Fale com a gente

Marechal Juros baixos

Busca por crédito deve se manter aquecida em 2021, preveem dirigentes de cooperativas de crédito

Publicado

em

Lideranças de cooperativas de crédito de Marechal Rondon apostam em mais um ano de empréstimos em alta. Contudo, recomendam a tomada de crédito consciente. Crédito comercial, rural e energia solar são os mais acessados (Foto: Arte/OP)

A redução na taxa de juros observada neste ano provocou aumento na procura de pessoas física e jurídica visando à tomada de crédito para as mais diversas finalidades, mesmo diante da pandemia de coronavírus, que trouxe incertezas e dificuldades econômicas em muitos aspectos.

Em entrevista ao O Presente, o diretor de Negócios e o superintendente das cooperativas Sicredi Aliança PR/SP e Sicoob Marechal, ambas com sede em Marechal Cândido Rondon, destacam as principais linhas acessadas em 2020. Segundo eles, a expectativa é de que a taxa de juros esteja na faixa de 2,75% no próximo ano, mantendo em alta a procura por crédito.

 

CRESCIMENTO

A avaliação do diretor de Negócios da Sicredi Aliança PR/SP, Gilson Metz, em relação à taxa de juros para tomada de crédito é positiva. “Especialmente sob o espectro do associado tomador das linhas de crédito, pois podemos auxiliar todos os setores, desde agricultura, empresários, assalariados do comércio, prestação de serviços e da indústria”, declarou ao O Presente.

Segundo ele, foi possível crescer e disponibilizar linhas emergenciais criadas este ano, além de linhas para vários tipos de investimentos que acontecem neste momento. “Mantendo nosso papel de auxiliar na geração de empregos e da economia da região onde atuamos, o cenário que se desenha atende a pluralidade de segmentos em um contexto da razão de ser de uma cooperativa, independente da área de ação que o associado está”, frisa.

Metz enaltece que de janeiro a outubro a cooperativa expandiu sua carteira em R$ 224 milhões. “Certamente as liberações ultrapassaram e muito esse montante, porque várias outras foram sendo liquidadas nesse período, representando um acréscimo de 27% em relação ao início do ano. Os destaques são o crédito comercial com 28%, bem como linha capital de giro, crédito pessoal e o que chama atenção com demanda muito forte para a energia solar, esta última uma das linhas que mais cresceram em 2020, hoje a que mais demanda recursos”, evidencia.

O diretor de Negócios afirma que o setor do agronegócio tem mantido a economia brasileira em um patamar estável. “Também é considerável o índice de 34% de aumento nas linhas BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no setor agro, provando que o agronegócio brasileiro vai muito bem, o que mantém a economia estável. Este é um dos setores que cresceram no ano de pandemia, representando percentual elevado das nossas exportações, haja vista que em alguns meses 50% das exportações vêm do agro, portanto, esta linha a gente atende com muita força”, pontua.

 

TAXA

Ele destaca que as taxas acompanham parâmetros do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), que está em 2% ao ano. “É uma das taxas mais baixas da história da economia brasileira, sendo extremamente atrativa nesse momento para o tomador de crédito. A taxa com juro baixo incentiva investimentos, geração de emprego e renda e este efetivamente é o custo do dinheiro. Obviamente, quando vamos ofertar ao nosso associado existem regras de precificação, algumas até complexas que, além do custo, envolvem risco para a instituição e tudo mais”, expõe. “Mas mesmo com a precificação a taxa de juros tem ficado atrativa aos nossos associados, tanto pessoa física como jurídica, variando conforme a finalidade do crédito, prazo, estruturação, operação e assim por diante”, amplia.

Conforme Metz, há taxas consideradas extremamente baixas, como consignados com 0,85% fixo/mês ou para energia solar a 40% mais CDI (Certificado de Depósito Interbancário) com dez anos de prazos estendidos. “São taxas muito baixas diante da realidade já vivida no passado no Brasil”, salienta.

 

Diretor de Negócios da Sicredi Aliança Paraná/São Paulo, Gilson Metz: “Por ser um ano de pandemia não se imaginava uma demanda tão elevada para linhas de crédito, com escassez de recursos devido à grande quantidade de pedidos. Isso leva a uma expectativa otimista para 2021 do Brasil acelerar” (Fotos: Divulgação)

 

CUIDADOS

O gerente de Negócios recomenda à pessoa interessada em tomar crédito a se organizar financeiramente. “É fundamental fazê-lo de forma consciente e responsável para que seja algo bom, para que o sonho não vire um pesadelo no futuro e que realmente auxilie para repor fluxo de caixa ou adquirir um bem tão sonhado, ou seja, que não traga problema no futuro”, enfatiza.

Ele reforça que a tomada de crédito consciente é o melhor caminho, pois, desta forma, é saudável, positivo e favorável. “É o que a gente pede ao associado: muita cautela. É preciso analisar e se organizar financeiramente de forma que as parcelas caibam no seu fluxo de caixa”, reitera.

 

EXPECTATIVAS

Para 2021, a projeção é que a taxa de juros se mantenha baixa. A Selic, todavia, deve ter leve reação e pode chegar a 2,75% ao ano. “São as previsões econômicas, principalmente porque ainda estamos em um momento delicado causado pela pandemia, o que vem refletindo em dificuldades financeiras em muitos setores e que leva essa incerteza de saber como vai ser a reação no período pós-pandemia. Obviamente que as expectativas são otimistas, de taxa de juros baixa e reação econômica com PIB (Produto Interno Bruto) voltando a crescer de forma positiva no Brasil”, enaltece Metz.

Segundo ele, a linha de energia solar – que mais demanda recursos, com crescimento de R$ 20 milhões este ano – deve se manter em alta no próximo ano. “São demandas constantes e a expectativa é que permaneça em 2021, visto ser uma necessidade buscar fontes alternativas e limpas para geração de energia. Isso sem contar que a médio e longo prazo o benefício financeiro ao associado é muito presente na redução de energia elétrica”, pontua.

O diretor de Negócios diz que a demanda elevada para linhas de crédito neste ano, inesperada por ser um ano de pandemia, traça um cenário positivo para o ano que vem. “Tanto no aspecto comercial, como no agronegócio, houve demandas muito acima do planejado até em caso de linhas BNDES, com escassez de recursos devido à grande quantidade de pedidos, e isso leva a uma expectativa otimista para 2021 do Brasil acelerar, ter uma economia com PIB positivo, diferente da retração que vamos viver até o fim deste ano. O cenário é super favorável para atender as demandas e necessidades dos associados para que eles continuem crescendo, gerando renda e movimentando a economia de toda a nossa região”, ressalta.

 

 

Diretor-superintendente do Sicoob Marechal, Edison Dechechi: “As taxas de juros praticadas em 2020 foram mais amenas se comparadas ao ano anterior, pois houve alguns incentivos governamentais. Para 2021 a tendência é de elevação na taxa Selic, podendo chegar a até 3%”

 

ADEQUAÇÃO

Para o diretor-superintendente do Sicoob Marechal, Edison Dechechi, ao se avaliar os juros no decorrer de 2020 é necessário levar em consideração o ano atípico em virtude da queda da Selic e da pandemia Covid-19. “Houve retração no comércio, bem como na indústria, em função da Covid-19, forçando esses segmentos a procurarem linhas de crédito para manter e adequar os negócios”, lembra, acrescentando que as taxas de juros praticadas em 2020 foram mais amenas se comparadas ao ano anterior, pois houve incentivos governamentais através de fundos garantidores em operações de crédito.

Dechechi diz que foi observada ampliação na procura por crédito no Sicoob Marechal. “Tivemos grande salto na carteira de empréstimos, cujos recursos mais procurados foram de crédito comercial”, informa, salientando que os benefícios de tomar empréstimo são os mais variados possíveis, seja para manutenção, adequação e ampliação. “Nossa cooperativa tem como uma das primícias orientar nossos cooperados, assim, procuramos atuar como consultores, entregando um crédito sustentável”, destaca.

 

PERSPECTIVA

No que se refere à perspectiva para 2021, o diretor-superintendente aponta que as projeções são as melhores possíveis. “Porém, o mercado mostra tendência de elevação na taxa Selic, podendo chegar ao final de 2021 a até 3% ao ano”, pontua.

Para ele, a linha de crédito comercial deve seguir sendo bem acessada no próximo ano.

 

O Presente

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente