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Marechal Descarte incorreto

Após Anel Viário ser revitalizado, rondonenses escolhem outros locais para depósito de lixo; veja quais

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(Foto: O Presente)

Talvez não seja à toa que o município de Marechal Cândido Rondon alcançou o estado epidêmico de dengue. Salta aos olhos de quem passa por várias ruas da cidade a quantidade de entulho e lixo depositados em lugares indevidos, servindo de criadouro para o vilão do momento: o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e outras doenças.

Muitas vezes, na calada da noite, entulhos de construção, restos de poda de árvores, móveis, elétricos, bens inservíveis e uma infinidade de outros itens são descartados na surdina em beira de rodovias, áreas florestadas, matas ciliares, lavouras ou em terrenos baldios.

A questão é que a ação de alguns respinga em todos. Conforme o chefe do Setor de Endemias, Sérgio Radke, as pessoas que praticam o descarte incorreto colocam em perigo toda a população. Ele diz que é bastante comum os agentes se depararem com este tipo de situação. “Fato é que nós vistoriamos lugares onde há possibilidade de acumular água e criar focos do mosquito. Nesses espaços de descarte indevido é certeiro que encontramos criadouros”, expõe.

Mesmo não sendo de sua alçada, o chefe de Endemias conta que recebe constantemente chamados de munícipes pedindo pela recolha de materiais. “Mesmo não sendo nosso dever, acabamos buscando para evitar um mal maior e prevenir o descarte incorreto”, pontua.

Chefe do Setor de Endemias, Sérgio Radke: “Nós vistoriamos lugares em que há possibilidade de acumular água e criar focos do mosquito. Nesses espaços de descarte indevido é certeiro que encontramos criadouros” (Foto: O Presente)

Agentes de endemias se depararem constantemente com lixo e entulho em frente a residências (Foto: O Presente)

 

DESOVA DE LIXO

A Secretaria de Agricultura e Política Ambiental recebe semanalmente denúncias de munícipes informando sobre o descarte incorreto de lixo. A afirmação é do responsável pela pasta, Adriano Backes. “As informações chegam pelo telefone 3284-8842 e são atendidas pelas secretárias.

Posteriormente, os dois engenheiros ambientais verificam a denúncia”, explica, emendando: “Eles vão até o local, fazem um pente-fino no lixo e mensuram a quantidade. Muitas vezes, o informante já nos diz quem foi o autor da atividade, caso contrário, são feitas algumas tentativas de investigação”.

Feita a vistoria, aponta o secretário, a pessoa que fez o descarte indevido é acionada para a tomada de medidas cabíveis: boletim de ocorrência, multa e a exigência da limpeza do local. “As multas dependem das circunstâncias do descarte, quantidade, entre outros detalhes”, informa.

Ele menciona que, muitas vezes, as pessoas não se identificam ao denunciar e não informam o endereço. “Nós não vamos expor ninguém, mas precisamos saber dessas informações. Em caso de desovas em mata ciliar, beira de córregos, estradas e roças, é certo que verificamos”, frisa.

O secretário relata que um dos pontos de descarte utilizados outrora hoje foi recuperado, o Anel Viário. “Foram feitas as reformas e melhorias e a quantia de lixo descartado ali diminuiu. Agora, os pontos fortes de destinação incorreta são a Sanga Borboleta, uma área atrás do Aeroporto Ruben Bertha e a região do Clube Lira”, revela.

Secretário de Agricultura e Política Ambiental, Adriano Backes: “É inaceitável que em pleno 2020 nós temos cidadãos jogando lixo fora, ainda mais com tantas alternativas para a destinação correta. Se você ver alguém jogando lixo em lugares indevidos, denuncie” (Foto: O Presente)

Em vistoria realizada pela Secretaria de Agricultura e Política Ambiental, após denúncia, lixo foi encontrado aos pés de placa “Proibido jogar lixo” (Foto: Divulgação)

 

DESTINOS CORRETOS

Backes enaltece as alternativas disponíveis aos munícipes para o descarte legal do lixo. “Temos o Eco Ponto aberto de segunda a sexta-feira, das 07 horas às 19 horas e aos sábados até as 18 horas. Inclusive, ele estará aberto das 07 às 18 horas nesta segunda (24) e terça-feira de Carnaval (25), justamente para dar mais oportunidade para os cidadãos”, enfatiza.

Além disso, o secretário lembra que a Associação de Catadores Amigos da Natureza (Acan) e a Cooperativa de Agentes Ambientais de Marechal Cândido Rondon (Cooperagir) passam semanalmente nas residências recolhendo e dando destino correto ao lixo reciclável da população.

Por meio de parcerias entre secretarias municipais estão ocorrendo arrastões no município para a recolha de lixo e, consequentemente, o combate à dengue. “Na ação no Higienópolis, Augusto I e II, Primavera, Barcelona e São Mateus foram recolhidos mais de 130 cargas de resíduos que estavam se acumulando nas residências. Contudo, vale ressaltar que a prefeitura tem um calendário para a recolha de galhos, entulhos e rejeitos duas vezes ao ano e todos os bairros são abraçados. Mesmo assim, nesse reforço ainda é encontrado muito material”, salienta.

Em algumas situações, a população se mobiliza e posiciona seus descartes para que o arrastão possa dar o destino correto (Foto: O Presente)

Eco Ponto localizado no Parque de Exposições está aberto de segunda a sábado e não fechará nesta segunda (24) e terça-feira (25) de Carnaval (Foto: O Presente)

 

PAPEL DO CIDADÃO

Para o chefe do Setor de Endemias, a conscientização é o caminho para que o obstáculo da dengue seja superado no município. “Os setores públicos estão sendo constantemente cobrados por resultados nesse sentido. Contudo, a comunidade também deve desempenhar o seu papel, se sensibilizando e se comprometendo nessa luta”, estimula.

Backes convoca a população a adotar uma postura fiscalizadora. “É incabível que em pleno 2020 nós temos cidadãos jogando lixo fora, ainda mais com tantas alternativas para a destinação correta. Se você ver alguém jogando lixo em lugares indevidos, denuncie: pegue a placa ou alguma coisa que ajude na identificação e faça a sua parte”, orienta.

Na visão dele, especialmente nessa situação de epidemia de dengue, todas as alternativas de fazer limpeza são importantes. “O munícipe precisa ter noção de que é responsável pelo lixo que produz e deve descartá-lo corretamente. É necessário ter consciência e pensar no futuro da nossa cidade. Apelamos pelo bom senso e educação das pessoas”, conclama Backes.

 

O Presente

 

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