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Marechal Efeitos da pandemia

Atendimentos no Hospital Rondon caem pela metade; na pediatria queda chega a 90%

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(Foto: Divulgação)

Entremeio à pandemia, muitos segmentos da sociedade tiveram suas atividades afetadas pela menor circulação de pessoas e consequente menor procura por produtos e serviços. Nesse sentido, há quem pense que o coronavírus tem favorecido de certo modo os setores de saúde, haja vista que muitos são os boletins diários que divulgam o crescente número de casos, tanto em âmbito municipal, estadual ou federal. Contudo, o senso comum se engana.

Em Marechal Cândido Rondon, o Hospital Rondon registrou diminuição nos atendimentos desde o início das restrições do coronavírus e o distanciamento social. “As medidas e cuidados devido à pandemia de Covid-19 desencadearam uma grave crise financeira para o comércio, indústrias e também prejudicou o setor de saúde. Apesar de ser um serviço essencial e de estar em pleno funcionamento, os hospitais tiveram uma enorme queda na taxa de ocupação e, com isso, uma redução no faturamento”, relata o gerente administrativo do hospital, Luis Eduardo Ribeiro.

Gerente administrativo do Hospital Rondon, Luis Eduardo Ribeiro: “Apesar de ser um serviço essencial e de estar em pleno funcionamento, os hospitais tiveram uma enorme queda na taxa de ocupação e, com isso, uma redução no faturamento” (Foto: O Presente)

 

QUEDA NOS ATENDIMENTOS

Segundo ele, a queda nos atendimentos tem dois motivos principais. “Tivemos a suspensão de atendimentos e cirurgias eletivas. Além disso, parte da população está com medo de procurar os hospitais e ser contaminada pela doença”, expõe. Esse receio, menciona Ribeiro, fez com que surgisse uma “taxa elevada de óbitos em casa causados por infartos e AVCs (Acidente Vascular Cerebral), pois as pessoas não procuraram atendimento em casos de necessidade”.

Para dar dimensão, o gerente administrativo compara a frequência tida atualmente com registros do mesmo período no ano de 2019. “Nos atendimentos gerais, internação clínica e pronto socorro tivemos uma redução de 50%. Já na pediatria os atendimentos diminuíram 90% em comparação com o ano passado”, informa.

Ribeiro diz que a redução pela metade se calcula com a suspensão das cirurgias eletivas. “Elas estavam agendadas, mas, como não são de urgência, foram suspendidas. São situações em que se pode esperar”, menciona.

Sobre os atendimentos pediátricos, ele comenta que os atuais números significam, possivelmente, a demanda real por atendimento. “Esses 10% que permaneceram são o fluxo que realmente deveria ter. Não significa que as crianças deixaram de estar doentes. O caso é que sabemos que antes alguns pais ao menor de sinal de febre já corriam para o hospital. Ao contrário, o indicado é que se acompanhe inicialmente em casa para somente depois encaminhar ao médico pediatra que conhece o histórico da criança. É o que acontece hoje”, destaca o gerente administrativo.

Além disso, a enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Rondon, Vanessa Schuck, acrescenta outro fator para a queda de atendimentos na pediatria. “As crianças antes iam para creches e escolas, tinham muito contato com outras crianças e acontecia mais transmissão de diarreias, gastroenterites e viroses. Como esses locais estão com as atividades suspensas, essas ocorrências também diminuíram. As pessoas também entenderam o quanto é importante o uso do álcool. Como se faz a transmissão dos microrganismos da diarreia e de outras doenças? É pela mão. A lavagem de mão tem sido um bem e trouxe um impacto positivo nessas transmissões”, salienta.

Enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Rondon, Vanessa Schuck: “Algumas pessoas evitam a todo custo o atendimento e chegam na unidade com os sintomas agravados. É preciso ter equilíbrio e isso vale principalmente para o grupo de risco” (Foto: O Presente)

 

ACIDENTES

Em alguns municípios paranaenses os sistemas de saúde têm registrado aumento no número de acidentes domésticos, considerando que as famílias estão mais tempo em suas residências. Não é o caso do Hospital Rondon. “Não sentimos aumento em atendimentos neste sentido. Com o isolamento social também tivemos menos fluxo de veículos e, consequentemente, atendemos acidentes de trânsito em menor escala”, revela Ribeiro.

 

É PRECISO EQUILÍBRIO

Ele destaca que quando o atendimento médico se faz necessário, o paciente pode ficar tranquilo porque o Grupo Sempre Vida está preparado para prevenir o contágio do coronavírus. “Montamos estruturas destinadas à Covid-19. Há isolamento e todas as medidas prescritas pelo órgão de saúde estão sendo seguidas. Dessa forma, a pessoa que vai até a unidade não precisa ter medo de se contaminar”, garante, emendando: “Todavia, é preciso saber minimamente os sintomas que possui para cogitar procurar o sistema de saúde”.

A enfermeira Vanessa endossa a fala de Ribeiro, lembrando que não somente o coronavírus é atendido no hospital, mas também outros microrganismos que podem ser transmitidos. “Deve-se evitar procurar o atendimento sem necessidade. Se eu estou com uma tosse leve, dores no corpo, sem febre, sem dificuldades respiratórias, tenho contato médico ou analgésicos em casa, devo utilizar esse medicamento por ora. Se tiver agravos como a continuidade da tosse, febre alta e persistente, dificuldade respiratória, dores acentuadas no corpo, aí sim deve-se procurar atendimento médico. Pode ser inúmeras coisas, entre elas a Covid-19”, ressalta.

Segundo ela, o primeiro acompanhamento em casa é essencial para evitar aglomerações e contágio. “Por outro lado, algumas pessoas evitam a todo custo o atendimento e chegam na unidade com os sintomas agravados. É preciso ter equilíbrio e isso vale principalmente para o grupo de risco. Ao ir ao hospital, as medidas de cuidados devem ser observadas: uso do álcool 70%, máscaras, higienizar calçados na solução sanitizante, evitar tocar objetos e superfícies, entre outras ações”, lembra.

 

ATESTADOS DE ISOLAMENTO

O gerente administrativo do Hospital Rondon diz que ao receber atestados para isolamento social, o paciente ou suspeito de Covid-19 deve exercer plenamente o distanciamento social. “Quando a pessoa apresenta um quadro de síndrome gripal e outros sintomas, é afastado por 14 dias. O que acontece é que parte dessas pessoas se isolam apenas do trabalho e não se distanciam em casa. Esse período serve para não passar a doenças para os outros, logo, lugares públicos devem ser totalmente evitados”, frisa.

O isolamento, conforme ele, deve ser realizado mesmo dentro da própria residência. “Inclusive, a pessoa deve procurar ficar em quarto isolado, evitar usar objetos compartilhados, como toalhas, talheres e outros produtos”, orienta.

 

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