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Atendimentos de casos de gripe aumentam 40% em Marechal Rondon

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Dores de cabeça e pelo corpo, tosse moderada com ou sem expectoração e febre acima dos 38 graus. Esses são os sintomas mais comuns de quem é acometido pela gripe. Os atendimentos desses casos em Marechal Cândido Rondon sofreram um acréscimo aproximado de 40% desde março deste ano, segundo a diretora da Unidade de Saúde 24 Horas, a enfermeira Patrycia Fietz.

Para tentar diminuir os números de casos da gripe é que continua prorrogado o prazo da Campanha de Vacinação 2017 no Estado do Paraná. Em Marechal Cândido Rondon, a população da terceira idade atingiu a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, que é de 90% dos grupos considerados prioritários: de um total de 6.101 cadastros, 5.694 compareceram à vacinação, resultando em 93,3% de idosos em dia com a vacina, até o último fim de semana.

Os dados da classe das puérperas (até 45 dias após o parto) também chamam atenção: atingiram 134,57% da vacinação. “O que percebemos é que quando grávidas, essas mães não foram imunizadas e trazendo o recém-nascido para receber a primeira vacina elas acabam recebendo a dose contra a gripe”, expõe a técnica de enfermagem e responsável pelo Setor de Vacinas da Unidade 24 horas, Carla Trentini. As gestantes também estão abaixo da meta: apenas 65,38% foram imunizadas. Os trabalhadores da área de saúde estão com números parecidos: 69,31%. Já as crianças de seis meses a dois anos alcançaram 76,86% da meta no município.

Segundo Carla, os números que são considerados bons, embora não satisfatórios, são alcançados graças à ida das mães para a aplicação de outras vacinas que são obrigatórias nessa fase da vida das crianças. “Assim, quando elas chegam aqui, nós já observamos na carteirinha que essa vacina não foi tomada e sugerimos para a mãe, que normalmente aceita”, comenta.

No entanto, crianças de dois a cinco anos é que apresentam os menores índices da vacina contra a gripe em Marechal Rondon: apenas 54,64% receberam a dose este ano. Carla explica que diversas ações já foram realizadas na tentativa de melhorar os números. “Fizemos visitas nas creches e escolas, conversamos com os pais no término das aulas e atendemos em sábados, trazendo inclusive camas elásticas e brinquedos para atrair as crianças”, menciona. Mesmo assim, acrescenta, ainda restam muitas crianças sem a imunização.

 

Resistência

O sintoma mais associado após a vacina é vermelhidão no local da aplicação. Contudo, algumas pessoas não tomam a vacina ou até mesmo não levam as crianças para receber a imunização por conta do receio que a própria vacina cause gripe ou problemas respiratórios. O médico especialista em clínica médica Fernando Wild ressalta que a vacina contra a gripe é segura e reduz complicações, internações e até mesmo óbitos em decorrência da doença. “É uma vacina de vírus inativado, então não é possível ser infectado por um vírus imunobiológico. O que pode acontecer é que coincidentemente a pessoa pode ser acometida por um dos outros milhares de vírus em circulação”, destaca. Assim, se a pessoa apresentar febre e/ou tosse persistente por mais de 15 dias, sintomas da gripe, aconselha-se aguardar o quadro melhorar para que a imunização não seja associada à doença.

A vacina da gripe protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para este ano: A/H1N1, A/H3N2 e Influenza B. De acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.

 

Atendimento

Em Marechal Cândido Rondon, os bairros e distritos contam com unidades básicas de saúde (UBS) para o atendimento da população, além de equipes do Programa Saúde da Família, que prestam atendimento médico e de enfermagem durante o dia. “É importante lembrar que os agentes comunitários de saúde, enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos dessas unidades estão vinculados diretamente com a população-alvo, conhecendo cada usuário do sistema, fato que torna o atendimento descentralizado mais útil e produtivo. Essa colocação procura evitar uma sobre demanda à unidade central de saúde, normalmente porta de entrada para atendimentos de urgência e emergência em todo o município, além do fato de que o paciente é conhecido e possui o histórico médico em seu bairro ou distrito”, ressaltam a enfermeira do Setor de Epidemiologia e a diretora da Unidade 24 horas, Franciele Costa Perez e Patrycia Fietz, respectivamente.

 

Casos da doença

Até 16 de abril foram registrados 1.635 casos de influenza de todos os tipos neste ano no Brasil. Deste total, 83% por influenza A (H1N1), resultando em 230 óbitos. A região Sudeste concentra o maior número de casos: 976 de H1N1, sendo 883 em São Paulo. Outros Estados que registraram casos este ano foram Santa Catarina, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba, Amapá e Sergipe. No Paraná são 30 casos, que resultaram em quatro óbitos.

 

20ª Regional de Saúde

Apenas quatro dos 18 municípios que compõem a 20ª Regional de Saúde de Toledo conseguiram atingir a meta da Campanha de Vacinação contra a Gripe deste ano. O objetivo é chegar a 90% da cobertura vacinal dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. As cidades que atingiram a meta são Tupãssi, Maripá, Quatro Pontes e Palotina. O Estado do Paraná também alcançou os números preconizados no Brasil, tendo então a campanha ampliada para contemplar também cobradores e motoristas de ônibus de transporte público, cuidadores de pessoas vulneráveis (como idosos e acamados) e população em situação de rua.

 

Grupos prioritários

No Brasil, a população-alvo da Campanha de Vacinação deste ano são as pessoas a partir dos 60 anos, crianças de seis meses a cinco anos, trabalhadores de saúde, indígenas, puérperas e pessoas privadas de liberdade, o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas e os funcionários do sistema prisional. As pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis também devem se vacinar. Para esse grupo não há meta específica de vacinação.

 

Gripe x resfriado

Em casos de gripe, a pessoa apresenta febre acima de 38 graus, dores de cabeça e no corpo, tosse moderada com ou sem expectoração com duração de mais de 15 dias. Já em casos de resfriado, a febre é baixa ou ausente, há presença de espirros e coriza, dor de garganta nos primeiros dias, tosse leve e duração de quatro a sete dias, sendo que após esse período os sintomas costumam melhorar.

Para evitar a transmissão do vírus da gripe, o ideal é lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia, evitar lugares com aglomeração de pessoas e com pouca circulação de ar. “Doentes portadores de moléstias que acarretam uma fragilidade orgânica maior, como diabetes, hipertensão, doenças das vias aéreas e câncer devem procurar o serviço de saúde imediatamente, quando do aparecimento dos sintomas citados”, explica o médico Fernando Wild.

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