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Marechal 6,5 mil cadastros

Associação Sangue Bom completa cinco anos esbanjando números expressivos

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(Foto: Divulgação)

Buscar e encaminhar voluntários para doação de sangue é a missão da Associação Sangue Bom, que completou cinco anos de existência ontem (04). A entidade é um projeto do Lions Clube de Marechal Cândido Rondon, em parceria com a prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, que disponibiliza o transporte.

Conforme Wilmar Güttges, que está à frente do projeto, essa “boa ideia” surgiu há cerca de 12 anos, quando foi lançada aos companheiros do clube e começaram as tratativas para implantação. “Havia muita dificuldade para encontrar doadores de sangue para suprir as necessidades das pessoas em Marechal Rondon, inclusive minha, em particular”, conta o dirigente.

Com aprovação e apoio dos integrantes do Lions Clube, Güttges foi designado para organizar o “banco de sangue”, como o projeto era tratado até então. “Com o passar do tempo fomos vendo que as coisas eram diferentes do que imaginávamos e encontramos o caminho que deveríamos seguir”, relembra, contando que os envolvidos foram a Palotina conhecer o projeto que estava em andamento por lá.

Daí em diante, a associação foi fundada, passou a ocupar um espaço público e começou a busca por cadastros de voluntários. “Por vários anos trabalhamos na festa do município fazendo cadastros para o banco de pessoas como potenciais doadores. Depois de toda a papelada organizada e os cadastros levantados, abrimos as portas no dia 04 de abril de 2017, quando colocamos oficialmente em funcionamento a associação. Logo em seguida começamos com os encaminhamentos à Unidade Coletora de Toledo”, expõe.

 

6,5 mil cadastros

De 2017 até então o trabalho foi intenso e, de acordo com o rondonense, a associação hoje tem um dos maiores bancos de doadores do Paraná. “Nosso banco tem aproximadamente 6,5 mil cadastros, no qual buscamos as pessoas que fazem a doação de sangue”, pontua Güttges.

O trabalho é de formiguinha, afirma ele, mas tem gerado um impacto positivo. “O tempo passou e chegamos ao quinto ano de funcionamento com números expressivos, cada vez mais atendendo as necessidades da população na busca por sangue”, destaca.

 

Demanda constante

Além de cadastrar voluntários e os encaminhar à doação de sangue, a entidade também auxilia quem está à procura de doadores. “Hoje temos uma necessidade de dois mil doadores para atender a demanda que temos na associação, lembrando que muita gente nem sabe que a associação existe e não nos procura, tenta resolver por conta própria”, comenta.

O dirigente reforça que quem procura a associação para encontrar doadores precisa mobilizar ao menos a outra metade dos voluntários. “Nós ‘completamos’ com a metade dos doadores necessários para que a pessoa não só ‘jogue o problema’ para nós, mas que ajude o projeto”, explica.

Apesar do número, Güttges diz que a proporção entre doações e necessidade está sempre crescendo. “Vão 150 doadores e no mês seguinte chega um pedido de 300, como aconteceu na semana passada. Então, é uma bola de neve que não termina nunca”, ressalta.

Segundo o dirigente da Associação, olhos “de fora” sequer veem a necessidade por sangue que existe no município. “Estamos em uma região que tem muitos casos de câncer e as pessoas são atendidas na Uopeccan (Hospital do Câncer de Cascavel) e em outros hospitais. Então, a procura por sangue é constante e muito grande”, salienta.

 

100 doadores por mês

Mensalmente, a Associação encaminha uma média de 100 pessoas para doação de sangue. Em março, especialmente, foram encaminhados 150 voluntários rondonenses. Os grupos de doadores são reunidos duas ou três vezes por semana, sendo que na Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) de Sangue de Toledo são possíveis 15 pessoas e ao Hemocentro de Cascavel, em viagens aos sábados, vão 25 doadores.

“Existe até uma lista de espera de pessoas que querem doar e não temos a vaga reservada. Precisamos fazer um agendamento antecipado tanto em Toledo quanto em Cascavel para fazer o encaminhamento”, menciona.

 

Seis mil doações

Desde o início do projeto, a Associação Sangue Bom possibilitou que seis mil doações de sangue acontecessem. “É um número expressivo e mostra que está dando um resultado muito bom. Isso nos deixa muito contentes e bastantes satisfeitos”, enfatiza.

A quantidade de encaminhamentos não foi estável durante os cinco anos de atuação da entidade. “A média vem crescendo muito nos últimos dois ou três anos. No começo era mais ‘devagar’, porque tínhamos dificuldades de arregimentar as pessoas. A associação não era conhecida e as pessoas tinham receio. Então, no primeiro ano encaminhamos cerca de 500 doadores, o que foi aumentando gradativamente ano após ano”, reforça.

 

Solidariedade

Tanto quem precisa de doadores quanto quem tem interesse em se tornar um doador pode entrar em contato com a Associação Sangue Bom pelos telefones (45) 2031-1310 ou 99979-2012 (WhatsApp).

“Procure a associação, que tem sua sede no canteiro central da Avenida Maripá. Temos uma secretária que diariamente está lá e atende, faz a solicitação e mostra como funciona. Há também uma ficha on-line, disponível no Facebook da Associação, para quem deseja doar. Pode ser tudo feito on-line”, convida Güttges.

Membro do Lions Clube e responsável pela Associação Sangue Bom, Wilmar Güttges: “O tempo passou e chegamos ao quinto ano de funcionamento com números expressivos e cada vez mais atendendo as necessidades da população na busca por sangue” (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

 

Coleta de sangue deve acontecer em Marechal Rondon a partir de 2023

Um sonho antigo da Associação Sangue Bom está cada vez mais próximo de tornar-se realidade. Voltando às primeiras ideias do clube de serviço, Marechal Rondon deve, em breve, propiciar a coleta de sangue no próprio município.

As primeiras tratativas começaram ainda em 2019, mas, conforme Güttges, não prosperaram naquele momento. “Mais recentemente, o representante do deputado Hussein Bakri, Luciano Scherer, tomou conhecimento da Associação e levou essa demanda ao deputado, que também abraçou a causa e conseguiu uma audiência com o então secretário de Estado de Saúde, Beto Preto”, recorda.

O encontro entre Beto Preto, presidente da Associação, prefeito rondonense Marcio Rauber e secretária municipal de Saúde Marciane Specht aconteceu no ano passo. “O secretário de imediato aprovou que se instalasse em Marechal Rondon uma unidade coletora. O encontro também contou com a presença da diretora-geral do Hemepar, Liana Andrade Labres de Souza, a quem ele pediu que fizesse os encaminhamentos e tomasse as providências para agilizar o quanto antes o funcionamento”, conta.

Daí em diante, firmou-se que a sala de coleta seria anexa ao Centro Integrado de Saúde, antigo 24 Horas, que passa atualmente por reformas. “Segundo o prefeito, até setembro as obras devem estar concluídas e no segundo piso vai funcionar a coleta de sangue. Provavelmente, considerando treinamento de funcionários e chegada dos equipamentos, no começo do ano que vem devemos ter a coleta sendo feita em Marechal Rondon. O sangue será transportado até Toledo e Cascavel”, adianta.

 

Projeto-modelo

Güttges ressalta que, caso a iniciativa “decole”, o projeto será modelo para o Paraná. “Essa novidade que está por vir nos deixa muito feliz, porque a sementinha foi plantada lá atrás e está dando vários frutos até hoje”, finaliza.

 

Rondonense já doou sangue 28 vezes

Marlene Zache Ohse tem 54 anos e é um dos cadastros mais ativos da Associação Sangue Bom. Ela é doadora desde 2009 e viu as coisas mudarem depois que a Associação surgiu. “Eu tinha ido uma ou duas vezes, mas como morava na colônia, parei de ir porque era complicado. Foi em 2009 que eu criei o hábito e, até este ano, já fiz 28 doações”, conta.

Ao O Presente, a rondonense relata que seu marido fez uma cirurgia do coração e, devido a complicações do procedimento, precisou receber sangue. “Eu já era doadora voluntária antes mesmo de precisar e nesse momento minha doação ‘valeu por duas’. Depois dali eu não falhei mais”, enfatiza.

 

Facilidade

O marido dela, Valdemar, não pode doar sangue, mas sempre ajudou a esposa em sua missão solidária. “Antes da Associação, ele me levava para Toledo três vezes por ano para eu doar voluntariamente”, relembra.

Com o surgimento da Associação, Marlene diz que ficou muito mais fácil e a cada quatro meses ela faz a sua doação. “Graças a Deus existe a Associação Sangue Bom e feliz é aquele que não precisa, porque é melhor você doar do que precisar. O que eu sinto ao doar é indescritível. Dá uma sensação boa, uma leveza. É um verdadeiro ato de amor a doação de sangue. Você se sente tão bem e muitas vezes nem sabe quem está ajudando, só tem a certeza de que vai salvar vidas”, enaltece.

Valdemar Ohse já precisou de doadores e não pode doar sangue. Marlene, por outro lado, foi doadora desde antes da necessidade (Foto: Divulgação)

 

Uma picadinha

Ela é “toda elogios” ao trabalho prestado pela entidade. “É excelente. O Wilmar é um querido e está sempre junto. A recepção e o pessoal que leva de ônibus também é muito simpático. Em Toledo você também é muito bem atendido”, avalia.

Apesar da experiência positiva, a rondonense observa que ainda não há conscientização sobre a doação de sangue, uma vez que mais pessoas poderiam contribuir com a causa. “Não dói nada. O pessoal que atende é muito qualificado e é só uma picadinha, a mesma coisa de quando se tira sangue para exames. Entre oito e dez minutos eu estou pronta, já saí da cadeira e fui para o lanche”, detalha.

Marlene Zache Ohse, de 54 anos: “Não dói nada. O pessoal que atende é muito qualificado e é só uma picadinha” (Foto: Divulgação)

 

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