque não seria justo. Então, todos os alunos farão o continuum curricular”, enfatiza.

A chefe da pasta comenta que muitas crianças que tiveram um desempenho não tão propício nas atividades remotas já vinham com dificuldades de anos atrás. “As retenções são questionáveis e a escola vai tomar muito cuidado para que isso não aconteça, priorizando por uma retomada do conteúdo”, expõe, enaltecendo que, ainda assim, os professores foram as estrelas desse momento dificultoso: “Tiveram de se reinventar, reaprender conceitos e novas tecnologias, tudo para tornar a aprendizagem mais efetiva para os alunos”.

 

AVALIAÇÃO

Na opinião da secretária, lamentavelmente a aprendizagem não foi efetiva. “Fez-se o possível dentro do que poderíamos fazer. Sabemos que bastante coisa ficou para trás, mas o ano letivo não vai ser perdido”, entende. “O professor não tem como avaliar a criança, pois parte do processo de ensino ficou sob responsabilidade dos pais. Todavia, mesmo que o pai queira que o filho reprove, justificando que este não aprendeu, essa não é uma decisão que lhe cabe. O pai teria que entrar na Justiça para o promotor avaliar se o pai tem direito de aprovar ou não. Não tem a ver com a Secretaria nem com a escola”, menciona.

 

2021

Conforme Márcia, a variação dos casos de Covid-19 faz com que especulações sobre o ano letivo de 2021 sejam imprecisas. “Tudo indica, pelas orientações que recebemos atualmente, que o próximo ano deve ser híbrido, com metade da turma frequentando a escola em uma semana e metade na outra. Entretanto, não há informações oficiais”, destaca.

 

MATRÍCULAS NO INFANTIL 4

Mesmo diante das incertezas para 2021, os pais devem ficar atentos para as novas matrículas. “As rematrículas para o Ensino Fundamental, Educação Infantil, classe especial e EJA (Educação de Jovens e Adultos) aconteceram na semana passada. Hoje (27) é o último dia para as novas matrículas no Infantil 4: pais de crianças que completam quatro anos até o dia 31 de março devem, obrigatoriamente, procurar a escola mais próxima para realizar a matrícula”, orienta a secretária de Educação.

Segundo ela, é preciso ficar atento a essas novas matrículas, pois quando são rematrículas o estudante já tem a vaga garantida na escola e nesse caso não. “Essas crianças estão saindo do Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil) ou então nem o frequentavam”, explica.

 

RECADASTRAMENTO DA FILA DE ESPERA DAS CMEIs VAI ATÉ 16 DE DEZEMBRO

Assim como aconteceu pela primeira vez em 2019, a Secretaria de Educação de Marechal Cândido Rondon realiza mais uma vez o recadastramento da fila de espera para vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil. “Quem ainda não conseguiu a vaga precisa vir fazer o recadastramento. Todos os dados são atualizados para garantir e confirmar que desejam permanecer no aguardo”, expõe a secretária de Educação, MArcia Winter.

Atualmente, a fila de espera conta com 400 pessoas e, segundo ela, a atualização é necessária, pois, parte dos cadastros são de pessoas que saíram da cidade ou que não têm mais interesse na vaga. “Somente no último mês, tivemos cerca de 80 cadastros novos. Como estava tudo parado, os pais não procuraram a secretaria para entrar na fila de espera”, comenta.

O aparente grande número de crianças na fila de espera não é motivo de alarde, afirma a secretária. “Cerca de 300 alunos logo no começo do ano entrarão nos Cmeis, pois as vagas daqueles que ingressam no Ensino Fundamental são liberadas”, explica, emendando que no início do ano a fila de espera tem em torno de 100 crianças.

O recadastramento iniciou no último dia 16 e prossegue até 16 de dezembro, na Secretaria de Educação, junto à prefeitura. “Quem não atualizar vai ser excluído da lista de espera”, alerta.

 

VAGAS ABERTAS

Marcia diz existem cerca de 40 vagas abertas e que já estão sendo encaminhadas. “Para o próximo ano, há a pretensão de concluir a obra do Cmei da Vila Gaúcha, com três novas salas. Além disso, 140 vagas serão compradas por meio de processo licitatório em aberto. Todas as escolas particulares podem participar”, antecipa.

 

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