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Aulas presenciais serão retomadas segunda-feira na rede de ensino rondonense

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Salas de aulas foram organizadas para haver distanciamento entre alunos e professor. No destaque a Escola Municipal do Bairro Ana Paula (Foto: Joni Lang/OP)

Está tudo pronto para a volta às aulas na rede municipal de ensino de Marechal Cândido Rondon, agendada para segunda-feira (05). Conforme decisão do Centro de Operações Emergenciais (COE) tomada no último dia 26, todas as medidas sanitárias são adotadas com a finalidade da retomada segura de profissionais e alunos das 17 escolas municipais (Infantil IV e de 1ª a 5ª séries do Ensino Fundamental). No entanto, os oito centros municipais de educação infantil (Cmeis) continuam com as aulas presenciais suspensas. Todas as instituições somadas reúnem em torno de 5,3 mil alunos e aproximadamente 600 servidores.

O retorno será de forma escalonada, ou seja, com 30% da capacidade da sala de aula. As aulas remotas terão continuidade para os alunos que estiverem em casa.

Em entrevista ao O Presente, o secretário municipal de Educação, Fernando Volpato, informou que as escolas já haviam se preparado para o atendimento dos alunos a partir do final do mês de fevereiro e agora seguiram a organização com inúmeras adequações para a volta ao ensino presencial, mantendo cuidados com higienização para evitar a propagação da Covid-19. “A expectativa sobre o retorno das aulas é muito boa. Temos ciência que é um momento de retomada, mas as escolas estão em condições de atender os alunos que optaram pelo retorno (presencial). Espero que tudo aconteça de forma tranquila e organizada”, adianta.

 

CONTEÚDO

Sobre os conteúdos e os níveis de exigência, o chefe da pasta enaltece que os mesmos dependerão de cada contexto escolar. “Caberá aos professores e às equipes pedagógicas das escolas avaliar os alunos e as turmas e realizar as melhores abordagens pedagógicas, considerando todo o processo do ensino remoto que já vinha sendo executado”, frisa.

“Desta forma, de início haverá uma retomada para aos poucos serem inseridos novos conteúdos. Neste caminho acredito que os alunos terão uma melhor assimilação. Ainda no início do mês de maio haverá um replanejamento dos conteúdos do 1º bimestre, onde os professores poderão rever as suas abordagens a partir das observações realizadas nesta retomada e reorganizar as suas aulas conforme a demanda da turma atendida”, prossegue Volpato.

Em relação ao impacto que pode ser observado no tocante ao ensino/aprendizagem, o secretário entende que todos perderam com este período de paralisação das aulas. “Entretanto, vejo que a retomada das atividades tende a diminuir esta lacuna, mesmo que lentamente. De forma geral, a falta do ensino presencial e contínuo penso ser o principal fator, uma vez que antes do início da pandemia havia uma rotina escolar na vida das crianças que ao longo do tempo foi se perdendo e interferiu diretamente neste processo. Agora será preciso retomá-la para que ao longo do ano seja possível recuperar os conteúdos defasados e, paralelo a isso, incluir novas experiências. Será um processo longo, mas possível com a retomada das atividades”, avalia.

 

Saguão para prática de Educação Física: espaçamento mantido para evitar aglomeração (Foto: Joni Lang/OP)

 

CAPACITAÇÃO

Ele acrescenta que a respeito da preparação dos professores e demais servidores das escolas municipais e dos Cmeis, todos foram orientados através de palestras realizadas com profissionais da saúde. “Estas orientações aconteceram através de encontros on-line com participação expressiva dos professores. A respeito dos cuidados de prevenção ao coronavírus, todas as escolas realizaram um plano de contingência que foi encaminhado à Vigilância Sanitária para aprovação. Nas instituições as salas de aulas foram preparadas de forma que os alunos estejam organizados em carteiras com distância mínima de 1,5 metro entre eles e também um espaço mínimo de dois metros para circulação do professor próximo ao quadro”, salienta.

“Foram instalados dispensers para álcool gel, sabonete líquido, papel toalha, além da disponibilização de tapetes sanitizantes e totens de álcool gel para as instituições. As escolas receberam ainda recursos do governo federal, através do Programa PDDE Emergência, e puderam adquirir produtos necessários para suprir a demanda de cada unidade. Sobre os períodos de entrada e saída das escolas, pedimos que as instituições façam de forma escalonada para evitar aglomerações e que os períodos de intervalo também sejam intercalados para evitar aglomerações. Lembrando ainda que o uso de máscara é obrigatório para que os alunos frequentem as aulas”, sugere Volpato.

 

Secretário municipal de Educação, Fernando Volpato: “A expectativa sobre o retorno das aulas é muito boa. Temos ciência que é um momento de retomada, mas as escolas estão em condições de atender os alunos que optaram pelo retorno (presencial)” (Foto: Joni Lang/OP)

 

REGRAS

A volta às aulas na rede municipal está atrelada às normas vigentes nos decretos. “Os alunos que os pais autorizarem poderão frequentar as aulas desde que utilizem máscara e realizem a higienização na entrada da escola e durante a sua permanência no educandário. Neste período os alunos não poderão compartilhar materiais escolares e cada um deverá ter, se possível, a sua garrafa de água. Nas aulas de educação física também orientamos que não haja compartilhamento de materiais e que as atividades realizadas evitem contato ou aglomerações. Que sejam preferencialmente individuais ou com distanciamento entre as crianças”, menciona.

Para tanto, prossegue ele, algumas escolas delimitaram espaços na quadra esportiva visando à prática de atividade física. “Orientamos ainda que alunos e professores que apresentem sintomas relacionados à Covid-19 não compareçam nas escolas e informem as direções para o monitoramento dos demais colegas. É preciso ter responsabilidade com a saúde dos demais”, enfatiza.

 

Na entrada de cada estabelecimento haverá tapete sanitizante, álcool gel e um responsável pela aferição da temperatura (Foto: Joni Lang/OP)

 

DIVISÃO EM GRUPOS

O retorno das atividades será de forma escalonada, cujas turmas foram divididas em dois ou três grupos, conforme a quantidade de alunos de cada sala de aula. “Tomamos como base que os decretos estabelecem o respeito de 30% da capacidade do estabelecimento. Desta forma, conversamos com as direções escolares sobre quantos alunos de cada turma estariam dispostos e autorizados a retornar e quantos alunos os pais manteriam no ensino totalmente remoto. A partir disso as turmas foram organizadas visando o melhor atendimento educacional com respeito às normas de segurança”, exemplifica.

“Os alunos do ensino híbrido escalonado participarão das aulas uma semana e na outra ficarão em casa com atividades para realizarem, enquanto outro grupo estará na escola com o ensino presencial. Os alunos que optarem pelo ensino totalmente remoto continuarão recebendo os materiais impressos para realização das atividades nas suas casas. Este sistema de ensino contemplará os alunos do Infantil IV e do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental”, descreve Volpato.

 

FISCALIZAÇÃO

Todavia, o cumprimento das normas preconizadas será fiscalizado em âmbito da rede municipal por parte da Vigilância Sanitária. “Entretanto, caso seja verificado algo nas instituições escolares que não atenda aos protocolos de segurança, iremos conversar com as direções para novas orientações. Se a comunidade verificar algo que não esteja de acordo, o primeiro passo é procurar a direção da escola para comunicar o fato e solicitar a correção. Se após esta solicitação não houver progresso, a situação deve ser repassada à Secretaria Municipal de Educação ou então à Vigilância Sanitária para resolver este problema”, pontua.

 

Educandários rondonenses também contam com sala para isolamento caso servidor ou aluno tenha sintomas de alguma doença: sinônimo de preocupação com a saúde e o bem-estar (Foto: Joni Lang/OP)

 

RESPONSABILIDADE

Outra questão levantada é que recentemente o Sindicato dos Servidores Municipais de Marechal Rondon (Sinsemar) se manifestou contrário à retomada das aulas escalonadas na rede municipal. Em vista disso, existe o risco de uma derrubada da retomada das aulas presenciais devido à ação de entidades. “Caso isso aconteça, vamos buscar a manutenção da retomada das aulas, haja vista que foi baseada em dados repassados pela Secretaria de Saúde e houve o aval do COE para este processo”, frisa.

“Através de decretos acredito que não haverá objeções, tendo em vista que houve também, recentemente, uma manifestação do MP-PR (Ministério Público do Paraná) a respeito da retomada das aulas por meio do estabelecimento de alguns critérios, entre eles que a decisão da volta às aulas é um ato do Poder Executivo”, prossegue.

O secretário municipal de Educação ressalta que as regras elencadas pelo MP estão sendo cumpridas, incluindo as medidas sanitárias, adequações físicas necessárias, bem como a oferta do ensino remoto aos pais que desejarem e a utilização de dados estatísticos do município em relação a crianças de cinco a dez anos nos últimos 12 meses. “Então, acredito que estamos no caminho certo e com tudo pronto para iniciarmos no dia 05 de abril as aulas nas escolas municipais”, finaliza.

 

Além de dispenser em cada sala de aula, nos banheiros foram instalados álcool gel, papel toalha e sabonete líquido (Foto: Joni Lang/OP)

 

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