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Marechal Cultura

Arte revela e estimula talentos rondonenses

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Fotos: Divulgação

A arte é uma ferramenta importante para a expressão de sentimentos e sensações, além de ser uma forma de desenvolvimento intelectual e cognitivo do indivíduo. É impossível não se emocionar com as mais diversas manifestações artísticas. Seja no teatro, na dança, no canto circo, desenho, pintura e até mesmo na arquitetura, a sensibilidade estará expressa como o fruto da criação e imaginação.

Você sabia que Marechal Cândido Rondon possui um lugar onde as oficinas culturais permitem o crescimento humano? É a Escola Municipal de Artes, que oferece gratuitamente cursos nas várias ramificações artísticas, auxiliando na comunicação, convívio social e na tradução de experiências de vida.

São diversas atividades: teatro, coral, balé, ritmos coreografados, dança folclórica germânica… Já na parte de musicalização são ofertadas aulas de violão clássico e popular, acordeão, teclado, bateria, guitarra, contrabaixo, saxofone, trombone, trompete e flauta-doce.

Um dos destaques da Escola de Artes é a Orquestra Municipal de Sopros, que engloba a orquestra e os instrumentos musicais, com o objetivo de promover nos participantes o interesse em integrarem o grupo.

Gabriel Cesar Guntzel Urnauer tem 17 anos e faz parte da sinfônica há um ano e três meses. Ele conta que muita coisa mudou na sua vida neste tempo. “Tive oportunidades de emprego, tanto que entrei na Orquestra de Sopros do município graças às aulas da Escola de Artes. Hoje levo isso como um trabalho, da mesma forma que sigo sendo músico em bandas”, menciona.

O jovem diz que já tinha participado de outras oficinas, mas que a música ocupou um lugar especial nas suas preferências. “Entendo a arte como um modo de expressão, forma de viver, de lazer e de trabalho. Todas deixaram alguma marca em mim, mas foi na música que eu me encontrei. Pretendo ser professor de música ou musicista”, revela.

Gabriel Guntzel, 17 anos, integrante da Orquestra de Sopros: “Me encontrei na música” (Foto: Divulgação)

 

Mais responsável

Guilherme Dutra também tem 17 anos. Inicialmente ele fazia apenas algumas participações especiais na Orquestra, até que em 2020 passou a ser o vocalista oficial. “Entrar no grupo me tornou ainda mais responsável, pois trabalhar com pessoas profissionais não é uma tarefa fácil. Não basta chegar e cantar. É sobre dar o máximo de si para o desempenho em grupo sempre melhorar. Desde que comecei na Orquestra de Sopros venho adquirindo um domínio cada vez melhor sobre a minha voz e ficando cada vez mais feliz. Sou muito grato”, enaltece.

Para Dutra, todas as apresentações são inesquecíveis, mas as principais foram a do Prêmio Marechal e a primeira vez como vocalista oficial da orquestra. “Meu sonho sempre foi viver de música, desde criança. É um porto seguro em que expresso todas as minhas emoções. É através da arte que eu esqueço os problemas, as tristezas e me sinto realizado”, frisa.

Guilherme Dutra, 17 anos: “Desde que comecei na Orquestra de Sopros venho adquirindo um domínio cada vez melhor sobre a minha voz e ficando cada vez mais feliz” (Foto: Divulgação)

 

Pé no palco

A encenação teatral é outra forma de arte que surgiu nos primórdios da sociedade, quando os povos usavam o teatro como forma de contar histórias. Renan Munaro é estudante de Letras (Português-Alemão) e faz aulas de teatro há cinco meses. Ele já havia participado de apresentações escolares, mas nada relacionado a uma preparação real.

E como a primeira vez a gente nunca esquece, ele lembra que a peça mais marcante que fez foi “Amanhã”, sua única peça até o momento enquanto estudante de teatro, sob direção de Paulo Alexandre. “Eu fiz um personagem demasiado cartesiano que inicia a apresentação, bem como de uma mosca telepata que tripudia dos pensamentos e desejos humanos”, relata.

Para ele, a arte significa uma forma de dar um sentido novo ou nostálgico às coisas que nos rodeiam. “Seja uma situação social, um sentimento que nos corrói, um problema econômico, um cotidiano chato, um trabalho desgastante, um rosto que guardamos na memória, entre outras situações. Eu acredito que ela também torna importantes coisas que são desprezadas, então me prendo à arte para observar essa transcendência cotidiana”, expõe.

 

Renan Muraro faz teatro há apenas cinco meses, mas a arte sempre esteve presente em sua vida: “Dá um sentido novo ao que nos rodeia” (Foto: Divulgação)

 

Fuga da realidade

Já Leonardo Miguel Zanchet, de 16 anos, tem o pé no palco desde os nove, quando começou na Escola de Artes. “O teatro na minha concepção sempre representou uma fuga da realidade, uma brincadeira que te liberta para ser quem você quiser”, considera.

Na opinião do adolescente, é um privilégio ter na cidade, além de teatro, oficinas gratuitas que o fizeram se aproximar das artes. “Me ajudou muito no quesito de expressão pessoal e me permitiu participar de muitas apresentações das quais nunca vou me esquecer. Só tenho a agradecer a esses sete anos de experiência”, enfatiza.

Leonardo Zanchet, 16 anos: “O teatro é uma brincadeira que te liberta para ser quem você quiser” (Foto: Divulgação)

 

13 anos de experiências e estudos

E o responsável pelas emoções trazidas ao palco após a abertura das cortinas e o toque do terceiro sinal é o professor e diretor Paulo Alexandre. Envolvido com as artes cênicas desde 2009, é professor da Escola de Artes de Marechal Rondon desde 2018. Ao longo dos 13 anos de experiências e estudos, ele observa os ganhos de quem pratica as oficinas. “Recebi depoimentos de alunos e ex-alunos a respeito de aumentos na capacidade de concentração, disciplina, diminuição da ansiedade e melhoras na comunicação. Houve até um relato de um ex-aluno que me agradeceu pelas práticas que fizemos durante um curso e contou que só havia conquistado uma vaga de emprego por causa do teatro. São falas que me alimentam para continuar a caminhada”, destaca.

Em seu trabalho, todos são incentivados a se colocar diante do grupo, com as suas criações individuais e coletivas, de forma que percebam que mesmo nunca tendo feito uma aula de teatro antes na vida é possível criar personagens, narrativas, cenas individuais e coletivas tão potentes quanto colegas com maior experiência. “Outro ponto importante que busco trabalhar é a superação do medo da exposição ao público, através da montagem de uma peça, processo que dura em torno de cinco meses, da primeira leitura até a última apresentação. A peça é exibida gratuitamente ao público através de uma temporada curta, geralmente entre setembro e novembro”, detalha.

Desde 2018 ele já montou dez peças com turmas de idades variadas, a partir dos sete anos. As peças foram apresentadas em escolas municipais, distritos, asilos e na mostra anual de teatro da escola, que acontece entre outubro e novembro, no salão alemão. “Além das peças, fizemos diferentes trabalhos em formato audiovisual produzidos a partir do início da pandemia de Cocid-19”, menciona, ampliando: “Todos os materiais fotográficos e audiovisuais estão disponíveis nas minhas redes sociais sob o nome ‘@pauloalexandreator’ ou ‘Pictoriah Produções Artísticas’, microempresa que gerencio, através da qual estabeleço parcerias com outras entidades locais, como a Abec (Associação Beneficente Cristo), a Casa de Maria e a prefeitura”.

Paulo Alexandre, professor e diretor da Escola de Artes desde 2018, em cena da peça “O último dia de um condenado” (Foto: Divulgação)

 

Matrículas abertas

A Escola de Artes de Marechal Rondon está matrículas abertas e a maioria das oficinas tem vagas disponíveis. Atualmente, há 375 matrículas efetivadas.

Além das oficinas realizadas no Parque de Exposições, há as atividades ofertadas na Biblioteca Cidadã Alice Weirich, no Bairro São Lucas; no Centro de Apoio à Família (CAF), Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) e alguns Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis), com o intuito de descentralizar a cultura.

Os cursos não possuem uma duração específica e podem ser continuados ao longo dos anos, tendo em vista que normalmente iniciam em fevereiro e seguem até dezembro.

A escola atende alunos de instituições privadas, públicas, desde estudantes do maternal até aposentados.  É aberta a todas as pessoas que têm interesse em realizar alguma atividade cultural, apesar da idade.

 

Escola de Artes oferece gratuitamente cursos nas várias ramificações artísticas, auxiliando na comunicação, convívio social e na tradução de experiências de vida (Foto: Divulgação)

 

 

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