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Marechal Retomada de crédito

Brasil pode viver cenário inédito de juro real negativo neste ano

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Diretor de Negócios da Sicredi Aliança PR/SP, Gilson Metz: “Dependendo do comportamento da inflação, poderemos ter um momento histórico no Brasil de juro real negativo, o que nunca aconteceu. Isso leva os tomadores de crédito a terem mais apetite por novos créditos” (Foto: Divulgação/Sicredi)

A breve redução na taxa de desemprego no país em novembro de 2019 e a queda na taxa de juros têm mostrado uma gradativa recuperação da economia brasileira, de acordo com recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A melhora no desempenho econômico foi puxada pelos setores da construção civil e do comércio.

Conforme avalia o diretor de Negócios da Sicredi Aliança Paraná/São Paulo, Gilson Metz, a economia vem se recuperando gradativamente. “O Brasil está estável, a inflação controlada abaixo do centro da meta definida pelo Banco Central, o que proporciona redução da taxa básica de juros, a Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), que o governo opera nos últimos informes do Copom (Comitê de Política Monetária)”, expõe.

“Enquanto cooperativa de crédito assimilamos esta melhora de forma bem otimista, pois temos o compromisso de desenvolver a sociedade onde estamos inseridos e contribuir ao desenvolvimento dos nossos associados, seja empresa ou pessoa física. Ver o Brasil avançar, a economia se estabilizar, evoluir e o desemprego reduzir mostram que as cooperativas têm cumprido o seu papel”, acrescenta.

DESAFIO

O diretor de Negócios diz que na área de ação do Sicredi Aliança PR/SP – que compreende a microrregião de Marechal Cândido Rondon e municípios do Norte de São Paulo – o cenário previsto para este ano é positivo. “Para o nosso mercado é um cenário bem desafiador, pois vemos o Banco Central atuando fortemente na competitividade, transparência, inclusão da educação, pilares do BC Hashtag, e com isso vemos redução nos ‘spreads bancários’ (que são a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador para captar um recurso e o quanto esse banco cobra para emprestar o mesmo dinheiro). O Banco Central tem atuado sobre a regulamentação de produtos como cartão de crédito e agora cheque especial, o que tem trazido benefícios ao consumidor. Já no nosso caso isso beneficia o associado, e essa é a razão de ser de uma cooperativa de crédito”, destaca.

Porém, complementa Metz, enquanto instituição isso traz desafios, pois as reduções fazem com que cooperativas, bancos e empresas tenham de se reinventar para continuarem presentes no mercado para crescer e ofertar novamente ao próprio quadro social os benefícios que ele espera. “Vemos um ano de muito otimismo, cenário melhor do que 2019 em termos econômicos. O PIB (Produto Interno Bruto) deve fechar em 0,9% no ano de 2019. Já para este ano a previsão é o PIB fechar em 2,4%. É difícil acertar uma previsão, mas tomara que se confirme. Isso mostra que a economia gradualmente começa a acelerar e gerar recurso novo no mercado, proporcionando aquecimento em alguns setores, como construção civil e comércio”, menciona.

CRÉDITO

No que tange à tomada de crédito, ele entende que deve ser registrado aumento, não só pelo momento político do país, como também por várias questões técnicas, especialmente envolvendo os juros baixos. “Dependendo do comportamento da inflação, poderemos ter um momento histórico no Brasil de juro real negativo, o que nunca aconteceu. Isso leva os tomadores de crédito a terem mais apetite por novos créditos para gerar novas receitas, crescimento e desenvolvimento ao nosso país. É possível que isso aconteça com força tanto no meio urbano como no rural. Vemos produtores intensificando financiamentos devido às taxas acessíveis para diversificar e ampliar as suas atividades”, pontua.

Conforme o diretor de Negócios, a fase é de recuperação gradual na economia. “Vemos um quadro de melhora, apesar de o ano concluir abaixo do que se planejava no início de 2019, pois se imaginava que a economia iria acelerar em um ritmo maior, com desenvolvimento mais intenso pelo novo governo federal que estava para chegar. Todavia, sabemos que as medidas tomadas, a exemplo da regulamentação, levam tempo para terem efeito”, enaltece, ampliando: “Em 2020 teremos muitas consequências das decisões tomadas no ano passado, o que leva a crer que o Brasil vai acelerar em um ritmo maior. Essas são as projeções, então acreditamos que teremos um desenvolvimento maior do nosso país, gerando benefícios coletivos e individuais aos cidadãos brasileiros”.

Metz comenta que, enquanto instituição financeira, o Sicredi vai se adaptar a este momento da economia. “Vamos nos readequar em torno das decisões e regulamentações que o Banco Central realizou nas diversas soluções para atender os associados, respeitando as questões legais para contribuir ao desenvolvimento da sociedade onde atuamos”, frisa.

TAXAS

De acordo com o diretor de Negócios, a taxa Selic encerrou o ano em 4,5% e a estimativa, segundo especialistas, é iniciar o ano com duas baixas. “As reuniões do Copom em fevereiro e março tendem a reduzir a taxa Selic em 0,25%, podendo chegar a 4% ao ano se a inflação reagir. Hoje está em 3,80% e pode estar acima da taxa básica de juros, o que representa um cenário inédito de juros reais negativos. A perspectiva é chegar no mês de março a 4%, com probabilidade, dependendo da economia e inflação, de no final de 2020 haver um leve aumento, contudo o mais tendencioso é manter em 4% ao ano”, enfatiza.

Conforme ele, a precificação dos juros está composta de uma série de variáveis, seja para crédito pessoal, empresarial e agrícola. “As variáveis incluem o ‘escore’ do associado, estão relacionadas ao histórico, prazo, linha e finalidade do crédito ou financiamento. A tendência real é de taxas menores e mais acessíveis beneficiando a população brasileira”, conclui.

 

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