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Marechal Educação

Aulas on-line desafiam colégios, professores e alunos; diretores rondonenses opinam. Confira

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Para diretores de estaduais de Marechal Rondon, processo de adaptação ao novo formato de ensino ainda não acabou. Eles acreditam que após o retorno do ensino presencial será preciso retomar e revisar conteúdos para que o ano letivo não seja ainda mais prejudicado (Foto: O Presente)

Desde que as aulas presenciais das escolas estaduais do Paraná foram suspensas, já são 45 dias que os alunos estão acompanhando os conteúdos pelos meios digitais. O programa Aula Paraná foi criado para dar continuidade no ano letivo de 2020 e não deixar os estudantes desassistidos nesse momento em que estar em sala de aula não é possível.

Atualmente, o ensino a distância do Paraná cobre 99,7% dos alunos do Estado, seja através da transmissão de videoaulas na TV aberta, o uso dos aplicativos Aula Paraná e Google Classroom, conteúdo disponibilizado também no YouTube e a entrega de material impresso.

O Aula Paraná conta com grande adesão em cinco pilares. Em 45 dias foram 17,4 milhões de visualizações no Youtube, 592 mil jovens acessam o Google Classroom diariamente, 41 mil professores da rede estão conectados no Classroom e mais de 800 mil usuários já baixaram o aplicativo Aula Paraná nos celulares.

A boa cobertura é complementada com a transmissão das videoaulas em três canais da TV aberta e pacotes gratuitos de 3G e 4G para os estudantes.

Os desafios para essa modalidade de ensino são grandes, porém as escolas têm trabalhado para auxiliar os alunos, professores e familiares a enfrentarem esse novo formato de estudar.

Procurados pela reportagem de O Presente, os diretores de três colégios de Marechal Cândido Rondon relataram como vem sendo desenvolvido o trabalho nesse momento de pandemia e como foi a implantação do ensino digital no município.

 

FUNCIONAMENTO

Para o diretor do Colégio Estadual Frentino Sackser, Eloi Pickler, o processo de adaptação ao novo formato de aulas ainda não acabou. “A própria Secretaria de Educação ainda está fazendo ajustes e adaptações, tentando fazer links para chamada e tudo isso vai acontecendo no dia a dia”, relata, acrescentando que o funcionamento da plataforma de ensino tem sido muito bom.

O diretor do Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta, Edvaldo Oliveira Souza, ressalta que é algo novo para a maioria dos professores e alunos: “Mas estamos nos adequando”, resume.
Já o diretor do Colégio Estadual Eron Domingues, Edson Stroparo, resume a fase como um grande processo de aprendizagem. “Para nós, enquanto escola, há muitas coisas que são novidade. Estamos dentro de um processo de construção, de implantação das aulas não presenciais, mas estamos conseguindo caminhar dentro desse contexto”, avalia.

Diretor do Colégio Estadual Frentino Sackser, Eloi Pickler: “Temos perspectivas de uma escola nova, uma escola diferente, onde o aluno aprendeu que precisa valorizá-la, onde o aluno valorize muito mais o professor” (Foto: O Presente)

Diretor do Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta, Edvaldo Oliveira Souza: “Os professores já estão comentando que no retorno no segundo semestre terão que fazer uma retomada nos conteúdos para poderem então diminuir o prejuízo para os alunos” (Foto: O Presente)

 

DESAFIOS

Por ser uma prática nova no ensino público estadual, o novo formato de aulas ainda passa por um período de adaptação entre os estudantes e professores. Um dos maiores desafios apontados pelos três diretores é a dificuldade de acesso dos alunos aos meios digitais, tendo em vista que muitos não têm acesso à internet e não possuem computador nas suas residências.

Pickler entende que um dos grandes desafios é mostrar para o estudante a importância dele participar deste processo. “O desafio é fazer os estudantes compreenderem que o calendário escolar está acontecendo, que eles precisam estudar on-line porque senão irão perder o ano letivo, bem como fazer algumas famílias entenderem isso também”, aponta.

Conforme a diretora auxiliar do Colégio Estadual Eron Domingues, Lisane Rheinheimer, o educandário já conseguiu avançar na questão do acesso. “Hoje temos praticamente 85% dos alunos que já acessaram e fizeram a devolutiva de tarefas, das atividades. Também temos um percentual pequeno de alunos que recebem o material impresso e estamos fazendo contato com essas famílias que ainda não estão fazendo as atividades para que de alguma forma encontremos uma solução”, expõe.

Diretora auxiliar do Colégio Estadual Eron Domingues, Lisane Rheinhemer: “Praticamente 85% dos alunos já acessaram e fizeram a devolutiva de tarefas, das atividades” (Foto: O Presente)

Diretor do Colégio Estadual Eron Domingues, Edson Stroparo: “Estamos passando por um grande processo de aprendizagem. Para nós, enquanto escola, há muitas coisas que são novidade” (Foto: O Presente)

 

PREJUÍZOS

As aulas on-line foram novidade para muitos alunos e famílias, já que até então não era uma prática habitual e os estudantes não haviam tido contato com essa modalidade. A grande dúvida dos pais, dos professores e diretores é sobre os prejuízos que os alunos podem ter com essa situação.

Os três diretores concordam que no retorno das aulas presenciais será necessário que os professores retomem e revisem os conteúdos abordados nas aulas on-line. “Os professores já estão comentando que no retorno no segundo semestre terão que fazer uma retomada nos conteúdos para poderem então diminuir o prejuízo para os alunos”, salienta o diretor do Ceretta.

Stroparo menciona que no próximo semestre seja necessário, também, planejar de uma forma diferente o andamento das aulas, sempre verificando a condição do aluno. “Teremos que permear o que o aluno já conheceu e já sabe, retomar alguns conteúdos, e a partir dali dar continuidade”, enaltece.

UMA ESCOLA NOVA

Quando o período de pandemia passar, os alunos retornarão para as escolas, e a retomada para o sistema presencial de ensino traz expectativas muito positivas, avaliam os diretores.

“Será uma nova forma de ver a escola. Os alunos estão demonstrando que estão sentindo falta da escola, do contato social. Não só os alunos, mas também professores e pais. Eu imagino que eles passem a ver a escola sob um novo prisma. Começará a existir essa nova ressignificação do que é a escola”, acredita Lisane.

O diretor do Frentino concorda: “Temos perspectivas de uma escola nova, uma escola diferente, onde o aluno aprendeu que precisa valorizá-la, onde o aluno valorize muito mais o professor. Os próprios estudantes estão sentindo a falta e percebendo a importância do colégio”, expõe.

 

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